Estado de S. Paulo
Inchaço cria ''Esplanada oculta'' e gasto de R$ 100 milhões por ano para União
Em meio às dificuldades do governo da presidente Dilma Rousseff em passar a faca nas despesas de custeio, Brasília é hoje vitrine de um fenômeno de gastança descontrolada: as dezenas de imóveis alugados fora da Esplanada dos Ministérios para acomodar o inchaço da máquina administrativa. Levantamento do Estado mostra que prédios e salas, só do primeiro escalão do Poder Executivo, pagam pelo menos R$ 9 milhões mensais de aluguel. A chamada "Esplanada oculta" custa, no mínimo, R$ 100 milhões por ano, dinheiro suficiente para construir cerca de 2.700 casas do programa Minha Casa, Minha Vida.
O inchaço ministerial começou no primeiro mandato do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003. Ele recebeu 26 ministérios do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), mas entregou 37 à presidente Dilma - que pretende criar mais dois: o da Micro e Pequena Empresa e o da Infraestrutura Aeronáutica.
Pastas citam novos serviços para defender locações
Os ministérios argumentam que é necessária a locação de prédios para acomodar suas instalações. Procurados pelo Estado, alegaram que houve crescimento das pastas e, consequentemente, falta de espaço para abrigar na Esplanada as novas estruturas criadas nos últimos anos.
"Houve expansão das secretarias do ministério, além da necessidade de estruturar uma unidade para atender às demandas da Lei de Incentivo ao Esporte, como também para acomodar os novos servidores aprovados em concurso publico realizado em 2008", explicou o Ministério do Esporte.
Petrobrás segura preço ''até quando der''
Há um mês e meio acima da barreira dos US$ 100 o barril, a cotação internacional do petróleo passa ao largo dos preços internos dos principais combustíveis vendidos no País: gasolina, diesel e GLP. Na expectativa de uma reversão rápida do conflito no norte da África, a Petrobrás mantém a intenção de não repassar a alta ao preço de refinaria.
"Nossa política aqui não vai mudar. Não há previsão de reajuste de preço, quer seja no diesel, na gasolina ou no GLP", afirmou o diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, em entrevista à Agência Estado.
Dilma, lidando com ''o pós-Lula''
A expressão "pós-Lula", por estranho que pareça, causa desconforto e mesmo irritação a muitos adeptos do lulopetismo. A princípio, não deveria ser assim. Afinal, é um fato inegável que "o cara" não é mais de jure e de facto o presidente da República há exatos dois meses e treze dias. Nesse sentido, a expressão "o pós-Lula" poderia, e deveria, ser entendida apenas como uma forma abreviada, e portanto melhor, de se referir ao "período que se segue ao término dos oito anos da administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva". Simples assim. Factual e incontroverso, não?
Não, dizem lulopetistas que respeito. E é importante, a meu ver, tentar entender suas razões. Primeiro, porque veem no uso da expressão "pós-Lula" disfarçada ironia e inconfessáveis propósitos políticos, todos expressando veladas expectativas e obscuros desejos de que o ex-presidente pudesse "sair de cena", privando a sociedade brasileira de sua marcante presença, de seus conselhos, opiniões e lições de vida.
Campanhas ajudam a cobrir déficit
Quando o fazendeiro Henrique Prata assumiu a gestão do Hospital de Câncer de Barretos, em 1989, a instituição atendia cerca de 200 pessoas por dia, tinha 80 funcionários, 1,5 mil m2 de área construída e apenas uma bomba de cobalto para realização de radioterapia. Hoje são 3 mil atendimentos diários, 2,5 mil colaboradores, quase 70 mil m2 de área construída e um acervo de R$ 40 milhões em equipamentos.
Prata atribui a rápida expansão à sua filosofia de oferecer apenas o que há de melhor no tratamento contra o câncer. Todos os anos, ele visita os principais centros de oncologia do mundo para conhecer as novidades. "Se descubro que há algo melhor do que aquilo que temos aqui, paro o que estou fazendo e vou atrás de parceiros para colocar a nova ideia em prática."
