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sábado, maio 27, 2023

Lula deixa impressão digital na artilharia contra Marina Silva, que reage com vigor


Charge mostra o presidente Lula abrindo portão para bois com os nomes Centrão e o logo da Petrobras passarem, enquanto Marina Silva olha brava, com as mãos na cintura, em reprovação

Charge do Carlos Iotti (Folha)

Bruno Boghossian
Folha

Lula realmente deixou impressões digitais na artilharia contra Marina Silva. Com autorização do chefe, o Planalto deu aval ao Congresso para desidratar o Ministério do Meio Ambiente. Na briga pela exploração de petróleo na foz do rio Amazonas, o presidente ofereceu sobrevida a um projeto que a ministra trabalhava para enterrar.

O petista entrega alguns anéis de Marina para preservar outras áreas. Na negociação da medida provisória que muda a estrutura do governo, Lula aceitou que a Câmara tirasse da ministra a Agência Nacional de Águas e o Cadastro Ambiental Rural.

CAPITULAÇÃO – Sem força suficiente para enfrentar uma investida de deputados por mais influência no governo, o Planalto rifou parte do Ministério do Meio Ambiente. A capitulação foi assinada na segunda-feira (22) durante um jantar do relator da MP com os ministros Alexandre Padilha e Rui Costa. Este último negociou a preservação de seu próprio poder da Casa Civil.

A cúpula do governo também atropelou o esforço de Marina para bloquear de vez a extração de petróleo no litoral norte. Lula deu uma segunda chance à Petrobras ao questionar os riscos ambientais e determinar que os estudos fossem refeitos.

Na terça-feira (23), Marina deixou uma reunião no Planalto com a sentença de que a decisão do Ibama contra a exploração seria “cumprida e respeitada”. Mas na manhã seguinte, a Petrobras seguiu o incentivo de Lula e anunciou que insistiria no projeto.

MARINA REAGRE – A ministra reconheceu o golpe e denunciou o fogo amigo. Primeiro, comparou os planos da Petrobras a uma profanação. Depois, disse que tirar atribuições de seu ministério seria o mesmo que “implementar o governo Bolsonaro no governo Lula”.

Na prática, Marina enfrenta uma guerra fria com o presidente. Lula prometeu à ministra influência sobre diversas áreas e extraiu dividendos da importância dada à agenda ambiental. Agora, ele usa batalhas internas para emitir sinais de que Marina não tem autoridade absoluta.

E a ministra, em poucas palavras, usa como arma o perigo da saída precoce de um símbolo do governo.

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