Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

terça-feira, agosto 31, 2010

Remédio para doenças reumáticas pode ser eficaz contra diabete tipo 2

Diacereína deve ser testada em pacientes com a doença até final do ano. Base para descoberta foi efeito da aspirina contra a resistência à insulina

30/08/2010 | 16:58 | G1/Globo.com

Um remédio utilizado para o tratamento de doenças reumáticas pode ter efeito benéfico na diminuição da resistência do corpo à insulina, sintoma que pode desencadear diabate tipo 2. O remédio não apresentou efeitos colaterais notavéis durante, pelo menos, um ano.

Conhecido como diacereína, o fármaco é utilizado normalmente no tratamento de doenças reumáticas, porém Natália Tobar, pós-graduanda na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), conseguiu empregá-lo em ratos para reduzir a resistência do organismo das cobaias à insulina. A substância é responsável por transferir a glicose para dentro das células.

Inflamação

A droga, de origem vegetal, tem efeito anti-inflamatório. Dietas ricas em gorduras saturadas como carne de porco e leite acarretam inflamações subclínicas, mecanismos que pioram a absorção de insulina e aceleram a aterosclerose, doença caracterizada por placas chamadas ateromas nos vasos sanguíneos.

"Com a inflamação, o organismo tenta acompanhar a demanda maior por insulina, mas uma hora o pâncreas não aguenta", explica Mário José Abdalla Saad, orientador da tese de mestrado da médica e livre-docente em clínica médica na Unicamp.

Solução

Disponível desde a década de 1990 no Brasil, a diacereína poderia ser uma opção barata e eficaz para uma pandemia que afeta, pelo menos, 5% da população mundial. "No Brasil, o medicamento não pode ser caro pois irá beneficiar apenas a parcela pequena da população", afirma o médico. " A ideia é desenvolver uma pesquisa com efeito científico e social."

O especialista apresentou a pesquisa inicial com a droga, realizada em ratos, na 25ª Reunião Anual da Federação das Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE), realizada entre 25 e 28 de agosto em Águas de Lindóia (SP).

Caso um medicamento seja desenvolvido a partir dos estudos clínicos, seria um complemento ao uso de metformina, principal droga de combate ao diabetes tipo 2. "Doenças crônicas complexas como hipertensão e diabetes precisam de uma associação de substâncias para serem enfrentadas", diz Mário Saad.

Do laboratório às prateleiras
Muito antes de chegar às farmácias, a equipe de Mário Saad e Natália Tobar precisa passar por mais etapas.

"É uma pesquisa experimental, testada em animais, uma tese de mestrado que será defendida em setembro, o estudo ainda não está publicado", diz o especialista em clínica médica. "Queremos pacientes obesos e diabéticos com esse remédio na Unicamp e já levamos o estudo para aprovação de um comitê de ética da universidade."

Os testes em humanos, em uma fase chamada prova de conceito, deverão acontecer entre o final de 2010 e o começo do próximo ano, caso receba aval da Faculdade de Ciências Médicas da instituição de ensino estadual em Campinas (SP).

"Serve para reproduzir em humanos o padrão observado em animais", explica Mário. "Vinte pessoas, dez com placebo e dez recebendo a droga, são suficientes para a verificação."

Pode ser um caminho para o Ministério da Saúde financiar estudo posterior, com número maior de pacientes com diabetes tipo 2. "Isso é do interesse do sistema de saúde, são casos de uma droga existente, que pode ser barata para venda no mercado farmacêutico", afirma o especialista.

Aspirina

O efeito da inflamação de vias de insulina no corpo humano começou a ser combatida, há 20 anos, com estudos usando o ácido acetilsalicílico, outro nome para a aspirina.

O medicamento, comum no tratamento de dores de cabeça, também melhora a sensibilidade à insulina, porém somente com altas doses que levam a efeitos colaterais como zumbidos no ouvido e sangramentos gastrointestinais.

"A aspirina foi uma ferramenta usada para provar um conceito: se você bloquear a via inflamatória, bloqueia o diabetes", afirma Mário Saad.

Dieta, exercícios e terapia

Para o médico, a melhor receita para impedir o desenvolvimento de diabetes tipo 2 continua a ser uma combinação de dieta balanceada e rotina de exercícios. "Nós [médicos] sabemos que é difícil, o remédio serviria para aqueles que não conseguem dar conta de comer bem e se movimentar, para evitar esse risco de diabetes", diz o médico.

Encarada a princípio como um medicamento terapêutico, a diacereína também pode representar uma forma de prevenção à doença. A crescente população com glicemia entre 100 e 125, faixa considerada como propensa ao desenvolvimento de diabetes tipo 2, seria um dos principais alvos do emprego da droga.

Fonte: Gazeta do povo

Em destaque

Para rebater críticas, Pimenta diz que não é inimigo do governador Eduardo Leite

Publicado em 15 de maio de 2024 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Lula se livrou de Pimenta, que não ficará mais no Pl...

Mais visitadas