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sexta-feira, outubro 01, 2010

Serra, Marina e Plínio atacam Dilma na Globo

Vanderlei Almeida / AFP

Vanderlei Almeida / AFP / Serra, Marina, Dilma e Plínio: petista foi alvo dos três adversários, mas a candidata do PV também deixou o tucano na defensiva em alguns momentos do debate da TV Globo Serra, Marina, Dilma e Plínio: petista foi alvo dos três adversários, mas a candidata do PV também deixou o tucano na defensiva em alguns momentos do debate da TV Globo
Sucessão presidencial


Candidata do PT vira motivo de risos da plateia quando diz que o partido registra todas as doações oficiais de campanha

01/10/2010 | 00:14 | Rogerio Waldrigues Galindo

O último debate entre os candidatos à Presidência da República antes do primeiro turno, que começou ontem à noite e se estendeu pelos primeiros minutos da madrugada de hoje, na TV Globo, não teve nenhum confronto direto entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), os dois líderes nas pesquisas de intenção de voto. Isso não evitou, porém, que o tucano fizesse várias críticas a Dilma e ao governo Lula em suas intervenções. Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSol) também atacaram a petista.

Numa das críticas mais ácidas, Serra deu a entender que o governo do PT mente sobre os números de investimentos em saneamento básico. “Não se investiu R$ 40 bilhões nem aqui nem na Lua”, disse, em referência aos dados oficiais do Palácio do Planalto. Nesse momento, por exemplo, Serra não estava debatendo diretamente a Dilma, mas com Plínio.

Sem confronto com Serra, Dilma desliza. Mas não perde

Em 2006, Lula chegou à reta final da campanha com certa gordura para garantir uma vitória no primeiro turno sobre Geraldo Alckmin (PSDB). Mas aí vieram o escândalo dos aloprados e a infeliz decisão de não participar do último debate na TV Globo.

Leia a análise completa

Dilma, na verdade, por ser a candidata do governo e a atual líder nas pesquisas, foi o alvo preferencial. Marina Silva, por exemplo, apresentou críticas severas a várias políticas do governo federal. Numa delas, lembrou que o ex-ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima (PMDB) destinou recursos à sua base eleitoral, na Bahia, deixando outros estados sem verbas para prevenção e controle de desastres.

Plínio também atacou o governo do PT sempre que possível. Afirmou, por exemplo, que o partido usou dinheiro público para manter uma “bolsa banqueiro”, por meio do pa­­gamento de juros, em vez de destinar mais dinheiro para a área social. E criticou a candidata Dilma por não apoiar propostas como a limitação do tamanho de terras no Brasil ou a redução de jornada de trabalho sem a diminuição do salário.

Na defensiva

Serra, porém, não ficou apenas no ataque a Dilma. Teve de se defender de Marina Silva, que buscou provocar o candidato tucano, provavelmente numa tentativa de ultrapassá-lo e tentar ir ao segundo turno com Dilma.

O momento mais tenso entre os dois foi quando eles tiveram um confronto na área de habitação. Serra enumerou diversos projetos para um possível governo tucano. Marina, porém, acusou o candidato de não ter feito nada daquilo que estava propondo quando teve a chance ao ocupar a prefeitura de São Paulo e o governo paulista. “Eu visitei a favela da Mata Atlântica. Uma vergonha”, disse a candidata verde.

Marina insistiu em cobrar Serra, em outra ocasião, sobre programas sociais. Disse que o DEM, principal aliado do PSDB de Serra, critica a distribuição de renda feita no Bolsa Família, dando a entender que a defesa que o tucano faz do programa assistencial é incoerente.

Serra também jogou duro com Marina. Em um momento, por exemplo, quando estava pressionado pela candidata do PV, reagiu afirmando que Marina e Dilma tinham mais a ver entre elas do que quaisquer outros candidatos. “Você esteve no governo do mensalão como ministra e continuou”, disse o tucano. Marina foi ministra do Meio Ambiente de Lula.

Plateia

A plateia do debate, composta por convidados da Rede Globo e dos quatro candidatos, se manteve quieta durante quase todo o tempo. Poucas vezes houve palmas. Plínio de Arruda Sampaio conseguiu mais reações, inclusive com risos quando disse que Serra gostava muito de impostos.

No entanto, em um momento, a relação entre a plateia e um candidato foi fundamental. Foi quando Dilma Rousseff falou sobre registro de doações de campanha na internet. Ela estava respondendo a Plínio, que disse ser o PSol, seu partido, o único a fazer o registro em tempo real dos recursos.

Dilma respondeu com uma frase ambígua. Disse que o PT registra “todas as doações, que são oficiais”. Mas parte da plateia entendeu de forma diferente, que ela havia dito que o PT registra “todas as doações que são oficiais” – o que seria um ato falho, admitindo haver doações não oficiais, o conhecido caixa 2 eleitoral, proibido pela lei. Uma parte dos convidados riu da frase de Dilma. A petista ficou subiu o tom, voltou ao tema e deixou mais clara a frase: “Todas as doações são oficiais”.

Na segunda vez, a plateia riu mais forte ainda. Dilma reagiu mais agressiva. “Lamento o riso de quem não tem a nossa prática. A nossa prática é essa”, disse. Dessa vez, os convidados do PT na plateia reagiram também, aplaudindo fortemente a candidata.

Madrugada

O debate, que começou às 22h30 de ontem, pôde passar da meia-noite, ao contrário do que acontecia nos anos anteriores. A Rede Globo, que sempre faz o debate no último dia permitido pela Lei Eleitoral, foi beneficiada por uma mudança na legislação neste ano. Os debates, que ficavam proibidos a partir da zero hora da sexta-feira anterior à eleição, podem agora ir até as 7 horas da manhã da sexta. Os cinco blocos do debate se encerraram perto da 0h30.

Fonte: Gazeta do Povo

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