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quarta-feira, julho 31, 2024

Israel mata Haniveh, líder do Hamas, mas isso não significa o fim da guerra

 

Publicado em 31 de julho de 2024 por Tribuna da Internet

Quem era Ismail Haniyeh, o chefe do gabinete político do Hamas que foi  morto em Teerão | Euronews

Haniev estava escondido num abrigo de veteranos do Irã

Igor Gielow
Folha

Filho do grande campo de refugiados de Al-Shati, no norte da Faixa de Gaza, o líder assassinado do Hamas, Ismail Haniyeh, combinava pragmatismo e moderação com uma retórica inflamada contra Israel.

Morreu às 2h desta quarta (31, 19h30 de terça em Brasília) como viveu, em uma condição provisória de abrigo. Segundo a Guarda Revolucionária do Irã, ele estava em uma casa discreta que abriga veteranos da guerra do país com o Iraque, nos anos 90, no norte de Teerã. E o Irã promete se vingar.

VIDA DUPLA – Melhor alojamento ele tinha em sua casa, no Qatar, onde vivia um exílio luxuoso bancado pela monarquia local e, segundo os serviços de segurança israelenses, negócios imobiliários rentáveis de sua família na Faixa de Gaza.

Ele mudou definitivamente para o país do golfo Pérsico em 2019, dois anos depois de assumir a chefia da ala política do Hamas. Ele era seu principal líder, mas não o único: as decisões da guerra contra Israel em Gaza são tomadas na prática pelo linha-dura Yahya Sinwar, por exemplo.

Com isso, era visto como um moderado, dentro do que é possível chamar de moderação no grupo terrorista fundamentalista islâmico, nascido em 1987 com a revolta palestina conhecida como intifada.

LIBERTAÇÃO DE REPÓRTER – De todo modo, era recebido frequentemente em Moscou e Ancara, para ficar em dois aliados regionais do Hamas que não têm uma agenda comum. Amparou sua fama episódios como seu papel na libertação de um repórter da BBC que havia sido sequestrado por islamistas em Gaza, em 2007.

Haniyeh ingressou no Hamas no mesmo ano da fundação do grupo, quando formou-se em literatura árabe na Universidade Islâmica de Gaza. Lá, havia se envolvido com a política anti-israelense influenciada pela Irmandade Muçulmana, a organização surgida no Egito que desde 1928 inspira grupos radicais islâmicos mundo afora, como os terroristas da Al Qaeda.

Aproximou-se do líder do Hamas, o frágil xeque Ahmad Iassin, de quem tornou-se protegido e uma espécie de secretário particular. É famosa uma fotografia de 2003 em que ele segurava o telefone para o xeque, que era cego e tetraplégico.

PRINCIPAL LÍDER – O religioso, popular entre os moradores de Gaza por seu trabalho social que acabou confundido com o Hamas em si, foi morto em um ataque israelense no ano seguinte. Haniyeh tornou-se o principal líder do grupo desde então,

Em 2006, ele foi eleito premiê palestino, iniciando o processo de divisão que opôs o Hamas ao Fatah, a principal facção palestina, que comanda a Autoridade Nacional reconhecida na ONU como embrião de um eventual Estado.

A guerra cobrou preço pessoal do líder agora morto. Em 10 de abril, três de seus filhos e quatro netos foram mortos em um ataque aéreo de Israel em Gaza. Ele se manteve desafiador: “Todo nosso povo e todas as famílias de Gaza pagam um preço alto em sangue, e eu sou um deles”, afirmou.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Israel cumpriu o prometido e matou o maior líder do Hamas, depois de transformar Gaza num cemitério de crianças, mulher e idosos, que nada têm a ver com a guerra. O líder morreu, mas o Hamas continuará ameaçando Israel através do tempo. E agora, o que Netanyahu quer, além de aumentar as ocupações israelenses? (C.N.)

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