Alckmin diz que PSDB seguirá aliado de Kassab
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), minimizou o impacto político da criação do novo partido articulado pelo prefeito paulistano, Gilberto Kassab (DEM). "Do ponto de vista administrativo, nada vai mudar. Vamos continuar todas as parcerias com o prefeitura e o prefeito de São Paulo em benefício da população", disse ontem Alckmin, após missa em memória do 10.º aniversário da morte do governador paulista Mario Covas. "Sob o ponto de vista político, espero que possamos continuar juntos para trabalhar por São Paulo e pelo País", completou.
Kassab anuncia nos próximos dias a criação do PDB (Partido da Democracia Brasileira). Apesar da declaração de Alckmin, a movimentação do prefeito não é bem vista no Palácio dos Bandeirantes. A avaliação é que Kassab montará a nova legenda para colocar em marcha seu projeto de disputar o governo paulista em 2014. O novo partido também criará uma nova força política no Estado, em contraposição à influência do PSDB.
Em 7 Estados, gasto com aluguel soma R$ 314 mi
A despeito de promessas de redução de gastos com aluguéis, os governos de Minas, Bahia, Rio Grande do Sul, Tocantins, Paraná, Mato Grosso e São Paulo declararam despender ao todo pelo menos R$ 314,2 milhões ao ano com locação de imóveis. Consultado, o governo do Piauí nem sequer sabe quantos imóveis tem.
Os números são resultado de levantamento realizado pelo Estado em oito Executivos estaduais. São Paulo, por exemplo, gasta R$ 130 milhões ao ano com 700 imóveis, incluindo os do Judiciário. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) pretende comprar edifícios no centro da capital e transferir secretarias em prédios alugados para reduzir esse tipo de gasto.
Governos querem investir em prédios próprios
Para reduzir o gasto com aluguéis, os Executivos estaduais pretendem transferir seus órgãos para edifícios próprios. O governo de São Paulo tem adotado medidas para levar órgãos do Executivo para o centro da capital, um desejo manifestado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) assim que assumiu o Palácio dos Bandeirantes. Está em estudo a venda de edifícios como o da Secretaria do Planejamento, em área nobre de São Paulo, e sua realocação na região da Rua Boavista, onde já está o gabinete de despachos de Alckmin.
O governo gaúcho tem o mesmo intuito. Antes, porém, precisa concluir o levantamento de dados sobre os imóveis do Estado. A atual secretária de Administração do Rio Grande do Sul, Stela Farias (PT), acredita que o número de imóveis possa chegar a 18 mil, entre vagas em garagens, terrenos, edifícios e salas, inclusive algumas em outros Estados.
''Brasil e EUA têm os mesmos valores''
A visita do presidente americano Barack Obama reforça a dimensão da importância do Brasil no cenário internacional, diz o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon. Em entrevista ao Estado, Shannon exaltou os caças da Boeing, falou em melhorar o comércio bilateral e minimizou os recentes atritos diplomáticos entre os dois países - em questões como o controverso acordo que o Brasil mediou com o Irã de Mahmoud Ahmadinejad, a crise em Honduras e a instalação de bases americanas na Colômbia. "Nossas convergências são mais importantes que nossas divergências", afirmou, em ótimo português, como pediu para fazer a seguinte entrevista.
Dois anos após assumir a Casa Branca, o que a viagem do presidente Barack Obama ao Brasil representará para os dois países? A visita do presidente Obama mostra grande interesse dos Estados Unidos no Brasil, um reconhecimento do papel do Brasil no mundo como poder emergente. É uma reunião histórica, repleta de simbolismos: Barack Obama, o primeiro presidente americano descendente de pai africano; Dilma, a primeira mulher eleita presidente do Brasil. Os Estados Unidos veem o Brasil como uma grande nação, uma democracia fundamental no sistema internacional, na ONU e em questões como os direitos humanos. O Brasil demonstrou como a democracia e a economia de mercado podem promover justiça social.
''Forças tendem a ficar mais alheias à política''
Um dos mais destacados historiadores brasileiros da atualidade, José Murilo de Carvalho, de 71 anos, observa que o Exército imaginado pelo general Góis Monteiro, um dos homens fortes do governo Vargas, era bem diferente da instituição concebida por Benjamin Constant no início da República. Doutor pela Universidade Stanford (EUA), Carvalho é autor do clássico Os Bestializados. De O Rio de Janeiro e a República Que não Foi e do recente best-seller Pedro II. Ser ou não Ser.
