Jacques Gruman
Carlos Newton
Carlos Chagas
Felinto Ribeiro
Pedro do Coutto
Marcio Augusto Lacerda
Garanta a sua aposentadoria
Política
Mino Carta
Se Paulo Maluf fosse de outra terra, já estaria há tempo na cadeia, ou teria sido trucidado pela turba enfurecida, ou teria sido pendurado de cabeça para baixo em uma bomba de gasolina. Ou teria sofrido, na melhor das hipóteses para ele, o ostracismo político. Paulo Maluf é, porém, brasileiro. E de cadeia para ricos e de turba enfurecida, nem sombra.
O Brasil é bastante peculiar, como alguns sabem, outros fingem não saber e outros mais simplesmente ignoram porque vivem no Limbo. A sociedade nativa não prima pelo caráter e não cultiva a memória. Refiro-me aos brasileiros que poderiam e deveriam ter a consciência da cidadania. O Brasil é o país onde uma Lei da Anistia imposta manu militari pela ditadura continua em vigor, embora acreditemos usufruir de uma democracia plena.
É apenas um exemplo do nosso atraso político, cívico, cultural, moral. O Brasil é o país onde um oligarca como José Sarney, feudatário do estado mais infeliz da Federação, pode tornar-se presidente da República. E é o país onde, diante da indiferença geral, 50 mil conterrâneos são assassinados anualmente e 64% da população não conta com saneamento básico. E é o país onde a casa-grande e a senzala ainda estão de pé e, embora dono do sexto PIB do mundo, ombreia-se com as mais miseráveis nações africanas em matéria de péssima distribuição de renda.
O Brasil é também o país onde pululam os políticos corruptos, prontos a entender que o poder lhes entrega o bem público qual fosse privado, e onde os partidos nunca deixaram de ser clubes recreativos de grupelhos de senhores dispostos a funcionar como bandeirolas. Houve, por algum tempo, uma exceção, o Partido dos Trabalhadores, nascido à sombra do sindicalismo liderado por um certo Luiz Inácio da Silva, dito Lula. Partia de uma plataforma radical e seu ideólogo chamava-se, pasmem, Francisco Weffort.
Até aqui, coisas do Brasil. Peculiaridades. A situação evoluiu. Enquanto Weffort aderia à sua verdadeira natureza e alegremente tucanava, o PT ganhava contornos mais contemporâneos para assumir a linha de um partido de esquerda afinado com os tempos. Depois de três tentativas frustradas de chegar à Presidência, Lula, enfim no sobrenome, emplacou a quarta. O PT, contudo, revelou outra face e no poder portou-se como os demais que o precederam. Nos últimos dez anos, o Brasil deu importantes passos à frente, tanto do ponto de vista social quanto na independência da sua política exterior, mas não os devemos ao PT e sim a Lula e agora a Dilma Rousseff.
Nada de surpresas. A atuação de um líder no Brasil sempre foi mais determinante do que a de um partido ou de uma ideologia. De resto, a população está acostumada a votar naqueles, autênticos ou falsos, em lugar deste e muito menos desta. Peculiaridades. Grandes e tradicionais partidos, obviamente estrangeiros, cuidaram sempre de manter constante contato com os eleitores para convencê-los, tempo adentro, da qualidade das suas propostas e da validade da sua linha política. Setores da Igreja Católica realizaram esse gênero de aproximação em tempos da ditadura e mostraram em vão o caminho, sem imaginar que viria João Paulo II. Hoje contamos com a ação capilar e exitosa das confissões evangélicas, visceralmente desinteressadas em doutrinação política. Muito bem-sucedidas, no entanto. Nada parecido o PT soube ou quis realizar.
Isso tudo explica inclusive como e por que o Brasil é ingovernável sem que alianças de ocasiões sejam seladas ao sabor do oportunismo contingente. As agremiações políticas lembram-se dos eleitores somente às vésperas do pleito e a combinação que resulta está longe do ideal, infinitamente longe. Observem o comportamento mais recente da bandeirola Maluf. Apoiou Marta Suplicy contra José Serra em 2004 na eleição à prefeitura paulistana. Apoiou Serra em 2010 contra Dilma na eleição presidencial e logo bandeou seu PP para a base de sustentação do governo. Agora posta-se ao lado do candidato Fernando Haddad depois de ter ameaçado apoiar novamente Serra.
