Helio Fernandes
Todo o episódio é muito estranho, embora o presidente dos EUA tenha feito a mesma análise deste repórter. Só que naturalmente com outras palavras, ele é o mais poderoso personagem do pais mais importante do mundo. Chamou a atenção de “TODOS OS AMERICANOS, QUE MORAM OU ESTEJAM NO EXTERIOR, PARA QUE TENHAM A MAIOR CAUTELA”.
Reconheceu o estado de BELIGERÂNCIA com o TERRORISMO, embora não saiba de onde virá ou virão as represálias. A mesma coisa que eu disse na segunda-feira, para “postar” na terça. Obama foi mais cauteloso, não quis aumentar o susto que está em todos os lugares, na mente das mais diversas pessoas. Trilionários, bilionários, da classe média de Dona Dilma, os mais de 2 bilhões do mundo todo que vivem abaixo da linha da pobreza.
Não existe a menor dúvida a respeito do que chamei de BIPOLARIDADE TERRORISMO E ANTITERRORISMO, ou mais direto e significativo: o TERRORISMO de um lado e o TERRORISMO do outro. Pode ser a mesma coisa, só que de forma mais clara e compreensível.
Mas no momento estou interessado em desfazer ou entender o que aconteceu na Casa Branca, e o que Obama fez realmente. Apareceu duas na televisão, logicamente as duas a respeito do assunto Bin Laden. Qual teria sido a primeira?
O assassinato e morte de Bin Laden ocorreu às 23,25, hora de Washington. Quando imediatamente Obama foi à televisão, passados um ou dois minutos, não havia nem podia haver mesmo nenhuma prioridade na frente dessa comunicação.
Nem prioridade ou vontade de Obama, que quem estivesse acordado naquele momento, tomasse conhecimento do fato, a não ser pelo próprio presidente. Era tão importante, que só ele poderia dar conhecimento ao país e ao mundo.
Além do mais, essa comunicação prioritária, imperdível para o presidente. Em plena campanha eleitoral, em baixa nas pesquisas, tinha a certeza (que poderia ser também intuição irrefutável), de que sua popularidade ganharia um solavanco positivo, como logo se registrou.
Agora os detalhes para saber quem vem primeiro, a comunicação ao mundo, e a outra, feita no dia seguinte, diretamente pela Casa Branca. Com a foto de Obama ASSISTINDO TODOS OS FATOS IMPORTANTÍSSIMOS, EM TEMPO REAL.
Às 23,27 ou 23,28, anunciando um fato que, como ele registrou, “acontecera às 23,25”, Obama estava de terno e gravata, obrigatório para um acontecimento como aquele, falava para o mundo.
Seriíssimo, conciso, nenhuma restrição à sua aparência. Acabou de falar, se virou sem olhar para as câmeras, elas o acompanharam até que chegasse à porta em frente. Passo firme, olhando seguramente para a frente, sem qualquer hesitação.
Agora, o que a Casa Branca chama de “ASSISTIR TUDO AO VIVO E EM TEMPO REAL”. Obama aparece de roupa esporte, camisa de manga, sem paletó. Com 17 pessoas, todas olhando atentamente PARA A FRENTE, como se estivessem mesmo assistindo um acontecimento histórico.
Estavam numa sala pequeníssima, visivelmente amontoados, quase sem espaço entre eles. A parte administrativa da Casa Branca tem 134 salas como essa, excluídas as das altas autoridades. E lógico, o Salão Oval. Em 1956, (dias 2 e 3 de janeiro), durante dois dias seguidos, Nixon mostrou tudo a Juscelino, que viajava como presidente eleito e ainda não empossado. Com mais três pessoas e um único jornalista.
Por que escolher aquela salinha? E de onde vieram aquelas 17 pessoas, obviamente não estavam trabalhando nem moram na Casa Branca? Como foram chamadas e chegaram à Casa Branca a tempo de assistir tudo em TEMPO REAL com o Obama?
As duas aparições de Obama são simultâneas. 1 – Comunicando pela televisão, em TEMPO INTEGRAL, na hora mesmo em que o fato aconteceu. E que o mundo inteiro, (incluindo este repórter, que não sabia de nada) conheceu por intermédio do presidente.
2 – O TEMPO INTEGRAL da fala presidencial, aconteceu no mesmo exato momento em que ele assistia, em TEMPO REAL, a morte de Bin Laden.
Ninguém percebeu que havia contradição e choque de horário?
PS – O fato é importantíssimo, coloca em DÚVIDA, e praticamente com total CERTEZA, a palavra do homem mais importante do mundo. E da própria Casa Branca.
PS2 – A partir deste exame, todo o resto do acontecimento que levou à morte de Bin Laden, pode ter sido montado com a mesma arrogância e imprudência.
Helio Fernandes
Perda de tempo total, dele e de todos os outros. Só disse bobagem. Acreditem, fez um retrospecto do 11/9, há 10 anos.