Quais foram os impactos da recriação do Exército durante a ditadura Vargas na vida da instituição e do País nas décadas seguintes? O principal foi a transformação do Exército em poderoso ator político a serviço da construção do Estado. De 1889 até 1930, a instituição era mais foco de oposição e de revoltas do que de ordem. As reformas procuraram reduzir os conflitos internos, fortalecer a hierarquia, enfatizar o profissionalismo, definir um papel para a instituição. O espírito da reforma reflete-se na frase de Góis Monteiro, que, como tenente-coronel, comandou a ação militar de 1930: "É preciso fazer a política do Exército e não política no Exército". Afastar o Exército da política partidária era condição indispensável para que ele pudesse agir em bloco.
Investigados formam Conselho de Ética
Deputados investigados na Justiça e envolvidos em escândalos no Congresso estão entre os primeiros indicados para o Conselho de Ética da Câmara. O colegiado deve ser instalado na quarta-feira e terá como primeiro desafio analisar a conduta da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), flagrada em vídeo recebendo dinheiro do ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal Durval Barbosa, pivô do "mensalão do DEM".
Até ontem, foram indicados 10 dos 30 membros titulares e suplentes do colegiado. Desses, dois tem pendências com a Justiça, um ganhou destaque pela contratação de parentes e outros dois se notabilizaram em casos de colegas absolvidos.
Veterano no conselho, Abelardo Camarinha (PSB-SP) é réu em quatro ações no Supremo Tribunal Federal, além de ser investigado em seis inquéritos. Ele responde a processos por crime ambiental, de responsabilidade, contra a lei de licitações e contra a honra. Na lista dos inquéritos estão acusações por crimes contra a ordem tributária, finanças públicas, de responsabilidade e improbidade administrativa.
Brasil quer discutir com Obama reforma na ONU
A reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas será um dos principais temas a serem tratados pelo governo brasileiro na visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
Como dificilmente conseguirá arrancar dos americanos um apoio formal à sua pretensão de se tornar membro permanente do Conselho, o Brasil deve incluir no comunicado final da visita um artigo em defesa de uma visão comum sobre segurança e desenvolvimento.
Na semana passada, em uma entrevista à agência de notícias BBC Brasil, o ministro das Relações Exteriores, Antonio de Aguiar Patriota, disse esperar um maior "engajamento" dos Estados Unidos na reforma do Conselho. E, apesar de não haver indícios disso ainda, espera-se um apoio formal às mudanças.
Centenas de cargos comissionados estão no centro da disputa
A discussão sobre a ocupação de cargos no Incra vai bem além da chefia das 30 superintendências regionais. No conjunto, o presidente do instituto e os superintendentes dispõem de 689 cargos em comissão, isto é, que podem ser ocupados por pessoas da escolha deles - ou de seus partidos. Segundo informações de assessores da entidade, mais da metade dessas cadeiras já está ocupada por servidores de carreira, chamados para postos de chefia. Mesmo assim sobram pelo menos 340 cadeiras, cujos ocupantes podem ser trocados assim que for nomeado o novo presidente e, na sequência, os superintendentes.
Outro fato a ser notado nessa discussão é que o presidente do Incra, embora seja tecnicamente subordinado ao ministro do Desenvolvimento Agrário, possui mais poder de fogo do que ele. A começar pelo número de funcionários sob seu comando: dispõe de 6 mil, enquanto os do ministro beiram a 250.
Ministro acumula dois salários e depois devolve
O ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, acumulou salários no Executivo federal e na Prefeitura de São Paulo por um mês. Cardozo é procurador municipal concursado desde 1982 e está atualmente licenciado da função para exercer o cargo no ministério. Questionada pela reportagem, a assessoria do ministro confirmou o recebimento indevido e disse que o dinheiro referente ao salário da Prefeitura será devolvido.
