O episódio de reintegração de posse em Jeremoabo envolvendo um advogado, que também é ex-procurador e ex-chefe de gabinete do prefeito Deri do Paloma, expõe mais um caso problemático no final deste governo. A presença da Polícia Militar para garantir o cumprimento de uma ordem judicial de desocupação de um terreno revela a seriedade da situação. A medida liminar foi emitida "initio litis", ou seja, logo no início do processo, o que indica urgência na resolução da disputa e a existência de indícios claros de que o ocupante não tinha o direito de permanecer na área.
A decisão judicial não se limitou a ordenar a desocupação; também estabeleceu uma multa de 20% sobre o valor da causa, devido ao desrespeito à autoridade judicial, caracterizando um atentado contra a dignidade da justiça. A determinação de conduzir coercitivamente o destinatário da ordem ou qualquer outra pessoa encontrada no imóvel mostra a gravidade com que a justiça tratou o descumprimento da liminar.
Este episódio levanta questões importantes sobre o papel e a conduta dos advogados, especialmente aqueles que atuam na administração pública. O comportamento do ex-procurador neste caso é emblemático e serve de exemplo negativo, gerando questionamentos sobre o respeito às leis e aos direitos de propriedade. Para a população de Jeremoabo, casos como esse podem reforçar a percepção de que a corrupção e o desrespeito às normas são práticas comuns entre aqueles que deveriam zelar pela ordem e justiça.
Além disso, o contexto do final de mandato, com denúncias de problemas na prefeitura e irregularidades eleitorais, como o uso de supostos "laranjas" nas cotas femininas de candidatos, contribui para uma sensação de instabilidade e descrédito no sistema político local. A atuação firme da justiça em casos como este é essencial para restabelecer a confiança na legalidade e na proteção dos direitos dos cidadãos.;