Os vereadores Ronaldo Ferreira e Ricardo Luiz, além do vice-prefeito Djalma Costa, de Ibicoara, a 509 km de Salvador, acusam a prefeita do município, Sandra Vidal, ex-mulher do deputado estadual Edson Pimenta, de tentativa de suborno. Todos fazem parte do mesmo partido, o PCdoB. A principal arma da denúncia é um vídeo em que o advogado Andreson Ribeiro, ex-consultor jurídico da prefeitura e um dos articuladores do PCdoB na Região Sudoeste, oferece R$ 5 mil ao vereador Ferreira.
Em troca ele pede apoio à prefeita numa Comissão Especial de Inquérito (CEI), que tramita na Câmara Municipal. Sandra Vidal é acusada de contratar um micro-ônibus da empresa Gasauto, de Feira de Santana, ao custo de R$ 8 mil mensais, entre janeiro e agosto de 2009, para transportar pacientes em Salvador. Vereadores alegam que esse veículo nunca existiu.
Edson Pimenta, a prefeita e Andreson alegam que se trata de um “golpe” para o vice assumir a prefeitura.
“Ele (Andreson Ribeiro) me ofereceu o dinheiro para eu desistir da Comissão da qual sou relator”, diz Ferreira, o vereador do vídeo. De acordo com os denunciantes, Andreson servia como emissário da prefeita. A CEI se reúne segunda-feira e as imagens foram anexadas ao processo.
O vídeo foi feito por uma caneta espiã no dia 10 de janeiro, de acordo com os denunciantes, e mostra Andreson e Ferreira conversando sentados à mesa na sala da casa do vereador, no distrito de Capão da Volta. O advogado Andreson já entra no local com um saco de dinheiro na mão e o coloca sobre a mesa, à frente de Ferreira.
“Que daqui a gente trave uma relação”, diz Andreson, na gravação. “Você voltar como vereador do governo, ter seus retornos, tendo essa questão de acertar o compromisso seu e tendo espaço no governo. Isso implica você ter moral na secretaria”, indica.
O vereador Ferreira chega a contar o dinheiro, distribuído em notas de R$ 100, R$ 50 e R$ 20, mas declina da oferta. Ao final ele aperta a mão do advogado e se despede. Um outro homem, vestido com camisa vermelha e identificado apenas com Dudé, também aparece no vídeo. A conversa dura cerca de 13min, tem o áudio prejudicado e o ano de 2007 grafado na imagem. Os denunciantes alegam que o erro na data foi causado por má configuração da câmera.