O valor a ser restituído não foi informado. O Estado apurou que o salário de um procurador municipal que ingressou na mesma época que Cardozo gira em torno de R$ 18 mil. Somado com o salário de ministro - que, em fevereiro, passou a ser de R$ 26.723,13 -, Cardozo teria recebido cerca de R$ 35 mil naquele mês. O total excede o teto do funcionalismo público delimitado pelo salário de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que também é de R$ 26,7 mil.
Para aliados de Kassab, PDB vai atrair 3 mil
Os advogados Alberto Rollo e João Fernando Lopes de Carvalho, responsáveis pela elaboração do estatuto do novo partido que será criado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o Partido Democrático Brasileiro (PDB), asseguram que do ponto de vista jurídico está tudo pronto para o lançamento da sigla e que mais de 3 mil políticos de diversas correntes já demonstraram interesse na filiação.
"O PDB deve entrar para a história política como uma espécie de terceira via", diz Rollo. Até que a nova sigla seja formalizada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o prefeito deve continuar nos quadros do DEM, que faz sua convenção nacional dia 15 para homologar o novo comando partidário.
O Globo
Com dois meses, ministros em alta e em baixa
Com menos de cem dias de governo Dilma Rousseff, a cotação de integrantes do primeiro escalão já chama atenção no meio político em Brasília, com ecos no Palácio do Planalto, e é uma sinalização clara para a primeira reforma ministerial do atual governo.
O ajuste no primeiro escalão do governo Dilma pode ocorrer antes mesmo do prazo padrão "de validade", que é um ano de gestão. Em apenas dois meses de governo já corre nos bastidores uma avaliação informal da baixa atuação de alguns ministros: ou pela omissão ou por desempenho sofrível em crises pontuais ou mesmo pela ausência completa de desempenho.
O difícil consenso
Para se ter uma ideia de como será difícil chegar-se a um consenso em torno da reforma política, tomemos as opiniões de três deputados federais representantes do Rio de Janeiro: Miro Teixeira, do PDT, Chico Alencar, do PSOL, e Alfredo Sirkis, do PV. Cada um deles tem ideias próprias sobre qual o melhor sistema eleitoral, por exemplo.
Miro Teixeira só tem uma questão fechada: não admite que o sistema eleitoral tire do cidadão o direito de escolher seu representante diretamente na urna.
Com isso, renega o voto em lista fechada, no qual o partido elabora sua lista, e o eleitor vota apenas na legenda. Os primeiros da lista serão os eleitos, de acordo com o número de cadeiras que cada partido conquistar nas urnas.
Visita de Obama é teste para diplomacia brasileira
O governo brasileiro espera que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declare em sua primeira visita ao Brasil apoio à candidatura do país a uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU.
Por isso, o encontro entre os presidentes Obama e Dilma Rousseff, previsto para o próximo sábado, em Brasília, é tido como simbólico pela diplomacia e, ao mesmo tempo, considerado o grande teste de Dilma junto à mídia internacional.
Sem o aval de Obama, afago já feito à Índia recentemente, a visita poderá se transformar em uma derrota da política externa brasileira, segundo um experiente diplomata. Reservadamente, a avaliação interna é a seguinte: Obama deu declarações positivas em torno das candidaturas da Índia e do Japão.
Lei Maria da Penha já protege 70 mil mulheres
Prestes a completar cinco anos de vida, a Lei Maria da Penha contabiliza resultados alentadores para brasileiras vítimas de violência doméstica. Desde agosto de 2006, quando a lei entrou em vigor, pelo menos 70.574 mulheres conseguiram, na Justiça, medidas de proteção para sair da situação de risco.
Na maioria das vezes, a medida proíbe a reaproximação do agressor. Houve pelo menos 76.743 sentenças definitivas em processos por agressão a mulheres. Não se sabe quantas são condenações, mas são maioria.
Brasileiro já destina 22% da renda para saldar dívidas
A fartura de crédito que marcou o governo Lula - e ajudou na ascensão da classe C - começa a exibir seu lado nada glamouroso. O comprometimento da renda do brasileiro com o pagamento de dívidas aumentou 6,9 pontos percentuais (46,6%) entre 2003 e 2010, segundo cálculos da LCA Consultores com base em dados do Banco Central (BC).
