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quarta-feira, dezembro 30, 2020

Não deseje “Feliz Ano Novo” a Bolsonaro, pois ele pode reagir, pensando que é gozação


TRIBUNA DA INTERNET | Eleitores e Bolsonaro sofrem “bullying” da imprensa, do Congresso e do Supremo

Charge do Luzcar (Charge Online)

Carlos Newton

Desta vez, não adianta desejar um feliz Ano Novo ao presidente Jair Bolsonaro, porque ele sabe que isso é impossível e simplesmente “non ecziste”, como diria o saudoso e incisivo padre Óscar Quevedo. O chefe do governo está ciente de que, do início ao fim, 2021 está fadado a ser um ano infernal não somente para ele, mas para toda a  família, cada vez mais envolvida em processos criminais sobre rachadinhas e servidores fantasmas, e tudo em dinheiro vivo, uma marca registrada que contamina até as duas ex-mulheres do irrequieto capitão, Rogéria e Ana Cristina.

A família está toda enrolada, mas o próprio Bolsonaro também se encalacrou e em 2021 terá de empregar todas as forças para evitar a tramitação de algum pedido de impeachment, e isso parece ser inevitável.

MATRIZ E FILIAL – Os áulicos mais otimistas podem tentar iludir Bolsonaro citando casos ocorridos em nossa matriz, os USA, como os fracassados impeachments de Bill Clinton e de Donald Trump.

Mas Bolsonaro sabe que na filial Brazil os processos têm uma característica muito diferente do que nos Estados Unidos. Lá na matriz USA, é muito mais difícil concretizar, porque vai depender de quem tem maioria no Parlamento, sejam democratas ou republicanos

Aqui na filial Brazil, basta o pedido ser aceito e começar a tramitar, porque ele sempre vem embasado em fatos sinistros e que não admitem contemplação, é uma viagem sem volta rumo ao impeachment.

Assim, não adianta comprar o Centrão por 30 dinheiros nem contar com os partidos A, B ou C, porque deputados e senadores não ligam para partidos e a maioria sempre acaba votando a favor do impeachment, simplesmente por considerar o presidente um corrupto de terceira categoria, que permitiu ser flagrado.

NÃO FALTAM MOTIVOS – No caso de Jair Bolsonaro, as provas de crimes de responsabilidade, falta de decoro e infrações criminais são abundantes e inquestionáveis. Seriam suficientes para afastar pelo menos uma dúzia de governantes, mas até agora Bolsonaro está incólume, porque o ainda presidente da Câmara, Rodrigo Maia, continua sentado sobre uma pilha de 50 pedidos que sequer foram lidos pela Mesa da Câmara. Maia se justifica dizendo que o país está em crise por causa da pandemia e não há clima para impeachment.

O pior problema de Bolsonaro está nos quatro inquéritos no Supremo, cuja tramitação ocorre da seguinte forma: após encerradas as investigações, os relatores Alexandre de Moraes (atos antidemocráticos, fake news e interferência na Polícia Federal) e Cármen Lúcia (caso Abin) pedem parecer da Procuradoria-Geral da República para abrir processo contra o presidente.

Ou seja, esse pedido ao procurador Augusto Aras será feito quatro vezes e, para que seja iniciado o processo do impeachment, ele só precisa dar parecer favorável a apenas um dos inquéritos.

AFASTAMENTO – Quando o presidente da Câmara (crime de responsabilidade) ou o procurador-geral (crimes comuns) aceitam abertura do processo, não importa a modalidade, o presidente da República é imediatamente afastado por 180 dias.

Em todos os quatro inquéritos do STF, a situação de Bolsonaro é dificílima, até porque há cruzamento de ilicitudes – as investigações separadas das “fakes news” e dos atos antidemocráticos envolvem o indefectível Gabinete do Ódio, que funciona no terceiro andar do Planalto, reservado à assessoria direta do presidente.

O mesmo fenômeno ocorre nos inquéritos sobre interferência na Polícia Federal e atuação da Abin para anular a investigação contra o senador Flávio Bolsonaro, em que os crimes se cruzam e se completam.

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P.S.
 – Esta é a realidade dos fatos. Os inquéritos contra Bolsonaro tramitam separadamente, mas todos os caminhos levam a Roma – digo, ao impeachment, devido ao encadeamento das provas, que tornam obrigatória a abertura de processos, com parecer favorável do procurador Aras, aquele que Bolsonaro desprezou na escolha para o Supremo. É só uma questão de tempo. Por isso, se você quer desejar “Feliz Ano Novo” a Bolsonaro, lembre-se de que o presidente não está aí para brincadeiras… (C.N.)

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