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quinta-feira, dezembro 16, 2010

Em pleno ostracismo político nacional, tentando intimidar a Alerj, Sergio Cabral se manifesta a favor do aborto, com uma frase de débil mental: “Quem é aqui, que não TEVE uma namoradinha que TEVE de abortar?”

Helio Fernandes

No meio de toda a confusão do Brasil e do mundo, com tantos fatos a comentar e a examinar, precisávamos tratar da questão Sergio Cabral. Pelo menos, a partir da derrota escandalosa da tentativa de “nomeação” do Sergio Cortes, secretário estadual de Saúde, que pretendia “promover” a Ministro.

Fui adiando, mas agora, depois da vergonhosa manifestação sobre o aborto, não posso retardar mais, juntando essa declaração com os problemas políticos (com Dona Dilma) e os da Alerj. Pretende eleger o presidente dessa “casa”, com medo de sofrer impeachment, ou desaprovação de projetos.

O aborto é hoje uma questão que movimenta e mobiliza o mundo. Pode ser dito que metade é CONTRA, metade a FAVOR. Nos EUA a divergência é tão grande, que dos 9 juízes da Suprema Corte, quatro são a FAVOR, quatro CONTRA, e o último não tem opinião formada. Por isso, a Corte não se manifesta. E quando surge uma vaga (rara, eles são vitalícios, como foram no Brasil até 1926) esse indicado é examinadíssimo, principalmente em relação ao aborto.

Qualquer um pode tomar posição em relação aos mais diversos assuntos. Mas com seriedade, respeito, dignidade, até pedindo desculpas. E não da forma que o governador considerou “brincalhona”, e que é vergonhosa, escandalosa, escabrosa, torpe e sem respeitabilidade.

Terminando essa parte mistificadora e execrável, antes de passar ao exame político e eleitoral, a constatação: Sergio Cabral precisa urgentemente de um psiquiatra. Não servem psicólogos ou psicanalistas, sua deterioração mental está num estágio gravíssimo.

(Também um revisor de textos. Quem numa frase de 12 palavras repete duas vezes o TEVE, não “teve” bons professores ou formação adequada. O que nele é o habitual).

Como a fase não é boa, não é apenas a deturpação mental que foi atingida. O episódio Sergio Cortes, da forma como foi tratado pelo governador, já um sinal de deterioração mental alarmante, não levado em consideração.

Desinformado, mas arrogante no exagero da mediocridade e da senilidade precoce, o governador, antes de ir conversar com a presidente eleita, devia saber sem qualquer dúvida: ela já havia afastado candidatos à pasta da Saúde, com muito mais credenciais do que o nome que o governador levara. Publicamente, Dona Dilma já dissera: “O Ministro da Saúde sairá da minha cota pessoal”. Nem isso o governador sabia? Conversaram mesmo, mas Dona Dilma deixou bem clara sua posição.

Primário, sem inteligência ou cultura (tem habilidade e o “dom” de saber rastejar), resolveu que podia fazer a presidente voltar atrás através da intimidação. O que não podia era deixar o apaniguado Sergio Cortes apenas secretário. Então, sem nenhum constrangimento, revelou publicamente: “A presidente Dilma CONVIDOU Sergio Cortes para Ministro da Saúde”. E viajou para a Argentina.

Tão debilmente como seria depois (agora) na questão do aborto, mentiu despudoradamente, desafiou Dona Dilma e o próprio PMDB, e o que aconteceu? A presidente e o partido fulminaram esse governador impostor.

A presidente eleita veio a público, desmentiu tudo o que o governador falara, reafirmou que “não convidara” ninguém para Ministro da Saúde. O PMDB também não deixou de graça, acertou e atingiu duramente o governador, desmentindo-o de forma jamais vista.

Como todo primário, Sérgio Cabral acreditou que pedindo desculpas públicas, tudo seria esquecido, “afinal, sou governador eleito e reeleito do importante Estado do Rio”.

Acontece que a presidente eleita ficou tão revoltada, que desde então não chamou Sergio Cabral para mais nenhuma conversa. Ele telefonou duas vezes para a presidente eleita, mas a “filtragem” é tão bem feita, que os telefonemas não chegaram (oficialmente) a ela. Pode dizer, sem mentir, que não sabe de nada. Mas não “retornou”.

Também tentou falar com o ainda presidente Lula, não conseguiu. Ricardo Teixeira garante que tem o celular do presidente (Sérgio Cabral nem isso). É lógico que um presidente da República tem vários celulares, quando um deles toca, já sabe quem é. Ou pode trocar de número em 5 minutos, sem Sergio Cabral saber.

Como dizia Jô Soares (quando fazia programa de televisão), “é a fase”, copiada do genial Chico Anysio, nada dá certo para o governador. Está alarmado e assustado com a eleição para presidente da Alerj. Se for alguém da oposição, pode criar enormes problemas para ele.

Logo a Alerj, que dominou por 16 anos. Oito com ele mesmo na presidência, outros oito com o “irmão-camarada” Picciani, que como disse aqui muito antes, não tinha cacife para se eleger senador, mesmo ou principalmente com apoio do próprio governador.

O costume, hábito, tradição (portanto, mais do que lei) na Câmara Federal e na própria Alerj, é no início da nova legislatura, o deputado mais velho abrir a sessão, presidi-la e eleger o presidente, que geralmente está referendado entre os partidos, e assume logo.

(Foi assim que o Doutor Ulysses, presidente da Câmara, descobriu que podia ser eleito por mais 2 anos, sem ferir a legislação, que proibia reeleição. Acaba a legislatura, a Câmara fechava, quando reabria depois da eleição, ele conseguia novo mandato, sem ser reeleito. Acabados esses dois anos, no meio da legislatura, tinha que sair, saía mesmo).

***

PS – Na reabertura da Alerj, a presidência será ocupada por Gerson Bergher, de vários mandatos, e o mais idoso, tem 85 anos. Defende votação igual à da Câmara Federal (e do Senado), com voto secreto.

PS2 – Cabral tem quase certeza que com esse sistema tradicional, seu candidato Paulo Mello, do PMDB, será derrotado por Jorge Abrahão, do mesmo PMDB.

PS3 – Cabral quer então inovar completamente: pretende que na reabertura, a Alerj seja presidida não pelo mais antigo (Bergher, não amestrado) e sim pelo que tem mais mandatos. Nesse caso, a presidência ficaria com o “intimíssimo” (de todos os governadores) Átila Nunes Filho. Só que isso tem que ser decidido pela própria Alerj.

PS4 – Para terminar, por hoje, por hoje: Cabral está prejudicando o Estado do Rio, que não participa da composição do “paulistério”. Quem se revoltou, ninguém esperava: o próprio PT, que por causa disso ganhará a presidência da Câmara. Para um gaúcho, os cogitados eram todos paulistas, do próprio PT.

Helio Fernandes/Tribuna da Imprensa

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