O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a aliança com o centrão nesta segunda-feira (2), ao comentar a última reforma ministerial, que teve, entre as primeiras mudanças, a nomeação do senador Ciro Nogueira (PP-PI) para a Casa Civil. A pasta é considerada uma das mais estratégicas da Esplanada, por coordenar a relação com o Legislativo.
“Olha, senta na minha cadeira aqui e governe sem o voto de mais metade dos parlamentares, que estão aí do dito centrão. Governe sem eles”, disse Bolsonaro em entrevista à Rádio ABC, de Novo Hamburgo (RS), segundo publicação do portal Metrópoles.
O centrão é um nome dado a um bloco de partidos de centro e centro direita que foi alvo de críticas por Bolsonaro durante a campanha eleitoral em 2018, mas que, como ocorreu em todos os governos desde a redemocratização, hoje constitui a base do governo no Congresso Nacional.
O mandatário ainda declarou que não é possível aprovar projetos no Congresso sem os votos dos políticos do bloco e disse que as mudanças recentes em seu ministério visam ao “melhor funcionamento do Poder Executivo”.
“É fácil, de forma pejorativa, acusar o Centrão… E outra: eu sempre fui do Centrão, eu sempre fui do PP, raramente estive fora de partido fora dessa sigla. Agora, não podemos simplesmente aceitar que o Centrão está fora do destino do Brasil. Então, é o que eu tenho para governar. Eu tenho me dado muito bem com essas pessoas. Ou querem que vá procurar o apoio do PT, do PCdoB, do PSol, da Rede, do Cidadania? É fácil falar, né?”
Bolsonaro busca o apoio do Centrão para aprovar, por exemplo, uma reformulação no Bolsa Família. Ele quer que o valor médio do benefício seja ampliado, passando de R$ 192 para R$ 300. A mudança é uma das cartas que tem na manga para sua campanha à reeleição em 2022.
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