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sexta-feira, abril 08, 2011

Jornais: charge de teste em Minas liga Lula a corrupção

FOLHA DE S.PAULO

Teste em Minas liga Lula a corrupção; petistas reagem
A oposição ao governo de Antonio Anastasia (PSDB), liderada pelo PT, reagiu a uma prova aplicada a estudantes pela Secretaria de Educação de Minas que relaciona o ex-presidente Lula a corrupção. Em fevereiro, alunos do primeiro ano do ensino médio fizeram um teste de história em que uma das questões exibia uma charge adulterada de autoria cartunista Jean, publicada na Folha em novembro de 2007.

A prova questiona o que a imagem quer dizer. A opção certa, pelo gabarito, é a que fala que a charge sugere a "relação entre movimentos sindicais do início da década de 1980 e o mensalão, refletindo sobre o processo histórico que levou os mesmos personagens de uma luta pela valorização do trabalhador à corrupção política".

A imagem usada pelo governo mineiro, porém, é diferente da versão original. Na Folha, o título é "CPMF", e Lula dá "favores" e "cargos" a políticos. Na prova, o título é "Operação Abafa", e Lula distribui dinheiro. Jean disse que sua charge foi tirada de contexto. O teste é parte de um exame que avalia o nível de conhecimento dos alunos da rede estadual. Os estudantes têm cerca de 15 anos.

Os petistas reclamaram que outra questão aborda pontos positivos das privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso. A Secretaria de Educação lamentou as questões e as chamou de "inadequadas". Em nota, a oposição mineira reclamou do uso de dinheiro público para "luta partidária" e diz que a prova visa "impor uma versão unilateral, improvável, sobre determinados fatos".

Secretaria diz que "lamenta" o uso da imagem no teste
A Secretaria de Educação de Minas afirmou, por nota, que "lamenta profundamente" a inclusão da charge. Segundo a pasta, "o conteúdo foi abordado de forma absolutamente inadequada". O governo diz que as questões contradizem o guia de elaboração de provas, que determina evitar "abordagens de pregação religiosa ou ideológica".

A secretaria confirmou "falsificação" da charge de Jean e considerou "grave" a manutenção da assinatura do chargista. A pasta disse que vai apurar a alteração e que o professor que fez a questão disse ter achado o desenho num site.

Novo relatório do mensalão propõe investigação no BB
O relatório final da Polícia Federal sobre a origem do dinheiro do mensalão aponta total descontrole nos gastos do Banco do Brasil com publicidade e propõe que um inquérito apure o "incrível poder discricionário" dos diretores do banco para indicar empresas que são "agraciadas com recursos públicos". O relatório confirma que recursos repassados pelo BB foram uma das principais fontes do mensalão, um esquema montado para compra de apoio político no Congresso que foi revelado pela Folha em 2005, no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Assinado pelo delegado Luís Zampronha, o relatório afirma que o desvio de recursos do BB para o esquema "somente seria possível com a participação ativa de membros da instituição financeira". A Folha teve acesso à íntegra do relatório da PF. O documento apresenta as conclusões de um inquérito aberto em 2007, após a apresentação da denúncia que deu origem ao processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal.

Instituição nega que seus recursos tenham sido usados em esquema
O Banco do Brasil disse que "refuta a ilação" feita no relatório da PF de que recursos da instituição foram usados no mensalão. Sobre os pontos acerca da área de marketing do banco e da utilização dos recursos do Fundo Visanet, afirmou que só comentaria, "se necessário, aos órgãos competentes".

Segundo o banco, o fundo não era administrado pelo BB e tinha natureza privada. O ex-diretor de marketing Renato Naegele não foi localizado. Em nota em 2005, ele negou irregularidades. O BMG disse que os empréstimos ao PT e às empresas de Marcos Valério obedeceram às práticas bancárias.

PF pede a Ministério Público varredura em conta do PT
A Polícia Federal pediu à Procuradoria-Geral da República que vasculhe a conta bancária do PT e identifique pessoas que receberam parte do dinheiro do mensalão. O relatório final do inquérito sobre a origem dos recursos do esquema afirma que continuam desconhecidos os beneficiários de 59 pagamentos, em um total de R$ 2,3 milhões (valores da época).

