O ex-deputado estadual e ex- chefe da Polícia Civil do Rio Álvaro Lins se entregou ontem por volta das 21h30 na Polinter (Divisão de Capturas), Zona Norte do Rio. O delegado era considerado foragido desde a semana passada, quando teve prisão decretada pela juíza convocada Márcia Helena Nunes, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (RJ e ES), a pedido da Procuradoria da República. Lins perdeu a imunidade parlamentar no último dia 12, quando foi cassado pela a Assembléia Legislativa do Rio.
Ele foi levado, sem algemas, para o presídio Bangu 8, como é mais conhecida a Penitenciária Pedrolino Werling de Oliveira, de segurança máxima, em Bangu, Zona Oeste. Na unidade estão presos o deputado estadual Natalino Guimarães - acusado de chefiar a mais poderosa milícia da Zona Oeste - e o ex-banqueiro Salvatore Cacciola.
Horas antes de se entregar, Lins, por meio do advogado Ubiratan Guedes, entrou no Tribunal de Justiça do Rio com um mandado de segurança contra o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Jorge Picciani, numa tentativa de reverter a cassação. "Revertendo a cassação, a prisão é automaticamente revogada", explicou. O processo foi distribuído ao desembargador Paulo Leite Ventura, do Órgão Especial do TJ. Até o fim da noite o desembargador não havia se pronunciado sobre o pedido.
Guedes afirmou ainda que Lins não se entregou antes por estar internado numa clínica em crise de depressão grave. "Hoje (ontem) por volta das 18h o médico o liberou por avaliar que ele já estava em condições de enfrentar essa situação", informou. O advogado afirmou que hoje entrará com agravo interno no TRF-2, pedindo a reconsideração da prisão.
Lins chefiou a Polícia Civil do Rio de 2000 a 2006 nos governos de Anthony Garotinho e de sua mulher, Rosinha Matheus, ambos do PMDB. Ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal sob as acusações de formação de quadrilha armada, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e facilitação de contrabando. Foi preso no fim de maio, durante a Operação Segurança Pública S.A., da Polícia Federal. Em menos de 24 horas teve a prisão revogada por decisão da Assembléia Legislativa.Lins, que nega as acusações, também pode ser expulso da Polícia Civil.
Fonte: Tribuna da Imprensa
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