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domingo, junho 24, 2012

Rio+20: se não nos deixam sonhar, não os deixaremos dormir, como diziam os manifestantes anticapitalistas catalães.

Jacques Gruman



Julgamento do mensalão só depende de Lewandowski, o ministro do Supremo que é amigo pessoal de Lula

Carlos Newton

A grande farsa

Carlos Chagas


A respeito de Lula e de alianças espúrias

Felinto Ribeiro

Despachos judiciais confundem forma e conteúdo de processos

Pedro do Coutto


Coluna A Tarde: Ministro sob suspeição

Prisões, privatização e padrinhos

Paul Krugman (Folha de S. Paulo)



Mudanças no mapa latino ameaçam o Mercosul

Marcio Augusto Lacerda



Em dia de oficialização da candidatura, Serra divulga jingle, com melodia ‘Eu quero tchu, eu quero tcha’

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Foto: José Cruz/Agência Brasil



Assessor de Dilma garante que Brasil não intervirá em questões internas do Paraguai

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Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil




‘Antes de falar bobagem, Dilma deveria pensar em nós’, diz brasiguaio sobre eventuais sanções ao Paraguai

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Foto: Divulgação
















Roberto Freire critica 'otimismo exagerado' de Mantega e o compara a Cândido, de Voltaire

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Garanta a sua aposentadoria
por invalidez

O jornal Agora traz hoje um passo a passo para conseguir o benefício. Segurado poderá garantir o auxílio na Justiça



Candidatos governistas evitam ir a Cachoeira com medo de vaias


 

CNBB cobra do Congresso e do STF punição para corruptos

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Presidente da CNBB teme que falta de punição incentive outros crimes



Morte de PC Farias permanece sem julgamento

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Crime foi cometido há 16 anos



Cai mais um segredo da ditadura: a Casa da Morte, em Petrópolis

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Reportagem do jornal O Globo traz depoimento do “Doutor Pablo”, que conduzia a tortura num centro clandestino do Exército; Claudio Guerra confirma a história e o convoca a ajudar na comissão da verdade





Modelo americana pode ser o novo amor de Johnny Depp Torcedor são-paulino protesta durante partida contra a Portuguesa Crianças se divertem em antiga Febem que virou parque na zona leste
Incêndio em fábrica de tecelagem do Bom Retiro Policial foi alvo de bandidos ao chegar em sua casa Carro é atingido em troca de tiros entre a polícia e os bandidos



Política

Mino Carta
   


Se Paulo Maluf fosse de outra terra, já estaria há tempo na cadeia, ou teria sido trucidado pela turba enfurecida, ou teria sido pendurado de cabeça para baixo em uma bomba de gasolina. Ou teria sofrido, na melhor das hipóteses para ele, o ostracismo político. Paulo Maluf é, porém, brasileiro. E de cadeia para ricos e de turba enfurecida, nem sombra.
O Brasil é bastante peculiar, como alguns sabem, outros fingem não saber e outros mais simplesmente ignoram porque vivem no Limbo. A sociedade nativa não prima pelo caráter e não cultiva a memória. Refiro-me aos brasileiros que poderiam e deveriam ter a consciência da cidadania. O Brasil é o país onde uma Lei da Anistia imposta manu militari pela ditadura continua em vigor, embora acreditemos usufruir de uma democracia plena.
É apenas um exemplo do nosso atraso político, cívico, cultural, moral. O Brasil é o país onde um oligarca como José Sarney, feudatário do estado mais infeliz da Federação, pode tornar-se presidente da República. E é o país onde, diante da indiferença geral, 50 mil conterrâneos são assassinados anualmente e 64% da população não conta com saneamento básico. E é o país onde a casa-grande e a senzala ainda estão de pé e, embora dono do sexto PIB do mundo, ombreia-se com as mais miseráveis nações africanas em matéria de péssima distribuição de renda.
O Brasil é também o país onde pululam os políticos corruptos, prontos a entender que o poder lhes entrega o bem público qual fosse privado, e onde os partidos nunca deixaram de ser clubes recreativos de grupelhos de senhores dispostos a funcionar como bandeirolas. Houve, por algum tempo, uma exceção, o Partido dos Trabalhadores, nascido à sombra do sindicalismo liderado por um certo Luiz Inácio da Silva, dito Lula. Partia de uma plataforma radical e seu ideólogo chamava-se, pasmem, Francisco Weffort.
Até aqui, coisas do Brasil. Peculiaridades. A situação evoluiu. Enquanto Weffort aderia à sua verdadeira natureza e alegremente tucanava, o PT ganhava contornos mais contemporâneos para assumir a linha de um partido de esquerda afinado com os tempos. Depois de três tentativas frustradas de chegar à Presidência, Lula, enfim no sobrenome, emplacou a quarta. O PT, contudo, revelou outra face e no poder portou-se como os demais que o precederam. Nos últimos dez anos, o Brasil deu importantes passos à frente, tanto do ponto de vista social quanto na independência da sua política exterior, mas não os devemos ao PT e sim a Lula e agora a Dilma Rousseff.
Nada de surpresas. A atuação de um líder no Brasil sempre foi mais determinante do que a de um partido ou de uma ideologia. De resto, a população está acostumada a votar naqueles, autênticos ou falsos, em lugar deste e muito menos desta. Peculiaridades. Grandes e tradicionais partidos, obviamente estrangeiros, cuidaram sempre de manter constante contato com os eleitores para convencê-los, tempo adentro, da qualidade das suas propostas e da validade da sua linha política. Setores da Igreja Católica realizaram esse gênero de aproximação em tempos da ditadura e mostraram em vão o caminho, sem imaginar que viria João Paulo II. Hoje contamos com a ação capilar e exitosa das confissões evangélicas, visceralmente desinteressadas em doutrinação política. Muito bem-sucedidas, no entanto. Nada parecido o PT soube ou quis realizar.
Isso tudo explica inclusive como e por que o Brasil é ingovernável sem que alianças de ocasiões sejam seladas ao sabor do oportunismo contingente. As agremiações políticas lembram-se dos eleitores somente às vésperas do pleito e a combinação que resulta está longe do ideal, infinitamente longe. Observem o comportamento mais recente da bandeirola Maluf. Apoiou Marta Suplicy contra José Serra em 2004 na eleição à prefeitura paulistana. Apoiou Serra em 2010 contra Dilma na eleição presidencial e logo bandeou seu PP para a base de sustentação do governo. Agora posta-se ao lado do candidato Fernando Haddad depois de ter ameaçado apoiar novamente Serra.
Nefandas peculiaridades, tradicionais. Parece, no entanto, que outra está em xeque, aquela que periodicamente conclama à chamada “conciliação das elites”. Claro está que Lula enxerga no pleito municipal da maior cidade do País um embate decisivo para os destinos da guerra contra a reação, tão bem representada pela candidatura de José Serra e pela mídia nativa. Neste sentido, tranca-se a porta da conciliação, e Lula e Dilma confirmam escapar à regra.
No confronto paulistano, CartaCapital escolhe Haddad. Entende e louva, entretanto, a atitude de Luiza Erundina, honrada, coerente, rara personagem em meio às peculiaridades, assim como lamenta o aperto de mão de Lula com Maluf à sombra da coleção de porcelana da Companhia das Índias que decora a mansão (esta sim, mansão, prezados perdigueiros da informação) do único político brasileiro procurado pela Interpol, com lugar de honra no hall of fame da corrupção, organizado pelo Banco Mundial.
Resta ver qual é o limite do pragmatismo desta nossa peculiar realpolitik. No caso, dói engoli-la.


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