Bem que o senador queria deixar o cargo, ser ministro. Acontece que o suplente que iria substitui-lo era presidente do PT, deixou o cargo (demitido), confessou “confusão mental”. Que lástima, Valadares continuará.
Helio Fernandes
A Petrobras já foi a empresa mais popular do Brasil. Veio das lutas para a sua consolidação, e a criação da frase, conhecida e repetida por todos: “O petróleo é nosso”. Não é mais.
Desde as licitações favorecendo as maiores empresas estrangeiras, que escolhiam campos prósperos e com petróleo comprovado, lutavam apenas entre elas. As licitações foram criadas por FHC, quem mais seria capaz disso? Ato explícito e implícito de covardia, não teve coragem de fazer o que fez com a Vale.
Estranho e curioso: a posição da AEPET (Associação dos Engenheiros da Petrobras) e de Dona Dilma, ainda não potência, nem imaginava que algum dia pudesse ocupar o Planalto-Alvorada, não como locatária e sim como proprietária.
A AEPET era contra as licitações, como poderia ser a favor? Só que depois, reexaminando (?) a situação, silenciou, não deu mais uma palavra sobreo assunto. Cardeais da AEPET, participando habitualmente de programas de radio com audiência e repercussão, se escondiam no silêncio, tentavam confundir as coisas. Jamais se explicaram, apesar de intensamente cobrados.
FHC criou essas criminosas licitações, através do Decreto 7890. O pessoal da AEPET fugia de comentar essa impostura. Só este repórter tratava do assunto, condenava com veemência a entrega camuflada da nossa já visível riqueza.
Perdão, a resistência não era exercida apenas pela Tribuna da Imprensa. Dona Dilma, (com Lula já eleito mas ainda não empossado) fazia campanha duríssima contra as licitações. Teve que ser contida por diretores da AEPET. Pediram a ela: “Espere Lula tomar posse, a quinta licitação, de agora, não tem muita importância. Temos que lutar contra a sexta, é a próxima, vai demorar algum tempo”.
Demorou tanto que a AEPET já não combatia o Dec. 7890, e Dona Dilma, assumindo Poderes cada vez maiores, pretendia (e tratou de obter) a oficialização desse decreto, considerando-o c-o-n-s-t-i-t-u-c-i-o-n-a-l e reduzindo o prazo entre as licitações. Um escândalo, qual a surpresa?
Continuei a campanha combatendo esse absurdo. O Procurador-Geral do Paraná, entrou então no Supremo com uma ADIN (Ação Direta de Inconstitucionalidade), tínhamos a certeza de que o 7890 seria sepultado.
Nelson Jobim presidia o Supremo (por causa do rodízio), foi chamado à Casa Branca de Brasília (desculpem, o Planalto ainda não Alvorada) por quem? Lógico, Dona Dilma.
Jobim saiu do encontro com Dona Dilma, com a incumbência: transformar em constitucional o 7890. Já estava em votação, não perceberam, a ADIN do Procurador-Geral do Paraná vencia por 3 a 0. Como fazia sempre, Jobim olhou para o Ministro Eros Grau, ele “pediu vista”. Ficou com o processo meses, enquanto Jobim e Dilma “trabalhavam”.
Quando se convenceram da vitória, colocaram em votação, o 3 a 0 a favor da ADIN se transformou num 7 a 4 contra. Aí as licitações foram sendo aceleradas, a Petrobras foi tendo sua participação diminuída e dinamitada. Sem um protesto, lógico, quem ganhava era o lado mais forte, e esse lado não era o da Petrobras e da coletividade, e sim o do governo. Parece a mesma coisa, erro e equivoco cometido por muita gente.
Aí, honrando o 7890, o PSDB começou um movimento orquestrado contra a Petrobras. Consideravam que isso seria popular e daria votos. Todos foram derrotados na eleição de 2010, começando pelo então senador Jereissati, que apresentou o pedido de CPI.
Esse senador respondia a processo desde 2001, quando governador do Ceará, acusado de ter falido o Banco do Estado. Como se elegeu senador logo em 2002, o processo foi para o Supremo. Onde ministros “prestimosos” vigiavam para que não saísse das gavetas,
Agora, descobriram que a Petrobras não é mais majoritária. E não é só isso: publicam que não é autossuficiente na produção, estaria importando, ela que se considerava potência, queria até pertencer à OPEP.
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PS – Tudo farsa, mistificação, campanha dirigida para derrubar a empresa, desmoralizá-la diante da opinião pública.
PS2 – No momento se trava grande batalha dentro da empresa. O grupo nacional não quer aumento do combustível, já é um dos mais caros do mundo.
PS3 – Os multinacionais, favorecidos pelas licitações, querem aumento imediato, conseguirão? A não ser que haja campanha contra esse aumento, realmente inacreditável. E Dona Dilma. Voltará para 2001, mudará para 2003, ou fará o quê?
Fonte: Tribuna da Imprensa