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segunda-feira, fevereiro 01, 2010

DESPOJO DE GUERRA.

Calma! Não estou falando de uma guerra declarada. Eu me refiro ao Haiti nos pós-terremoto que matou cerca de 150 mil haitianos e destruiu praticamente o que restava do país.

O Haiti inicialmente colonizado pelos espanhóis e posteriormente pelo Tratado de Ryswick, à ilha que compreende o Haiti e a República Dominicana passou a influência francesa, até quando sob a liderança de Toussaint L'Ouverture e, mais tarde, do ex-escravo Jean-Jacques Dessalines, combateram as tropas francesas e proclamaram a independência em 01 de janeiro de 1804. Dois anos depois Dessalines é deposto e morto e o país tem o controle dividido entre Henri Christophe, ao norte, e Alexandre Pétion, ao sul. A unificação do país só acontece em 1820 sob o governo de Jean-Pierre Boyer.

Em 1957 com a ditadura de François Duvalier (o Papa Doc), sustentada pela elite local e apoiada pelos Estados Unidos e França, o regime montou um aparato de repressão militar que perseguiu seus opositores, torturando-os e assassinando muitos deles. A repressão era encabeçada pela milícia secreta dos tontons macoutes, cuja tradução é "bichos papões". O Papa Doc foi assassinado em 1971 e o seu filho Jean Claude Duvalier, o baby doc, deu continuidade ao regime de terror imposto pelo pai, governando até 1986, quando foi deposto por um golpe comandado pelos militares, que assumiram o poder, sucedendo-se no governo por vários anos. A esperança de redemocratização surgiu em 1990, quando ocorreram eleições livres e a população elegeu o padre Jean Betrand Aristide para presidente.

Depois da ditadura Duvalier e da eleição de Jean Betrand Aristide o país mais pobre das Américas passou por períodos turbulentos, culminando com a intervenção da ONU que instalou a Minustah (United Nations Stabilization Mission in Haiti) como meio de exercer o controle sobre o país, ficando a chefia da Missão sob o Exercito Brasileiro e composto com contingentes de vários países das Américas e de outras Nações fora do continente.

Pelo que parece a Minustah se ateve com controle da violência no País, sem cuidar da reconstrução e fomentar o desenvolvimento social.

No pós-terremoto e aproveitando-se da situação caótica, de um governo débil e das limitações das tropas no Haiti, os Estados Unidos que tem para si a América latina como um quintal e que já se omitira e permitira o Golpe de Estado em Honduras, tomou Porto Príncipe de assalto, ocupando os restos do Palácio Presidencial, atuando como forma independente da missão da ONU, como a se apropriar de despojos de guerra.

O Haiti uma República de ex-escravos, manteve-se e mantém-se na penúria, relegado a coisa qualquer e sem perspectivas. Ou a ONU com os países desenvolvidos e em desenvolvimento injetam recursos para transformar o Haiti ou ele continuará como bolsão de miséria.

A manutenção da Minustah deverá ser mantida por tempo certo e até que o país esteja sob controle no aspecto da segurança pública. O terremoto não somente provocou destruição física e mortes, como também revelou ao mundo a fragilidade da Nação que muitos pretendem como despojo de guerra.

NOTA. Faleceu na última quinta feira João Batista Gama de Oliveira, natural de Jeremoabo, que fez parte do Lins Clube de Paulo Afonso e tinha participação ativa nos trabalhos comunitários desenvolvidos pela Diocese de Paulo Afonso. Ele foi um dos alunos fundadores do Colégio Municipal São Batista em Jeremoabo, ano de 1964. Lamentamos junto aos seus familiares a perda.

PRIVILÉGIO. Se todos são iguais perante a lei, não sei por que o ministro João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça, convidado a prestar explicações sobre uma reclamação apresentada ao CNJ – Conselho Nacional de Justiça - em 12 de agosto de 2009, até hoje não se dignou atender ao solicitado (Helio Fernandes/Tribuna da Imprensa). Transcrito do Blog “dedemontalvao”.

FRASE DA SEMANA: "A ilusão é uma parte de nós mesmos, e a melhor; não é possível arrancá-la sem que no espaço que ela ocupa fique um vazio que nada enche." Joaquim Nabuco (1849-1910).

Paulo Afonso, 31 de janeiro de 2010.

Fernando Montalvão.

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