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domingo, abril 26, 2020

Ministro Ramos critica “cobertura maciça de fatos negativos” pela imprensa durante a pandemia




Ramos pediu a divulgação de curados e o trabalho da Saúde
Deu na Folha
O ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, criticou nesta semana o que chamou de “cobertura maciça de fatos negativos” da imprensa na crise do novo coronavírus.
“No jornal da manhã é caixão, é corpo. Na hora do almoço, é corpo e número de mortos. Eu pergunto a todos: como é que você acha que uma pessoa de idade se sente com essa maciça divulgação desses fatos negativos. Ninguém aqui está dizendo que tem que esconder”, disse Ramos, durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto.
FATOS NEGATIVOS – “Nós respeitamos muito a liberdade de imprensa e ela é fundamental para o processo democrático de qualquer país. Porém, temos observado uma cobertura maciça de fatos negativos”, complementou.
Ramos, que no comando do seu ministério também é responsável pela Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social), cobrou ainda que os veículos de comunicação divulguem outros dados, como o número de curados e o trabalho dos profissionais de Saúde.
LADO EMOTIVO – “Eu não tenho visto muito isso na imprensa. Eu acho que a mídia brasileira tem um papel fundamental na percepção do povo, das pessoas se sentirem melhor”, afirmou, destacando que a doença também tem um lado emotivo que afeta a população.
O Brasil tem 45.757 casos confirmados da Covid-19, e 2.906 mortes, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira. Foram 165 novos óbitos nas últimas 24 horas.
Não é a primeira vez que um ministro do governo Jair Bolsonaro critica a imprensa pela cobertura da pandemia do novo coronavírus. Em março, o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que “às vezes os meios de comunicação são sórdidos”.
TÓXICA – “Desliguem um pouco a televisão. Às vezes ela é tóxica demais. Há quantidade de informações e, às vezes, os meios de comunicação são sórdidos porque ele só vendem se a matéria for ruim. Publicam o óbito, nunca vai ter que as pessoas estão sorrindo na rua. Senão, ninguém compra o jornal”, disse.
Dois dias depois, Mandetta pediu desculpas. “Aqui eu falei dos meios de comunicação outro dia, ficaram bravos comigo, puxaram minha orelha lá na Globo, porque eu fiz um comentário sobre a cobertura, e eu peço desculpas. Eu acho que a gente quando erra, a gente erra.”
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Existe o lado tóxico das matérias que retratam o número de vítimas da pandemia. Entretanto, trata-se de um caso atípico e por mais maçante que seja, também é através da imprensa que grande parte da população tem acesso a procedimentos, informação sobre prevenção e até mesmo de que forma pedir ajuda. Além disso, infelizmente, pelo que ainda é visto em várias capitais, se tratarmos o tema com meias palavras, muita gente vai voltar à rotina pensando que já está tudo resolvido.  É  preciso aguardar. Para os que acham que a saída inocente para caminhar ou ficar em uma fila para comprar o que nem sempre é necessário, fica o alerta do professor Carlinhos de Jesus sobre a necessidade de se prevenir. Aos companheiros desta Tribuna e seus familiares, se puderem, fiquem em casa. (Marcelo Copelli)




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