As retiradas foram feitas entre fevereiro e julho de 2003 da conta que o PT nacional tem na agência do Banco do Brasil, na avenida São João, em São Paulo. A maior delas foi de R$ 500 mil por meio de um cheque compensado. Houve outras quatro compensações de cheques acima de R$ 100 mil.

Partido diz não ter recebido pedido para justificar contas
O presidente interino do PT, Rui Falcão, afirmou ontem que a legenda não recebeu nenhum pedido formal para apresentar a contabilidade da Executiva Nacional nem os repasses feitos da conta do partido em 2003 com o dinheiro dos empréstimos dos bancos Rural e BMG. Eloi Pietá, secretário-geral da Executiva Nacional, disse que o partido não comenta o relatório da Polícia Federal sobre a origem do dinheiro do mensalão por se tratar de um documento sigiloso.

O ex-procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza disse que não se recordava em detalhes de todos os encaminhamentos no caso. Lembrou, contudo, haver tratado da contabilidade de diferentes partidos políticos e não apenas do PT. A Procuradoria-Geral da República, por meio da assessoria de imprensa, esclareceu que o procurador Roberto Gurgel ainda analisa o relatório policial. Informou ainda que o relatório não vai constar do processo principal do mensalão para não atrasar as investigações.

Presidente da Câmara leva seu filho e Romário a viagem oficial
O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), vai aproveitar uma viagem oficial à Espanha para assistir ao clássico espanhol entre Barcelona e Real Madri. Ele levará na viagem seu filho de 13 anos e o ex-jogador e deputado Romário (PSB-RJ). A viagem, revelada ontem pelo Blog do Noblat, acontecerá entre 14 e 17 deste mês. O jogo será no dia 16. Segundo Maia, outros compromissos já estavam agendados.

Ele afirma que vai arcar com todas as despesas de seu filho e diz que esse é o jeito que tem para ficar com ele. Diz também que pagará os ingressos para o jogo e as diárias do final de semana. Romário, que atuou no Barcelona, se convidou para integrar a comitiva. Questionado sobre sua ida, já que temas prioritários ao ex-jogador, como esporte e inclusão de pessoas com deficiência, não são pauta da viagem, Maia disse: "Ele é um deputado como outro qualquer". A assessoria de Romário não ligou de volta para falar sobre a viagem.

Carona em avião presidencial foi um "equívoco", afirma ministério
O GSI (Gabinete de Segurança Institucional) admitiu ontem que houve "equívoco" na carona dada a uma amiga do piloto do avião que levou a presidente Dilma Rousseff a Natal, no Carnaval. O comandante do avião, coronel Geraldo Corrêa de Lyra Júnior, deixou que a professora Amanda Patriarca fosse incluída no voo, tanto na ida quanto na volta.

O GSI defendeu, no entanto, que não houve quebra nas normas de segurança do avião presidencial. "Todos os passageiros do voo em questão foram previamente identificados e submetidos aos procedimentos usuais de segurança", informou o gabinete, em nota. O caso foi divulgado pelo jornal "O Estado S. Paulo". A professora, de acordo o jornal, é irmã de uma comissária que faz parte da equipe do avião presidencial.

Entidade critica Lula e elogia Dilma no trato com a mídia
As tensões entre governo e mídia que marcaram os anos Lula foram atenuadas com a nova administração Dilma, graças às diferenças de estilo dos dois ao lidar com os meios de comunicação. Essa é avaliação de um informe da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP na sigla em espanhol), apresentado ontem em reunião em San Diego (EUA). "Ao contrário do ex-presidente Lula, que com frequência fazia comentários que revelavam sua irritação com a atuação de meios de comunicação independentes, a atual governante não é dada a pronunciamentos polêmicos", diz o informe sobre o Brasil.

"E, desde seu primeiro discurso como presidente eleita, fez questão de afirmar seu compromisso com o respeito à liberdade de imprensa." O texto foi lido pelo vice-presidente da SIP no Brasil, Paulo de Tarso Nogueira, também representante do Comitê de Liberdade de Expressão da Associação Nacional dos Jornais e consultor de "O Estado de S. Paulo".

