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quinta-feira, setembro 17, 2009

Servidor que ganhava mesmo preso era de suplente de Marco Maciel

Redação CORREIO Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
O senador Marco Maciel (DEM-PE) admitiu, nesta quarta-feira (16), que o funcionário do Senado que recebeu salário durante dois anos enquanto estava preso era funcionário do gabinete de seu suplente Joel de Hollanda (PE), na época do PFL, hoje DEM. Hollanda assumiu o mandato quando Maciel renunciou para ocupar a vice-presidência da república.


Virgílio (esq.) e Renan bateram boca no Senado após a denúncia
O senador não quis revelar o nome do servidor, mas disse que as medidas cabíveis foram tomadas na época para resolver o problema. A prisão teria ocorrido em 1994. 'O fato ocorreu. Ele era um funcionário de nível intermediário e não despachava comigo', disse.
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), e o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL) discutiram na sessão desta quarta(16) depois que o peemedebista insinuou que um senador teria mantido por dois anos na folha de pagamento do Senado um servidor que estava preso.
'Há um caso aqui - me permita não citar o nome do senador - de um servidor do Senado que foi preso, passou dois anos na cadeia, e recebeu, durante esses dois anos, salário do Senado', disse Renan na terça, ao argumentar que 'não era dever dos senadores controlar frequência de funcionários'.
Na sessão desta quarta, Virgílio quis saber o nome do senador. 'Quero saber se o senador Renan vai revelar o nome do senador que manteve um presidiário no Senado. Espero que o senador revele o nome do senador sob pena de prevaricar das suas funções', afirmou Virgílio.
Diante da cobrança de Virgílio, Renan desconversou: 'Esse assunto já foi superado. Não vou responder'. Virgílio insistiu: 'O senador Renan vai ou não vai dizer quem é o senador que abrigava um presidiário no Senado.' De forma irônica, o peemedebista respondeu de forma irônica: 'Meu PMDB já recomendou a absolvição do senhor. O Conselho de Ética também'.
Após a negativa de Renan, o líder do PSDB cobrou uma atitude do próprio presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que disse desconhecer o caso. A resposta revoltou Virgílio. 'O melhor aqui no Senado é não saber. Aqui é a república do não sei', ironizou o líder do PSDB.
O caso do funcionário de Renan que estudou na Austrália é semelhante ao episódio que envolveu o próprio líder do PSDB, alvo de representação do PMDB no Conselho de Ética da Casa por ter garantido vencimentos a um funcionário que estudava em Barcelona, na Espanha.
Virgílio reconheceu o erro e devolveu aos cofres do Senado R$ 329 mil, relativos aos vencimentos do assessor durante o período em que permaneceu em Barcelona. 'No meu caso, não menti, reconheci o erro e devolvi o dinheiro. Gostaria de saber como o senhor (Renan) vai se portar diante desses fatos. Se vossa excelência irá se explicar perante a casa', questionou Virgílio na terça.
Um reportagem do jornal 'O Estado de S. Paulo' divulgou um caso semelhante. De acordo com o jornal, o funcionário do Senado João Paulo Esteves recebia salário mesmo estando preso. Sem aparecer no Congresso, irmão Sívio Esteves registrava o ponto assinado, ou sua presença era atestada Maria Socorro Rodrigues, chefe do gabinete do ex-senador Joel de Hollanda (PE), na época do PFL, hoje DEM.
Veja
Fonte: Correio da Bahia

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