Nefandas peculiaridades, tradicionais. Parece, no entanto, que outra está em xeque, aquela que periodicamente conclama à chamada “conciliação das elites”. Claro está que Lula enxerga no pleito municipal da maior cidade do País um embate decisivo para os destinos da guerra contra a reação, tão bem representada pela candidatura de José Serra e pela mídia nativa. Neste sentido, tranca-se a porta da conciliação, e Lula e Dilma confirmam escapar à regra.
No confronto paulistano, CartaCapital escolhe Haddad. Entende e louva, entretanto, a atitude de Luiza Erundina, honrada, coerente, rara personagem em meio às peculiaridades, assim como lamenta o aperto de mão de Lula com Maluf à sombra da coleção de porcelana da Companhia das Índias que decora a mansão (esta sim, mansão, prezados perdigueiros da informação) do único político brasileiro procurado pela Interpol, com lugar de honra no hall of fame da corrupção, organizado pelo Banco Mundial.
Resta ver qual é o limite do pragmatismo desta nossa peculiar realpolitik. No caso, dói engoli-la.
Felinto Ribeiro
Pedro do Coutto
Coluna A Tarde: Ministro sob suspeição
Paul Krugman (Folha de S. Paulo)Marcio Augusto Lacerda
Em dia de oficialização da candidatura, Serra divulga jingle, com melodia ‘Eu quero tchu, eu quero tcha’
Foto: José Cruz/Agência Brasil
Argentina retira embaixador do Paraguai; Dilma reúne ministros
Governo de Cristina Kirchner é mais um a não reconhecer o comando de Federico FrancoEm Brasília, manifestantes protestam contra o impeachment de Lugo
Movimentos sociais fizeram ato público em frente à Embaixada do ParaguaiRio+20 decepciona ao não transformar discursos em prática
Texto final da cúpula recebeu críticas de ambientalistasCúpula dos Povos diz que vida é mercantilizada
Texto final defende a justiça social e ambienta
Assessor de Dilma garante que Brasil não intervirá em questões internas do Paraguai
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
‘Antes de falar bobagem, Dilma deveria pensar em nós’, diz brasiguaio sobre eventuais sanções ao Paraguai
Foto: Divulgação
PMDB e PT lançam chapa de Eduardo Paes à reeleição
Cabral e Paes fazem duras críticas contra Cesar MaiaA crise no Paraguai e a estabilidade continental
Mauro Santayana analisa o cenário na América do SulEleições: Haddad ataca Serra e gestão de Kassab em evento
Candidato petista celebrou apoio do PCdoBMéxico é alvo de série de ataques a bomba
Capital e Guadalajara registraram explosões
condenaçãoFazenda mantém multa para
banco que irrigou mensalão- Dirigentes negam descumprimento de regras
- Painel: Julgalmento corre contra o relógio
- Janio de Freitas: O mensalão no banco dos réus
Consumidora é indenizada em R$ 10 mil por ter encontrado camisinha em extrato de tomate
Lugo chama Brasil de amigo e alerta para volta da ditadura no Paraguai
Nossos amigos, os presidentes de Brasil, Argentina, Uruguai, estão retirando embaixadores', disse ex-presidente
- Destituição foi 'rito sumário', diz governo brasileiro
- 'Brasil tem de respeitar nossa escolha', diz senador
- Argentina retira seu embaixador do Paraguai
- OEA questiona julgamento sumário de Lugo
- Franco começa a formar novo gabinete
- ARIEL PALACIOS: breve vocabulário paraguaio
- ACERVO: Lugo e as cenas de um governo instável
Bancos e telefonia ferem ao menos três regras do Código do Consumidor
Segundo Procon, principais problemas são cobrança indevida e não cumprimento ou mudança de contratos
Por que shoppings viraram alvo do Ministério Público em São Paulo?
