Depois de pressão do governador Jaques Wagner, a Infraero remodelou seu plano de reestruturação e devolveu a Salvador o controle do Aeroporto Internacional Dep. Luís Eduardo Magalhães. A estatal que controla os aeroportos brasileiros recriou nesta terça, 02, a Superintendência Regional Centro-Leste, com sede na capital baiana, mas ela ainda não tem data para começar a operar, informou a assessoria de imprensa da Infraero em Brasília.
Um novo superintendente deve ser nomeado e ficará a cargo dele a definição sobre a estrutura de gestão local. A superintendência de Salvador havia sido fechada em abril do ano passado, em outra reformulação, depois de ter sido criada em 2005.
Salvador vai retomar a administração dos aeroportos de Ilhéus, Paulo Afonso e Aracaju, como ocorria antes, e agregar o de Maceió. Além disso, vai gerir os Grupos de Navegação Aérea de Bom Jesus da Lapa, Caravelas e Vitória da Conquista, e três Unidades de Tráfego Aéreo.
Também ficará responsável pela licitação e gestão dos recursos de obras previstas para a Bahia, como o novo aeroporto de Ilhéus, orçado em R$ 147 milhões, a nova torre de controle e a nova pista do Luís Eduardo Magalhães, com custo previsto de R$ 10 milhões e R$ 240 milhões, respectivamente.
Mobilização - Wagner agiu pessoalmente em favor das mudanças agora anunciadas depois de A TARDE ter revelado que já estava tudo certo para o aeroporto de Salvador ser gerido em Recife pela Superintendência Regional Nordeste.
A reformulação da estatal devolvia as superintendências regionais de Porto Alegre e Belém, também fechadas em 2009, e criava uma nova em Belo Horizonte. Salvador ficava de fora.
O governador então ligou para o ministro da Defesa, Nelson Jobim, pasta a qual a Infraero está vinculada, e reclamou da exclusão. Na terça-feira da semana passada ele se reuniu com o presidente da empresa, Murilo Barboza, em Brasília, e reforçou a cobrança. Ontem foi confirmado que a mobilização surtira efeito.
Argumentos - O principal argumento utilizado por Wagner e seu staff tem a ver com a importância dos aeroportos. Enquanto o de Salvador movimentou sete milhões de passageiros no ano passado, sendo o quinto maior do País, o de Recife ficou com 5,2 milhões. Como, então, a capital pernambucana poderia gerir o aeroporto baiano?
“O ministro Jobim me ligou e disse que no rearranjo da Infraero ele subdividiu a regional Nordeste em duas, uma em Pernambuco e outra em Salvador”, disse Wagner. Para ele, a gestão deve ficar mais eficiente. “O benefício é que agiliza mais. Antes o aeroporto era ligado diretamente à direção nacional em Brasília. Agora nós vamos ter uma superintendência regional e agilizar todas as questões de demandas jurídicas, de projeto e de engenharia”, avalia o governador.
Sobre a nova pista do aeroporto, Wagner disse que está em processo de licenciamento ambiental.
Fonte: Vítor Rocha, do A TARDE