De acordo com o BC, em janeiro de 2003, o brasileiro precisava destinar 14,6% do seu ganho familiar mensal para a quitação de débitos. Oito anos depois, em dezembro de 2010, esse percentual havia passado para 21,4%.
Folha de S. Paulo
Metade dos armamentos do país está indisponível
Um levantamento reservado com uma detalhada radiografia das Forças Armadas brasileiras mostra o sucateamento do equipamento militar do país. Explicita também as conhecidas distorções na distribuição de tropas no território nacional, confrontando o discurso oficial de que a Amazônia é uma prioridade.
O estudo ao qual a Folha teve acesso é produzido pelo Ministério da Defesa e atualizado todo mês. Ele mostra que metade dos principais armamentos do país, como blindados, aviões e navios, está indisponível para uso.
O levantamento é usado provisoriamente pelo governo, enquanto não é elaborado o chamado "Livro Branco", que trará, segundo decreto assinado neste ano, todo esse diagnóstico.
Despreparo militar marca história do país
Despreparo crônico em tempo de paz e, portanto, no começo de conflitos, é uma constante na história militar luso-brasileira. Por que seria diferente em pleno século 21?
No passado, houve tempo para as Forças Armadas "pegarem no tranco" e terminarem bem-sucedidas em combate. Mas em um mundo de comunicações rápidas, de mísseis balísticos, de guerra eletrônica, essa tradicional demora na prontidão é uma receita perfeita para o fracasso.
Janio Freitas - Contra as verdades
A nota do Ministério da Defesa sobre a má recepção militar à futura Comissão da Verdade não é verdadeira. O que "está superado" desde 2010 não é o documento feito no comando do Exército com restrições ao propósito da Comissão, como induz a nota do ministério, e portanto do não assinado ministro Nelson Jobim. Superada foi a intenção dos comandos de tornar o documento oficialmente público, contra a opinião de Jobim. O que não impediu seu recente vazamento, sem que caísse do céu, para "O Globo".
A Comissão da Verdade - projeto encaminhado ao Congresso pelo governo Lula -, ainda que tenha finalidade apenas histórica e não questione a anistia, é considerada revanchista pelos comandos militares. Foi em represália a esse projeto que o patrono designado para a turma de aspirantes de 2010, no Exército, é o general Médici, patrono também do período ditatorial em que se deram os piores e mais numerosos crimes da repressão militar.
Senado faz sessão especial para homenagear 90 anos da Folha
O Senado faz amanhã, às 11h, uma sessão especial para comemorar os 90 anos da Folha, completados em 19 de fevereiro. A sessão é aberta ao público e deve ser comandada pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), também colunista da Folha.
Foram convidados ministros de Estado, dos tribunais superiores (STF, STJ, TSE e STM), representantes de Assembleias Legislativas, das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), bem como os 513 deputados federais e os 81 senadores.
Tensão entre Dilma e centrais leva PSDB a tentar aproximação
Enquanto a presidente Dilma Rousseff mantém uma relação turbulenta com as centrais sindicais no início de seu governo, dois dos principais líderes do PSDB aproveitam o momento para se aproximar do sindicalismo.
O governador Geraldo Alckmin, após colocar um sindicalista à frente da Secretaria do Trabalho de São Paulo (Davi Zaia, do PPS), iniciou conversas com centrais que representam categorias importantes no Estado.
Presidente da Assembleia protegeu bens
O presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Barros Munhoz (PSDB), é acusado pelo Ministério Público de transferir a seus filhos uma empresa rural, dona de uma valiosa fazenda, para evitar que ela seja usada para o pagamento de condenações judiciais.
A acusação faz parte da denúncia apresentada à Justiça que aponta o deputado estadual como participante de um esquema que teria desviado R$ 3,1 milhões da Prefeitura de Itapira, revelado pela Folha na sexta-feira.
Deputado diz que objetivo foi preservar interesse dos filhos
A assessoria do deputado Barros Munhoz (PSDB) afirmou que ele repassou a propriedade da Italinda Agropecuária aos filhos para antecipar em vida a repartição de seus bens entre seus herdeiros e para evitar a exposição do seu patrimônio a processos ligados ao exercício de cargos públicos.