Brechas na legislação, funcionários corruptos e excesso de burocracia ajudam a explicar escândalos
Segundo acusado de matar Mércia Nakashima é preso em Alagoas
Evandro Santos, suspeito de ajudar Mizael Bispo no crime em SP, foi detido após denúncia anônima
Avião usado por Dilma Rousseff sofre pane após encerramento da Rio+20
Airbus usado pela presidente apresentou um pequeno problema no sistema de pressurização após decolar
Soninha alfineta Haddad: 'Ele precisa comer muito feijão com arroz'
- Mítica do articulador Dora Kramer
- O fim do mundo Antero Greco
- Macarronada Luis Fernando Verissimo
- O dérbi da impunidade
Livro reconta resistência à ditadura em Brasília
Jornal de Década de 70, livro que será lançado esta semana resgata a história da imprensa alternativa de Brasília durante o regime militar, dos jornais nanicos ao bloco carnavalesco Pacotão, que irritou José Sarney no início da redemocratização do país.Continue Lendo...
Heitor Peixoto: Assim se passaram 23 anos e um minuto e 43 segundos
Carlos Lungarzo: a absurda perseguição a Julian Assange
Novo presidente paraguaio vai procurar Dilma
Ministro quer dar a prefeitos R$ 20 bi para saneamento
Aguinaldo Ribeiro tenta liberar verba para que possa ser usada antes as eleições municipais, informa Leandro Mazzini, na Coluna EsplanadaFraude exige reação imediata em defesa dos concursos públicos
“Na cidade de São Lourenço do Piauí, onze candidatos aprovados para as 27 vagas oferecidas pelo concurso são parentes do prefeito. A relação inclui o filho e a filha”Comprovação de bons antecedentes causa polêmica
Etapa comum nos concursos públicos, investigação de vida pregressa é questiona por não ser baseada em regras clarasParlamentares pregam sanções contra o Paraguai
Cláusula do Protocolo de Ushuaia, assinado em 2001, prevê que a Unasul pode até fechar fronteiras e cortar o fornecimento de energia elétrica caso entenda que no caso da deposição de Fernando Lugo houve “rompimento da ordem democrática”Brasil condena deposição de Lugo e convoca embaixador
Para o governo brasileiro, Fernando Lugo "não teve o amplo direito de defesa assegurado"
Roberto Freire critica 'otimismo exagerado' de Mantega e o compara a Cândido, de Voltaire
Garanta a sua aposentadoria
por invalidez
O jornal Agora traz hoje um passo a passo para conseguir o benefício. Segurado poderá garantir o auxílio na Justiça
Na ponta do lápis
redução do IPI
Candidatos governistas evitam ir a Cachoeira com medo de vaias
CNBB cobra do Congresso e do STF punição para corruptos
Presidente da CNBB teme que falta de punição incentive outros crimes
Morte de PC Farias permanece sem julgamento
Crime foi cometido há 16 anos
Cai mais um segredo da ditadura: a Casa da Morte, em Petrópolis
Reportagem do jornal O Globo traz depoimento do “Doutor Pablo”, que conduzia a tortura num centro clandestino do Exército; Claudio Guerra confirma a história e o convoca a ajudar na comissão da verdade
Tratamento dentário
Atendimento dos alunos
Federico Franco
Política
Mino Carta
Se Paulo Maluf fosse de outra terra, já estaria há tempo na cadeia, ou teria sido trucidado pela turba enfurecida, ou teria sido pendurado de cabeça para baixo em uma bomba de gasolina. Ou teria sofrido, na melhor das hipóteses para ele, o ostracismo político. Paulo Maluf é, porém, brasileiro. E de cadeia para ricos e de turba enfurecida, nem sombra.
O Brasil é bastante peculiar, como alguns sabem, outros fingem não saber e outros mais simplesmente ignoram porque vivem no Limbo. A sociedade nativa não prima pelo caráter e não cultiva a memória. Refiro-me aos brasileiros que poderiam e deveriam ter a consciência da cidadania. O Brasil é o país onde uma Lei da Anistia imposta manu militari pela ditadura continua em vigor, embora acreditemos usufruir de uma democracia plena.
