Patrícia França*, do a TARDE
O governador Jaques Wagner (PT) não descarta a hipótese de vir a convocar a ajuda da Força Nacional de Segurança Pública para contornar a situação de violência na capital baiana. Embora considere positivas as medidas até aqui tomadas, como o reforço do Batalhão de Choque, da Companhia Independente da Caatinga, das operações de inteligência e do apoio de helicóptero do Grupamento Aéreo da Polícia Militar da Bahia (Graer-BA), Wagner admitiu, na noite desta terça, 08, por meio da sua assessoria, que pode recorrer ao governo federal caso avalie como necessário.
Horas antes, em entrevista à Rádio Sociedade, o governador já sinalizava nessa direção, ao falar da sua determinação em “desmontar” o tráfico organizado na Bahia. “Nós temos um link direto com o Ministério da Justiça, por meio do Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania), e, obviamente, tudo que precisarmos de apoio junto ao governo federal, tenho certeza, o presidente Lula nos oferecerá”, declarou Jaques Wagner.
O segundo dia de operações contra os ataques a módulos policiais e a ônibus em Salvador foi acompanhado pelo governador Jaques Wagner de seu gabinete, por meio de relatos feitos pelo Secretário de Segurança César Nunes – que esteve pessoalmente na Governadoria no início da tarde – e da cúpula da Polícia Militar. Wagner adiantou que prosseguirá na estratégia de afastar da Bahia os principais chefões do tráfico.
“A lei prevê a transferência para presídios de segurança máxima para aqueles que representam ameaça para a sociedade. Fizemos com Perna, fizemos com Campanha e faremos com todos que nós entendermos serem ameaça à sociedade”, frisou. O governador disse ainda que, para fazer frente ao crime e garantir a segurança que a população cobra, o Estado vai investir na aquisição de mais veículos, contratar mais policiais, técnicos para a inteligência e a comunicação. “Vamos melhorar as condições de trabalho físico e também material dos nossos profissionais de segurança. É óbvio que o crime tentará se sublevar, mas não vamos dar nenhum tipo de descanso ao crime organizado na Bahia”.
A questão da segurança pública foi tema de caloroso debate, na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa, entre a oposição e parlamentares da base do governo na Bahia. Em Brasília, o deputado ACM Neto (DEM) acusou o governador e o secretário César Nunes de terem um olhar “leniente, complacente e acomodado”, e sugeriu a convocação da Força Nacional de Segurança.
Ao reagir às acusações, o petista Luiz Alberto disse que a violência, que atinge principalmente a capital, “é resultado de um processo anterior, do qual ACM Neto fez parte, e que sucateou as políticas públicas do Estado”. Em território baiano, o embate não foi menor. O deputado governista, Capitão Tadeu (PSB), fez coro à oposição e afirmou que ingressa, hoje, no MP com “ação por negligência” contra o secretário da Segurança. “Ele soube dos atentados contra os módulos e nada fez para proteger os policiais”.
Colaborou Ludmilla Duarte*
Fonte: A Tarde
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