De acordo com a assessoria, em defesa apresentada à Justiça o deputado disse que se casou duas vezes em comunhão total de bens, tendo dois filhos na primeira união e uma filha na segunda.
Na defesa, Munhoz explicou que, se não fizesse a transferência, sua eventual morte favoreceria a filha do segundo casamento na hora da partilha de bens.
Redução da pobreza pode ocorrer só em estatística
Prioridade da presidente Dilma, a eliminação da pobreza extrema pode ocorrer só estatisticamente se os beneficiários dos programas sociais não tiverem acesso a trabalho, educação, saúde e previdência social.
A avaliação é de Evilásio Salvador, professor do programa de pós-graduação em política social da Universidade de Brasília. Salvador defende a tese de que o sistema tributário faz com que os pobres paguem mais pelos programas sociais direcionados a eles próprios, o que limita seus efeitos na diminuição da desigualdade. Ao assumir, Dilma anunciou a criação de plano de erradicação da pobreza, mas a meta e a abrangência ainda não foram definidas. Leia a seguir trechos da entrevista de Salvador.
A Bolsa-Copom plantou uma jabuticabeira
O andar de cima nacional precisa pensar na vida. A revista americana "Forbes" divulgou sua lista de bilionários e nela há 30 brasileiros e brasileiras com mais de US$ 1 bilhão. O legendário banqueiro paulista Gastão Vidigal ensinava que instituições financeiras não lidam com produtos, pois "produto é coisa que se pode embrulhar", como pregos e sabonetes.
Aplicando-se esse critério à lista da "Forbes", resulta que no Brasil há 13 bilionários na turma dos produtos (Eike Batista, Jorge Paulo Lemann e Ermírio de Moraes, por exemplo), e outros 15 cujo patrimônio derivou principalmente da atividade bancária (Safra, Villela e Moreira Salles).
Aluno inspira promotor a apurar desaparecimentos na ditadura
Rodrigo Ayres não participou da luta contra a ditadura militar (1964-1985) nem teve parentes vítimas do regime. Mas, aos 24 anos, conseguiu convencer um promotor a instaurar procedimento para investigar desaparecimentos forçados no período.
Ao escrever a monografia "Dos Porões à Corte Interamericana de Direitos Humanos: Desafios da Anistia", para o curso de Direito da PUC-Rio, Ayres inspirou o promotor militar Otávio Bravo a instaurar o procedimento para investigar pessoas que desapareceram com a participação de militares ou em unidades das Forças Armadas.
Dilma vai conter concessão de benefício fiscal em porto
O governo Dilma decidiu tentar proibir ou limitar, por meio da reforma tributária, que Estados concedam isenção e créditos de ICMS na importação de produtos por meio de seus portos.
Adotada por Estados como Santa Catarina, Paraná, Goiás e Pernambuco, entre outros, a medida acaba prejudicando produtos nacionais na concorrência com os importados, beneficiados com a redução da alíquota de ICMS em alguns casos de 18% para 3%.
Na maioria dos Estados, importações têm benefício
Estudo da CNI (Confederação Nacional da Indústria) aponta que 22 das 27 unidades da Federação concedem algum tipo de benefício fiscal para empresas locais na importação por portos e por aeroportos.
A entidade já entrou com ação de inconstitucionalidade no STF (Supremo Tribunal Federal) contra quatro delas -Santa Catarina, Paraná, Goiás e Pernambuco. Analisa ainda entrar contra o Ceará e o Espírito Santo.
Reforma política para ampliar a democracia
A Câmara acaba de instalar uma comissão especial para tratar da reforma política. A iniciativa coincide com um momento em que cresce a consciência da necessidade de um revigoramento de nosso sistema político e eleitoral.
O Brasil tem uma democracia representativa de massas, mas o sistema pode ser aperfeiçoado, com medidas que reduzam os custos das campanhas e deem sentido programático às disputas.
A crescente preponderância do poder econômico nos processos eleitorais tem provocado profundas distorções nas instituições legislativas e executivas. Amplos setores da sociedade são alijados das disputas eleitorais, em função dos altos custos das campanhas. Tal fato é facilmente observável nas disputas por cargos executivos em todos os níveis e, principalmente, nas eleições proporcionais.
Fonte: Congressoemfoco