Foto: Rosinei Coutinho/STF/Arquivo
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal)26 de fevereiro de 2025 | 18:55Moraes não tem hábito nem planos de viajar aos EUA, dizem interlocutores do ministro
A eventual aprovação de um projeto de lei que crie sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e proíba sua entrada nos EUA não vai alterar a rotina e os planos do magistrado.
É o que garantem interlocutores dele à coluna. A última vez que Moraes pisou em solo norte-americano foi em novembro de 2022, quando participou de um evento do Lide, do ex-governador de São Paulo João Doria.
A experiência não foi boa: bolsonaristas cercaram o hotel onde Moraes e outros ministros do STF estavam hospedados, hostilizaram a comitiva, golpearam carros em que eram transportados e dirigiram a eles palavras de baixo calão.
Interlocutores de Moraes afirmam que ele não tem especial interesse em viajar a turismo pelos EUA, e nem planos para qualquer visita ao país.
No ano passado, ele chegou a ser anunciado para um novo evento do Lide em Nova York, mas não confirmou presença.
A agenda do ministro neste período incluiu viagens a países europeus como Itália, Portugal e Inglaterra, onde inclusive participou de eventos públicos.
O Comitê Judiciário do Congresso norte-americano aprovou, nesta quarta (26), um projeto de lei que cria sanções contra Alexandre de Moraes. A proposta “No Censors on our Shores Act” (Sem Censores em nosso território) estabelece a deportação e o veto de entrada nos EUA a qualquer estrangeiro que atue contra a liberdade de expressão, violando a Primeira Emenda da Constituição dos EUA.
Pouco depois, em outra investida, o Departamento de Estado dos Estados Unidos, equivalente ao Ministério das Relações Exteriores, postou uma mensagem no X em que faz referência implícita ao caso do Rumble, que acionou a Justiça norte-americana para não ter que cumprir ordens judiciais vindas do gabinete do ministro.
“O respeito pela soberania é uma via de mão dupla com todos os parceiros dos EUA, incluindo o Brasil”, escreveu o perfil do Escritório do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado no X. “Bloquear o acesso à informação e impor multas a empresas sediadas nos EUA por se recusarem a censurar pessoas que vivem nos Estados Unidos é incompatível com os valores democráticos, incluindo a liberdade de expressão”.
Mônica Bergamo/FolhapressPoliticaLivre