Ele pediu cautela, já que Dilma tomou posse em janeiro. Também lembrou a censura que sua publicação enfrenta desde 2009, imposta pela Justiça, sobre gravações de supostas irregularidades praticadas pelo empresário Fernando Sarney. O relatório também elogia a saída de Franklin Martins da Secretaria de Comunicação Social, dizendo que ele "politizava a comunicação oficial".

Deputados apoiam redução, mas exigem garantias de pagamento
A proposta do governo de reduzir o valor das emendas parlamentares tem o apoio de deputados – desde que exista algum tipo de garantia formal de que a verba será realmente paga. Eles pedem, ainda, a criação de um mecanismo que desburocratize a liberação de emendas de até R$ 500 mil.

Como a Folha revelou ontem, a proposta é que o limite para as emendas que podem ser incluídas no Orçamento caia dos atuais R$ 13 milhões para algo entre R$ 6 milhões e R$ 8 milhões. Outro impasse é o que será feito com restos a pagar de 2007, 2008 e 2009 que ainda não foram liberados. Uma das opções é pagar os valores referentes às obras que já começaram. Um dos objetivos do governo com a medida é justamente eliminar, até o fim do mandato da presidente Dilma Rousseff, a prática de postergar a execução das despesas.

Governo dobra imposto de crédito pessoal
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou ontem que vai dobrar o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) na concessão de crédito para pessoas físicas com prazo igual ou superior a um ano. O objetivo da medida, segundo o governo, é conter a inflação. Hoje, o consumidor paga 1,5% sobre o valor do financiamento e, com a mudança, vai pagar 3%. De acordo com o ministro Guido Mantega, o total de empréstimos pessoais no Brasil está em torno de R$ 700 bilhões ao ano.

A medida começa a vigorar hoje e atinge todas as operações de crédito pessoal. Entre elas, compras feitas no crediário, empréstimos pessoais, crédito consignado (com desconto direto no salário), rotativo do cartão de crédito e parcelamento para compra de automóveis. Na avaliação da Fazenda, a inflação está ligada ao aumento dos preços de matérias-primas no exterior. Contribuem também, na avaliação do governo, aumentos de preços de alimentos, afetados pelo prolongamento do período de chuvas.

Ministro se confunde sobre medida
Na entrevista de ontem, o ministro Guido Mantega disse que o IOF de 3% seria cobrado a cada mês e que a medida valeria para empréstimos imobiliários. Mais tarde, a Fazenda divulgou nota de esclarecimento. E esclareceu que os empréstimos imobiliários estão isentos, e que a alíquota máxima para um ano ou mais seria de 3%. O IOF incide sobre o valor do financiamento.

O ESTADO DE S. PAULO

Stédile admite que Bolsa Família ajudou a reduzir acampamentos
Ao avaliar que 2010 foi o pior ano para a reforma agrária, o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, apontou o programa federal Bolsa Família como um dos fatores que levaram à redução do número de acampamentos de sem terra no País. "É verdade, o Bolsa Família ajudou a acomodar as pessoas em algumas regiões", afirmou ele nesta quinta-feira, 7, em entrevista coletiva, no Recife. Segundo ele, nos governos de Fernando Henrique Cardoso e de Lula, a média anual de ocupações era de 280. Nos oito anos do governo Lula havia 200 mil famílias acampadas no País. Atualmente, são 80 mil - 60 mil delas do MST.

Na sua avaliação, à acomodação promovida pelo Bolsa Família, se aliou a lentidão no processo da reforma agrária nos últimos anos, desestimulando o agricultor, além do fato de 2010 ter sido ano eleitoral, quando a sociedade discute eleição. "Há uma situação de psicologia social, se as pessoas começam a se dar conta que a reforma está mais lenta, se perguntam: porque ocupar, se vai demorar?", observou Stédile, referindo-se à facilidade de fazer acampamento depois que o ex-presidente Lula prometeu fazer reforma agrária com uma canetada. Como nada foi feito, veio o desânimo.

Ao citar que em Pernambuco, por exemplo, não foi feito um só assentamento de terra no ano passado, ele questionou a existência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que "não funcionou nem em Pernambuco nem no Brasil".

