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sábado, março 15, 2025

Instituições que criamos são fortes e STF é livre para julgar Bolsonaro, diz Sarney

 Foto: Geraldo Magela/Agência Senado/Arquivo

O ex-presidente José Sarney15 de março de 2025 | 12:04

Instituições que criamos são fortes e STF é livre para julgar Bolsonaro, diz Sarney

brasil

O ex-presidente José Sarney disse neste sábado (15) que as instituições criadas na transição democrática iniciada após a ditadura militar (1964-1985) são fortes e evitaram um golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023.

“Eu acho que esses acontecimentos foram extremamente danosos e, ao mesmo tempo, repugnados pelo povo brasileiro e todas as classes”, disse Sarney ao ser questionado sobre a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 33 pessoas.

“Mas temos a certeza que as instituições que foram criadas por nós durante a transição foram tão fortes —já atravessaram dois impeachments, uma tentativa de mudança do Estado de Direito no dia 8 de janeiro— que agora, livremente, nosso Supremo Tribunal Federal está julgando o que ele apurar que seja culpado”, completou.

O ex-presidente deu a declaração à imprensa no início do evento “Democracia 40 anos: Conquistas, Dívidas e Desafios”, promovido pela Fundação Astrojildo Pereira e pelo partido Cidadania em comemoração aos 40 anos da posse de Sarney na Presidência da República.

O evento acontece no Panteão da Pátria, em Brasília, construído na gestão Sarney para homenagear os herois e heroínas do país. Participam lideranças políticas, ex-ministros e o ex-presidente do Uruguai Julio María Sanguinetti.

“[A transição democrática] Tem uma importância muito grande para o Brasil, para o povo brasileiro e faz parte da história brasileira porque é o maior período que o país passou usufruindo de um regime democrático sem nenhum hiato”, disse Sarney.

Sarney assumiu a Presidência da República em 15 de março de 1985. Ele havia sido eleito vice-presidente de Tancredo Neves —o político mineiro, porém, estava hospitalizado e morreu no mês seguinte.

Em entrevista à Folha, o ex-presidente disse que manteve todo o ministério escolhido por Tancredo e, após a posse, entendeu que deveria conduzir a transição da ditadura militar para a democracia.

“Fui um presidente marcado para ser deposto, como muitos outros da história do Brasil”, afirmou.

Na entrevista, ele diz se arrepender das críticas feitas a Juscelino Kubitschek, lembra a depressão que teve nos anos 1980 e comenta as acusações de favorecer deputados para que aprovassem seu mandato de cinco anos.

“Eu não queria assumir a Presidência, queria esperar o Tancredo [que estava hospitalizado]. Houve a necessidade de assumir porque todos achavam, inclusive Ulysses e Tancredo, que, depois de uma luta tão grande para chegar àquele momento, se nós tivéssemos qualquer dúvida sobre quem assumiria, corríamos um risco grande de ter problema”, disse.

Cézar Feitoza, FolhapressPoliticaLivre

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