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domingo, maio 23, 2021

Com ofensas e ironias, Bolsonaro ataca a Zona Franca e recebe pronta resposta de Aziz e Braga


Omar Aziz colocou Bolsonaro no seu devido lugar

Vicente Limongi Netto

Decididamente, Bolsonaro é o fim da picada. Prossegue desfiando o desalinhado, patético, mesquinho e irresponsável rosário de insultos, ódios e destemperos antidemocráticos e vulgares. Diariamente o mito de meia pataca se supera em declarações infames. Mostra que não tem postura nem compostura para exercer a chefia da nação.

O desespero corrói a alma, o coração e os neurônios do presidente. Nessa linha, agora mira seu inacreditável arsenal de ameaças, torpezas, canalhices e indignidades contra o modelo econômico vitorioso da zona franca de Manaus.

IRONIAS E AMEAÇAS – Emenda constitucional aprovada e sancionada validou a zona franca até 2073. No entanto, Bolsonaro dirigiu-se com ironias, insinuando ameaças a zona franca e aos senadores do Amazonas, Omar Aziz e Eduardo Braga, presidente e membro titular da CPI da Pandemia.

Tentou intimidar e esmorecer o trabalho isento e vigilante dos dois parlamentares, mas Aziz e Braga repudiaram as sandices e porra-louquices do destrambelhado presidente.

Em política vale tudo. De chute na virilha a juras de amor que acabem em casamentos. Contanto que renda votos. Só não pode perder. O animal político é insaciável. 

DE HOJE PARA AMANHà– Duros adversários de ontem podem vir a ser aliados de amanhã. Às favas, escrúpulos e más recordações, recheadas de mútuas acusações. Arquivos e vídeos não mentem. Mas o cinismo embrulhado em busca do poder, supera tudo.  Muitas vezes os arranca-rabos entre políticos não livram nem a cara das mães. Coitadas.

Nesse sentido, Lula reuniu-se com Fernando Henrique Cardoso. Na casa do ministro aposentado do STF e ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim. Profissionais civilizados. As orelhas de Bolsonaro estão pegando fogo. A demanda do ex-presidente e sociólogo tucano será ampla e poderosa.

COSTURAS FUTURAS – Da cartola do encontro entre o calejado trio pode-se prever costuras futuras. Lula na rinha presidencial com vice do PSDB, não se descarta o nome do próprio FHC, e Nelson Jobim para ministro da Justiça.

O fato indiscutível é que a conversa existiu. Negar a validade do encontro é amadorismo politico.  O estrilo é livre. As críticas aos dois prosseguirão fortes. Bolsonaro deu chances aos desafetos e adversários se unirem contra ele. Aguente o tranco. Apenas xingar, tática do presidente, é colossal desatino.

MANUAL DE REDAÇÃO – Por fim, pedi a meu amigo Heraldo Pereira  que alerte o barbudo Bonner (JN de sexta-feira, 21/5) que Nelson Jobim não é “ex-ministro” do STF, mas, sim, “ministro aposentado” da Suprema Corte.

É de pasmar, com uma equipe de dezenas de profissionais, Bonner não pode nem deve passar informações equivocadas para o telespectador.

Diga a ele, craque Heraldo, que no STF não existe a figura de ex-ministro. É ministro da ativa ou ministro aposentado. São aposentados, por exemplo, Gracie, Jobim, Veloso, Barbosa, Pertence, Sanches e Brito. Todos, aliás, continuam recebendo salários.  Ex-ministro não recebe salários.

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