Deu no Yahoo Notícias
Pesquisas Datafolha e Ibope divulgadas nesta semana acenderam um sinal de alerta no PT. Os levantamentos mostraram uma estagnação do candidato à Presidência Fernando Haddad e um crescimento significativo de seu adversário, Jair Bolsonaro (PSL).
Na avaliação do ex-presidente Lula, o principal motivo pare esse cenário está nas falas de José Dirceu. “Ele, afinal, está do nosso lado ou jogando contra nós?”, teria dito o líder petista a Haddad no encontro que os dois tiveram na última segunda-feira (dia 1º), na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde Lula cumpre sua pena. O relato da reunião entre criador e criatura foi feito por diversas pessoas à Gazeta do Povo.
Na última sexta-feira (dia 28), Dirceu, uma das figuras mais importantes do partido, afirmou em entrevista ao El País que “é uma questão de tempo pra gente (PT) tomar o poder”. No domingo (30), em Teresina, disse que o Ministério Público não deveria ter o poder de investigar, e classificou a Lava Jato como um dos maiores erros do País.
Segundo relatos ao jornal, Lula estaria “furioso” com Dirceu e teria mandado Haddad dizer a ele para ficar calado. Haddad também tem demonstrado irritação com o todo-poderoso petista.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A matéria é complicada e necessita de tradução simultânea: 1) Lula assiste TV, mas não lê jornais. Está mais por fora do que umbigo de vedete. 2) Foi o próprio Haddad que informou Lula sobre as inconfidências de Dirceu e pediu que Lula mandasse que ele calasse a boca. 3) Lula acompanha as pesquisas pelo Jornal Nacional, pensou que Haddad iria subir sem parar e dar um passeio em Bolsonaro. 4) Foi ilusão à toa, porque Lula, Haddad e o PT não sabiam que seus votos tinham um teto, no estilo do velho sucesso carnavalesco de Paquito e Romeu Gentil: “Daqui não saio, daqui ninguém me tira”. O problema agora é justamente este – como tirar Haddad da estagnação? (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A matéria é complicada e necessita de tradução simultânea: 1) Lula assiste TV, mas não lê jornais. Está mais por fora do que umbigo de vedete. 2) Foi o próprio Haddad que informou Lula sobre as inconfidências de Dirceu e pediu que Lula mandasse que ele calasse a boca. 3) Lula acompanha as pesquisas pelo Jornal Nacional, pensou que Haddad iria subir sem parar e dar um passeio em Bolsonaro. 4) Foi ilusão à toa, porque Lula, Haddad e o PT não sabiam que seus votos tinham um teto, no estilo do velho sucesso carnavalesco de Paquito e Romeu Gentil: “Daqui não saio, daqui ninguém me tira”. O problema agora é justamente este – como tirar Haddad da estagnação? (C.N.)
Delação de Palocci contra Lula e DIlma é reforçada com excesso de provas
Merval PereiraO Globo
A delação do ex-ministro Antonio Palocci à Polícia Federal, finalmente homologada pelo TRF-4 e liberada para divulgação pelo Juiz Sérgio Moro, alegadamente para atender à defesa do ex-presidente Lula, caiu como uma bomba na campanha presidencial a seis dias do primeiro turno da eleição, e tem uma característica única: pode ser comprovada em grande parte pelas provas que já estão em poder do Judiciário, mais precisamente o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Também podem ser cruzadas com outras delações, de dirigentes da Odebrecht e de outras empreiteiras. As delações cruzadas tornam-se matéria de comprovação das denúncias. O ex-ministro do PT disse que as campanhas de Dilma Rousseff em 2010 e 2014 custaram respectivamente 600 milhões de reais e 800 milhões de reais, a maior parte em dinheiro sujo, quantia muitas vezes maior do que a declarada no TSE.
PROVAS ALARGADAS – As investigações sobre a campanha de 2014 foram amplas, e o relator do TSE, ministro Herman Benjamim, pediu a anulação da eleição por abuso de poder econômico e político. Os depoimentos dos executivos da empreiteira Odebrecht e dos marqueteiros Monica Moura e João Santana foram utilizados como “provas alargadas” pelo relator Herman Benjamim, que mandou acrescentar aos autos esses depoimentos, frutos de delações premiadas na Operação Lava Jato.
Segundo o relator e o vice-procurador eleitoral Nicolao Dino, houve abuso de poder econômico e fraudes na contratação das gráficas fantasmas por parte da chapa Dilma-Temer. Numa das delações premiadas de executivos da empreiteira Odebrecht, foi revelado que a chapa presidencial do PT-PMDB recebeu R$ 30 milhões de caixa 2 na campanha de 2014.
Os documentos em posse do relator do processo de cassação da chapa, Ministro Herman Benjamim, eram fortes o suficiente, para que pedisse, como fez, a cassação da chapa. A revelação de financiamento direto na campanha, e outras, que indicam que a própria ex-presidente participou pessoalmente das negociações desse tipo de verbas não contabilizadas, foram confirmadas por Palocci.
NA BIBLIOTECA… – Segundo Palocci, no início de 2010 houve uma reunião entre ele, Lula, Dilma Rousseff e José Sérgio Gabrielli, então presidente da Petrobras, na biblioteca do Palácio da Alvorada, quando Lula mandou que Gabrielli encomendasse a construção de 40 sondas para “garantir o futuro político do país e do PT com a eleição de Dilma Rousseff, produzindo-se os navios para exploração do pré-sal e recursos para a campanha que se aproximava”.
Palocci acrescentou que seria “muito mais fácil discutir com OAS, Odebrecht, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa contribuições para campanhas eleitorais do que tentar discutir o mesmo assunto com empresas estrangeiras”. Em sua delação, Antonio Palocci coloca em xeque a capacidade de fiscalização do TSE, que “não tem como saber se a doação é ilícita, uma vez que não fiscaliza a origem do dinheiro”.
Palocci afirma que “a maior parte das doações registradas no TSE é de origem ilícita”.
EMENDAS EXÓTICAS – Segundo o ex-ministro de Lula e Dilma, houve pagamento de propina para a inclusão de “emendas exóticas” em 90% das medidas provisórias editadas nos quatro governos do PT.
Antonio Palocci disse para a Polícia Federal que o PT teve contas secretas no exterior, abertas pelo próprio partido ou por empresários, o que coincide com a delação de Joesley Batista, que disse que abriu uma conta em seu nome no exterior que era usada por Palocci e Lula. As provas eram tantas que o relator do processo no TSE, ministro Herman Benjamim, ironizou a decisão de não cassar a chapa Dilma-Temer afirmando que fora tomada por “excesso de provas”. Agora essas provas em excesso poderão ter alguma utilidade.