É apenas um exemplo do nosso atraso político, cívico, cultural, moral. O Brasil é o país onde um oligarca como José Sarney, feudatário do estado mais infeliz da Federação, pode tornar-se presidente da República. E é o país onde, diante da indiferença geral, 50 mil conterrâneos são assassinados anualmente e 64% da população não conta com saneamento básico. E é o país onde a casa-grande e a senzala ainda estão de pé e, embora dono do sexto PIB do mundo, ombreia-se com as mais miseráveis nações africanas em matéria de péssima distribuição de renda.
O Brasil é também o país onde pululam os políticos corruptos, prontos a entender que o poder lhes entrega o bem público qual fosse privado, e onde os partidos nunca deixaram de ser clubes recreativos de grupelhos de senhores dispostos a funcionar como bandeirolas. Houve, por algum tempo, uma exceção, o Partido dos Trabalhadores, nascido à sombra do sindicalismo liderado por um certo Luiz Inácio da Silva, dito Lula. Partia de uma plataforma radical e seu ideólogo chamava-se, pasmem, Francisco Weffort.
Até aqui, coisas do Brasil. Peculiaridades. A situação evoluiu. Enquanto Weffort aderia à sua verdadeira natureza e alegremente tucanava, o PT ganhava contornos mais contemporâneos para assumir a linha de um partido de esquerda afinado com os tempos. Depois de três tentativas frustradas de chegar à Presidência, Lula, enfim no sobrenome, emplacou a quarta. O PT, contudo, revelou outra face e no poder portou-se como os demais que o precederam. Nos últimos dez anos, o Brasil deu importantes passos à frente, tanto do ponto de vista social quanto na independência da sua política exterior, mas não os devemos ao PT e sim a Lula e agora a Dilma Rousseff.
Nada de surpresas. A atuação de um líder no Brasil sempre foi mais determinante do que a de um partido ou de uma ideologia. De resto, a população está acostumada a votar naqueles, autênticos ou falsos, em lugar deste e muito menos desta. Peculiaridades. Grandes e tradicionais partidos, obviamente estrangeiros, cuidaram sempre de manter constante contato com os eleitores para convencê-los, tempo adentro, da qualidade das suas propostas e da validade da sua linha política. Setores da Igreja Católica realizaram esse gênero de aproximação em tempos da ditadura e mostraram em vão o caminho, sem imaginar que viria João Paulo II. Hoje contamos com a ação capilar e exitosa das confissões evangélicas, visceralmente desinteressadas em doutrinação política. Muito bem-sucedidas, no entanto. Nada parecido o PT soube ou quis realizar.
Isso tudo explica inclusive como e por que o Brasil é ingovernável sem que alianças de ocasiões sejam seladas ao sabor do oportunismo contingente. As agremiações políticas lembram-se dos eleitores somente às vésperas do pleito e a combinação que resulta está longe do ideal, infinitamente longe. Observem o comportamento mais recente da bandeirola Maluf. Apoiou Marta Suplicy contra José Serra em 2004 na eleição à prefeitura paulistana. Apoiou Serra em 2010 contra Dilma na eleição presidencial e logo bandeou seu PP para a base de sustentação do governo. Agora posta-se ao lado do candidato Fernando Haddad depois de ter ameaçado apoiar novamente Serra.
Nefandas peculiaridades, tradicionais. Parece, no entanto, que outra está em xeque, aquela que periodicamente conclama à chamada “conciliação das elites”. Claro está que Lula enxerga no pleito municipal da maior cidade do País um embate decisivo para os destinos da guerra contra a reação, tão bem representada pela candidatura de José Serra e pela mídia nativa. Neste sentido, tranca-se a porta da conciliação, e Lula e Dilma confirmam escapar à regra.
No confronto paulistano, CartaCapital escolhe Haddad. Entende e louva, entretanto, a atitude de Luiza Erundina, honrada, coerente, rara personagem em meio às peculiaridades, assim como lamenta o aperto de mão de Lula com Maluf à sombra da coleção de porcelana da Companhia das Índias que decora a mansão (esta sim, mansão, prezados perdigueiros da informação) do único político brasileiro procurado pela Interpol, com lugar de honra no hall of fame da corrupção, organizado pelo Banco Mundial.
Resta ver qual é o limite do pragmatismo desta nossa peculiar realpolitik. No caso, dói engoli-la.