Oposição a Anastasia acusa governo mineiro de usar exame escolar para atacar Lula
Partidos do bloco de oposição ao governador de Minas, Antonio Anastasia (PSDB), na Assembleia Legislativa do Estado e parlamentares que apoiam o governo da presidente Dilma Rousseff no Congresso organizaram um protesto e pedem explicações ao Executivo mineiro sobre uma prova aplicada a alunos da rede estadual de ensino. Em uma das questões de uma prova do Programa de Avaliação da Aprendizagem Escolar (PAAE), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é retratado em charge entregando dinheiro a políticos.

Os estudantes deveriam interpretar o desenho e escolher uma das quatro possíveis respostas da questão. A correta, pelo gabarito do exame, seria a letra “D”, segundo a qual o desenho “sugere, ironicamente, uma relação entre os movimentos sindicais do início da década de 1980 e o ‘mensalão’, refletindo sobre o processo histórico que levou os mesmos personagens de uma luta pela valorização do trabalhador à corrupção política”.

O líder da minoria na Assembleia mineira, deputado Antônio Júlio (PMDB), classificou o exame como uma “forma de agressão, sem precedentes na história, de um presidente do nosso País”. Ele ressaltou que outras questões também tinham “direcionamento político para beneficiar o PSDB”.

O parlamentar deu como exemplo outra questão que falava sobre as privatizações promovidas durante o governo do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso. “Deram nossas empresas de graça, mas a resposta correta na prova era que as privatizações reduziram o déficit público para permitir ao governo direcionar recursos para áreas sociais”, observou.

Apesar de críticas, Senado decide trocar frota de 86 veículos
Depois de várias desistências provocadas pela previsão de que a medida será criticada pelos contribuintes, o Senado vai mesmo trocar a frota de 86 veículos utilizados pelos parlamentares. A decisão foi adotada nesta quinta-feira, 7, na reunião da Mesa Diretora. O primeiro-secretário, senador Cícero Lucena (PSDB-PB), afirma que estão sendo examinadas duas alternativas: adquirir novos veículos em substituição aos Fiat Marea com média de oito anos de uso ou optar por um contrato de locação.

A medida atende a boa parte de senadores, incomodados com os problemas de oficina dos carros que usam. O Senado tem ao todo 188 veículos, entre os quais estão os 86 dos senadores, além de ônibus e microônibus utilizados no transportes de funcionários e convidados, vans para o transporte de integração até os estacionamentos, caminhões para transporte do mobiliário, ambulâncias, veículos leves e médios.

Lucena afirma que o alvo é reduzir o custo da Casa na área de transportes, hoje de R$ 17 milhões ao ano incluindo pessoal e demais despesas. O primeiro-secretário acredita que a substituição dos veículos reduzirá gastos com combustível, peças e manutenção da mão de obra. Qualquer que seja a decisão, a troca será feita mediante leilão eletrônico. Lucena avalia que o valor dos veículos em uso deve girar em torno de R$ 14 mil a R$ 15 mil.

'Missão’ de Romário e Maia inclui jogo europeu
Com um dos grandes ídolos do Barcelona na década de 90 ao seu lado, o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), assistirá ao maior clássico do futebol espanhol na próxima semana na capital Madri. As passagens aéreas serão pagas pela Casa. Entre um programa e outro da agenda oficial que cumprirá naquele país europeu de 14 a 17 deste mês, Marco Maia atendeu à sugestão do deputado Romário (PSB-RJ) para comparecer ao ‘Fla-Flu espanhol’, ou seja, o disputado jogo dos adversários históricos, Real Madrid x Barcelona.

A viagem tem caráter oficial. Além do ex-jogador Romário, ídolo do Barcelona, Maia levará o filho único, Vinicius, 13 anos, o primeiro secretário da Câmara, Eduardo Gomes (PSDB-TO), e dois assessores. "A viagem dele (Vinícius) será paga por mim. A estadia e as despesas dele serão pagas por mim", afirmou Maia, após confirmar a agenda, revelada pelo jornalista Ricardo Noblat em seu blog nesta terça-feira.

Maia tentou rechaçar a interpretação de que estaria se aproveitando de uma viagem oficial para fazer turismo. "Temos essa agenda marcada há muito tempo. Se eu estiver lá, vou ao jogo. Poderia ser uma peça de teatro, visitar um museu. É final de semana. Tem algum crime nisso?", questionou ele. "Não tenho nenhum interesse de fazer viagem de turismo. Recebemos convites na Câmara o tempo todo."

