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sexta-feira, março 29, 2024

Caso Marielle está protegido pela Lei do Silêncio e jamais será concluído

Publicado em 29 de março de 2024 por Tribuna da Internet

O Brasil e o mundo homenageiam Marielle e pedem justiça - Rede Brasil Atual

O Brasil e o mundo pedem justiças para o caso Marielle

Janio de Freitas
Poder360

Uma lei que nunca foi escrita, e só citada pelos interessados por modos oblíquos, é a mais respeitada entre policiais e na bandidagem profissional. Entende-se: a pena mais comum para transgressores é a morte. Todos sabem de tudo, mas ninguém viu o que viu, nem ouviu o que entrou na memória. É a verdadeira Lei do Silêncio.

O histórico do delegado Rivaldo Barbosa, planejador da operação fatal contra Marielle Franco, era conhecido na classe. Foi o que possibilitou o veto da Polícia Federal ao seu nome, na lista para escolha do chefe da polícia civil pelos generais Braga Netto e Richard Nunes, interventor e secretário de Segurança no Rio.

CORRELAÇÕES DE DATAS – Apesar da desqualificação, agora reconhecida pelo general Richard, Rivaldo Barbosa foi o nomeado. Na véspera dos assassinatos da vereadora e de seu motorista.

A partir dessa primeira correlação de datas, outras vão se sucedendo, de diversos tipos. A cada uma delas, novas associações de fatos e de nomes se oferecem. Numerosos demais para menções aqui, mas formando uma tecitura perceptível sem maior dificuldade: por exemplo, observando as relações e a participação de ex-PMs/milicianos, cujas conexões insinuam outras em níveis mais altos.

Nesse contingente, o caso Marielle e o núcleo de Bolsonaro têm encontro marcado, a se realizar caso as respectivas investigações prossigam.

TUDO CONECTADO – São partes que se conectam, por diferentes modos, com a execução na Bahia do fugitivo ex-capitão Adriano da Nóbrega, com assassinatos para a chamada queima de arquivo (inclusive no caso Marielle), ligações com PMs criminosos e apoio aos seus familiares; com o esquema de obstrução, também no Ministério Público e no Judiciário, dos inquéritos sobre Marielle, sobre as rachadinhas e sobre negócios imobiliários obviamente fraudulentos. Além do mais.

Cada uma dessas investigações frustradas foi orientada por grossa corrupção. Não só. Como sempre, havendo envolvimento da polícia, são casos basicamente sem mistério nos meios policiais, acomodados pela força da lei do silêncio.

Desse modo, por corrupção ou corporativismo violento, o que não tem conclusão policial nunca a terá. Logo, encerrar a ação da Polícia Federal no Rio será retirar o fator que se sobrepôs à ineficiência injetada na polícia fluminense. E que pode voltar a fazê-lo. Esclarecer o caso Marielle poderia ser apenas um começo, e muitos assim o veem. Poderia.


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