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sexta-feira, janeiro 25, 2019

Comunicação do governo tem que ser gratuita, a publicidade paga é muito diferente


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Nizan Guanaes, da CDN, perdeu um contrato de 30 milhões
Pedro do Coutto
Hoje, escrevo sobre três assuntos: a comunicação governamental; a proposta do Ministro Paulo Guedes de reduzir Imposto de Renda para as empresas e o recurso de editoras contra o que seria a venda da Abril, que edita a revista Veja. Então, vamos por partes.  
Primeiro, a reportagem de Leonencio Nossa e Vera Rosa, edição de ontem de O Estado de São Paulo, focalizando opiniões do general Carlos Alberto dos Santos Cruz, Secretário de Governo, sobre a necessidade de uma reforma no sistema de divulgação do governo federal.
MUITOS ABSURDOS – O general Santos Cruz está realizando uma análise dos contratos de publicidade da administração pública, já encontrou verdadeiros absurdos nos contratos publicitários da administração pública. Ele repetiu afirmações feitas pelo próprio Presidente da República de que em muitas fontes encontrou ações escusas de grupos que estavam no poder, numa escala em que responsáveis inclusive estão sujeitos a um leque de acusações.
Há, na minha opinião, um pensamento absolutamente errado no que diz respeito a publicação de assuntos governamentais. Essa divulgação tem que seguir obrigatoriamente um estilo jornalístico. Não há necessidade alguma de tal comunicação ser paga.
O problema é que os assuntos da administração pública sejam claramente redigidos e possuam interesse público. O mesmo critério se aplica à divulgação pelas emissoras de televisão e rádio.
INFILTRAÇÕES – No meio do tema comunicação penetram agências de publicidade e prestadoras de serviços que atribuem a si próprias a publicação de matérias não produzidas por elas. Existem contratos de vários milhões de reais jogados fora.
Além disso, ocorre também fraude quando essas empresas atribuem também como trabalho seu o fato (falso) de terem conseguido bloquear matérias contrárias a este ou aquele setor ou a esta ou aquela empresa estatal. Farsa total que se desloca para uma tarefa impossível.
Só com a agência CDN, de Guga Valente e Nizan Guanaes, o governo tinha um contrato de R$ 30 milhões.
MENOS IMPOSTOS – O segundo assunto refere-se à proposição do Ministro Paulo Guedes de reduzir o Imposto de Renda para as empresas para apenas 15%. Estranho que, para as pessoas físicas com rendimento mensal acima de 4.200 reais, sejam descontados mensalmente 27,5% para o IR. Dois peso e duas medidas, portanto.
O terceiro assunto tem base em matéria de Fábio Pupo, Valor, destacando que editoras de jornais e revistas estão recorrendo à Justiça contra o que seria a venda da Abril, que edita a Veja para o advogado Fabio Carvalho, que teria adquirido o grupo por 100.000 reais. O fato principal é que ele assumiu uma dívida de 1 bilhão e 600 milhões de reais. As empresas concorrentes queixam-se que não tiveram oportunidade para apresentar suas propostas.
No jornalismo existem inúmeros precedentes de ações deste tipo. Seu objetivo é fugir do passivo trabalhista e das dívidas acumuladas para o INSS e FGTS. Ou seja, mais fraudes.

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