Câmara poderá investigar trabalho escravo
Foi protocolado nesta quinta-feira, 7, na Câmara dos Deputados requerimento para a criação de uma CPI para investigar a questão do trabalho escravo no País. Além do deputado Claudio Puty (PT-PA), autor da iniciativa, outros 183 parlamentares assinaram o documento. O pedido ocorre uma semana após o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), d. Dimas Lara Barbosa, ter visitado o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), justamente para pedir-lhe que seja colocada em votação a PEC 438/2001, que trata exatamente deste tema. Segundo aquela proposta de emenda constitucional, toda propriedade na qual for constatada a exploração de trabalho escravo deverá ser expropriada.

A PEC tramita desde 2004 e não existe nenhuma perspectiva de ir a votação a curto prazo. Ela é barrada sobretudo pela bancada ruralista, que contesta o conceito de trabalho escravo contido na emenda. Por enquanto é difícil avaliar se a CPI proposta pelo deputado Puty irá adiante. Em entrevista ao Estado, ele disse que a comissão pode ser uma “oportunidade para chamar a atenção da sociedade brasileira para o tema e também debater os diferentes pontos de vista que o envolvem, especialmente a definição do que é trabalho análogo ao trabalho escravo”.

Serra e Aécio divergem sobre reforma política
Um dia depois de ter discursado como líder da oposição no Congresso, o senador Aécio Neves (MG) divergiu da proposta do ex-governador José Serra (SP) de que o PSDB deve se concentrar em apenas um ponto da reforma: o voto distrital puro para as eleições de 2012. Aécio está confiante em que o partido tem condições de fechar um consenso em torno de mais pontos da reforma, como a adoção do voto distrital misto e o fim das coligações proporcionais.

"Vamos eleger três ou quatro temas que podem unir o partido na reforma política. Passaremos a defender como bandeiras do PSDB", propôs Aécio, durante seminário do PSDB sobre reforma política. Serra não ouviu as sugestões de Aécio: foi embora do encontro de tucanos antes do início da fala do mineiro.

Durante o seminário, Serra defendeu o lançamento de uma grande campanha para a aprovação no Congresso do voto distrital puro para as eleições municipais de 2012. De autoria do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), o projeto prevê a instituição do voto distrital para os vereadores já nas eleições do ano que vem para as cidades com mais de 200 mil eleitores. "O voto distrital para o município está ao nosso alcance. Podemos fazer uma campanha, uma cartilha para reforçar o projeto", disse Serra.

Serristas querem rodízio no comando do PSDB
Na tentativa de recuperar espaço dentro do PSDB, aliados do ex-governador José Serra querem propor um rodízio na presidência do partido. A renovação do comando está marcada para o dia 28 de maio e, hoje, a tendência é reeleger o deputado Sérgio Guerra (PE). O grupo liderado por Serra está, no entanto, inconformado e insiste em implantar a rotatividade na presidência: um ano, ficaria nas mãos de aliados do senador Aécio Neves (MG) e, no ano seguinte, com um representante dos serristas.

O grupo de Serra resolveu investir na proposta de rodízio depois das articulações fracassadas para colocá-lo no comando do conselho político do partido. A criação do conselho foi anunciada no fim da semana passada numa reunião dos oito governadores do PSDB, em Belo Horizonte. Serra não gostou, porém, do formato idealizado, que deverá contar com 14 integrantes e ter no comando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Em conversas reservadas, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, teria sugerido um rodízio na presidência do conselho. Mas, na reunião de sábado, Alckmin não apresentou nenhuma sugestão nesse sentido. Pela proposta aprovada pelos oito governadores, o conselho será um "órgão de assessoramento" e não vai disputar espaço com a direção partidária. Insatisfeitos com esse formato, os serristas avaliam que o conselho "morreu", uma vez que a instância deverá ter efetivamente pouco poder de ação.

Kassab elogia Aécio ao lançar PSD em Minas
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, lançou nesta quinta-feira, 7, em Minas Gerais, o Partido Social Democrático (PSD), com apoio declarado ao governador tucano Antonio Anastasia e elogios ao senador Aécio Neves (PSDB-MG). Kassab, porém, não quis adiantar se a nova legenda apoiará a reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014 ou defenderá uma possível candidatura de Aécio, cotado como um dos principais nomes da oposição.

