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sexta-feira, novembro 25, 2022

Fora da agenda, Bolsonaro se reuniu com chefes militares após Moraes negar ação

Publicado em 25 de novembro de 2022 por Tribuna da Internet

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Bolsonaro busca o apoio dos militares, mas está difícil

Matheus Teixeira e Cézar Feitoza
Folha

O presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu os comandantes das Forças Armadas nesta quinta-feira (24) no Palácio da Alvorada, um dia depois de o chefe do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Alexandre de Moraes, rejeitar a ação do partido do mandatário que contestava o resultado da eleição. General da reserva e candidato a vice no pleito deste ano, Braga Netto também esteve na reunião.

O encontro ocorreu no momento em que bolsonaristas cobram as Forças Armadas para que promovam um golpe que impeça a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Bolsonaro teve uma inédita derrota para um presidente que disputava a reeleição no país.

ESCALADA DA VIOLÊNCIA – Esses atos antidemocráticos em frente a quartéis e em rodovias do país têm ocorrido sob uma escalada de violência que inclui ações lideradas por homens encapuzados e armados, uso de bombas caseiras, saques e depredação de caminhões, inclusive incendiados.

Também há registros de ataques a agentes da Polícia Rodoviária Federal e a caminhoneiros, incluindo um que foi atingido por pedradas ao tentar furar um dos bloqueios.

Nesta quinta, pouco depois de os militares deixarem o palácio, a assessoria de Bolsonaro anunciou que está prevista a participação dele em um evento na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras) no próximo sábado (26), em Resende (RJ).

ENCONTRO NO ALVORADA – Os comandantes do Exército, Marco Freire Gomes, da Marinha, Almir Garnier, e da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista, participaram do encontro no Alvorada. Na agenda oficial do presidente, constava apenas uma reunião com o subchefe de Assuntos Jurídicos da Secretaria-Geral da Presidência, Renato França, no Palácio do Planalto.

Um dia antes, na quarta (23), Moraes rejeitou o pedido do PL para que parte dos votos fossem anulados e condenou a coligação de Bolsonaro, formada por PL, PP e Republicanos, ao pagamento de multa no valor de R$ 22.991.544,60 por litigância de má-fé.

Ele também determinou o bloqueio dos fundos partidários das três legendas até o pagamento da penalidade imposta.

COSTA NETO INVESTIGADO – Além disso, por entender que na iniciativa encampada pelo PL houve “finalidade de tumultuar o próprio regime democrático brasileiro”, o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, será alvo de investigações no STF (Supremo Tribunal Federal), no inquérito das milícias digitais, e no TSE.

Dois generais do Exército ouvidos pela Folha afirmam que a ofensiva do PL contra o resultado das eleições aparentemente não estava bem fundamentada. Eles disseram que as respostas do TSE e de especialistas no tema mostraram não haver inconsistências nas urnas.

Os oficiais também criticaram o fato de o PL querer a anulação de votos somente do segundo turno da eleição presidencial —o que, na visão deles, dava indício de que o objetivo era somente derrotar Lula num terceiro turno. Os generais ainda afirmaram que a ação pode inflamar ainda mais as manifestações em frente aos quartéis, com a insatisfação com a condução do caso pelo presidente do TSE.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O problema é a escalada de violência nas manifestações. Os fanáticos não querem nem saber se a petição do PL tem fundamento ou não. É aí que mora o perigo. (C.N.)

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