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sábado, dezembro 07, 2024

Caso Genivaldo: três ex-policiais rodoviários são condenados pelo júri popular

 

Jozailto Lima

É jornalista há 40 anos, poeta e fundador do Portal JLPolítica. Com colaboração da jornalista Tatianne Melo.

Caso Genivaldo: três ex-policiais rodoviários são condenados pelo júri popular
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Paulo Rodolpho, Kléber Nascimento e William de Barros 

foram condenados pelos crimes de tortura e homicídio 

triplamente qualificado /Foto: Reprodução/TV Globo

Após 12 dias de julgamento, um dos maiores júris populares da história de Sergipe chegou ao fim. Às 5h da manhã deste sábado, 7, o Tribunal do Júri da Justiça Federal decidiu condenar os três ex-policiais rodoviários federais William Barros Noia, Paulo Rodolpho Lima Nascimento e Kleber Nascimento Freitas pela morte do agricultor Genivaldo de Jesus Santos. 

Iniciado no dia 26 de novembro, o julgamento –  que ocorreu no Fórum Estadual da Comarca de Estância, localizada a 70 quilômetros de Aracaju – tinha previsão de durar sete dias corridos. Durante mais de 100 horas, o júri, composto por quatro homens e três mulheres, ouviu 28 testemunhas, incluindo familiares da vítima, peritos, especialistas e ex-colegas dos réus. Coube ao presidente do Tribunal de Júri, o juiz federal Rafael Soares Souza, informar o veredito do conselho de setença - formado pelos jurados - e aplicar as penas. 

Os três ex-policiais passaram por julgamento sob a acusação dos crimes de tortura e homicídio triplamente qualificado. Responsável pelo lançamento da granada de gás lacrimogêneo na viatura da PRF, Paulo Rodolpho Lima Nascimento foi condenado a 28 anos de prisão; já Kleber Nascimento Freitas e William Barros Noia foram condenados a 23 anos, 1 mês e 9 dias.

Genivaldo foi preso numa viatura, numa espécie de câmara de gás, e caso repercutiu no Brasil e mundo

O CASO – Genilvado de Jesus Santos, então com 38 anos, era um agricultor aposentado em virtude do diagnóstico de esquizofrenia. Ele era casado com Maria Fabiana dos Santos, com quem tinha um filho de sete anos e um enteado de 18 anos.

O agricultor morreu após uma abordagem policial da Polícia Rodoviária Federal – PRF –, conduzidas pelos policiais William Barros Noia, Paulo Rodolpho Lima Nascimento e Kleber Nascimento Freitas, em 25 de maio de 2022, no município de Umbaúba, no Sul de Sergipe.

Genivaldo foi parado por estar pilotando uma motocicleta sem capacete e trancado no porta-malas de uma viatura da PRF. O agricultor foi submetido à inalação de gás lacrimogêneo – o fato foi gravado por transeuntes e as imagens percorreram o Brasil e o mundo.

Genivaldo era agricultor de Umbaúba, sofria de esquizofrenia, e deixou esposa e filho de sete anos na época de sua morte

Uma perícia feita pela Polícia Federal, durante as investigações do Caso Genivaldo, concluiu que a vítima passou 11 minutos e 27 segundos em meio a gases tóxicos, dentro de um local pequeno e sem poder sair da viatura da PRF. O caso chocou ao se constatar que a vítima foi sufocada no porta-malas numa espécie de “câmara de gás”.

Em setembro de 2023, a Justiça Federal em Sergipe determinou que a União pague uma indenização por danos morais no valor de R$ 1 milhão para o filho de Genivaldo. Além de pagamento de indenização de R$ 405 mil para a mãe da vítima. Os três réus estavam presos desde 14 de outubro de 2022 e foram demitidos da PRF, após determinação do Ministro da Justiça, em agosto do ano passado. 

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