O prefeito paulistano participou do evento oficial para a criação da legenda em Minas na noite desta quinta, na Assembleia Legislativa do Estado, ao lado de parlamentares que já declararam a intenção de aderir ao partido: os deputados federais Geraldo Tadheu (PPS), Walter Tosta (PMN) e Alexandre Silveira (PPS) e os deputados estaduais Fábio Cherem (PSL), Neider Moreira (PPS) e Hélio Gomes (PSC). Em MG, o PSD será coordenador pelo empresário Paulo Safady Simão.

"A grande maioria dos integrantes do partido caminhou com Anastasia que, ao lado de Aécio Neves, fez nos últimos anos um trabalho extraordinário de recuperação do Estado. Com competência, bons quadros, serviço público", declarou Kassab. "É evidente que o partido aqui, até pela história dos seus quadros, está pronto para continuar contribuindo com o trabalho de Anastasia", disse. Mas, perguntado se isso significava apoio à candidatura do ex-governador mineiro em 2014, o prefeito preferiu não se posicionar. Disse que o importante é "que o partido dê independência aos seus membros".

Vida do delator do 'mensalão do DEM' está em perigo
O ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal (DF) Durval Barbosa, delator do esquema de corrupção desmantelado pela operação Caixa de Pandora, corre risco iminente de morte. Os desafetos são muitos e alguns planos de assassinato foram detectados por setores de inteligência policial.

Para complicar a situação, o governo do DF devolveu à União a responsabilidade pela integridade do réu, mas a Polícia Federal (PF) recusa, alegando que Durval, indisciplinado, viola as regras de segurança, se expõe indo a eventos sociais e se recusa a aceitar os termos rígidos do Programa de Proteção de Testemunhas.

O problema, para o Ministério Público, é que se ficar um só dia sem proteção, Durval é um homem morto. Para pôr fim ao impasse, o relator do inquérito da Caixa de Pandora no Superior Tribunal de Justiça (STJ), o ministro Arnaldo Esteves Lima, intimou o diretor-geral da PF, Leandro Daiello Coimbra, a assumir a responsabilidade "pela proteção, a segurança e a vida" de Durval.

O GLOBO

ANTT adia licitação do trem-bala por 90 dias
O diretor-geral da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), Bernardo Figueiredo, acaba de anunciar o adiamento, por 90 dias, do leilão do trem-bala que interligará Rio, São Paulo e Campinas. A medida era esperada diante da solicitação de vários grupos interessados - especialmente as empresas que detêm a tecnologia do Trem de Alta Velocidade (TAV) - na disputa do empreendimento, orçado em R$ 33 bilhões.

É a segunda vez que o governo adia o leilão, que ocorreria inicialmente no dia 16 de dezembro. A nota data era 29 de abril, mas a documentação dos concorrentes deveria ser entregue já na próxima segunda-feira. Segundo Figueiredo, o governo não fará modificações no modelo de concessão, mas poderá alterar alguns termos do edital do leilão, como por exemplo em relação à tributação de importações relacionadas à obra.

Venezuela: racionamento após apagão em 18 estados
A Venezuela decretou racionamento de três horas na noite desta quinta-feira depois que um apagão provocado por um incêndio afetou 18 dos 24 estados do país, forçando a paralisação da refinaria El Palito, do metrô de Caracas e do serviço de trem. O incidente trouxe de volta os temores de que sejam aplicadas medidas de racionamento de energia, como as executadas em 2010 em meio a uma aguda crise energética.

O ministro de Energia Elétrica, Alí Rodríguez, disse à noite que era necessário fazer "o racionamento este noite entre as 19h e 22h em todos os estados do país". Mais tarde, a estatal Corpoelec, que administra todo o sistema elétrico do país, explicou que Caracas não está incluída no plano de cortes.

A falha elétrica ocorreu quando uma das principais linhas de transmissão, de quase 800 KV de capacidade, saiu de funcionamento, impactando várias plantas. O apagão representa uma nova dor de cabeça para o presidente Hugo Chávez, meses depois de ter sua popularidade afetada pelo racionamento de energia.
Fonte: Congressoemfoco

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