Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

sábado, julho 30, 2022

Existe um Brasil com que sonhar




De certa forma, o bolsonarismo representa o fim da Nova República. Nos próximos anos, um novo país nascerá

Por Pedro Doria (foto)

Na próxima segunda-feira, o grupo Derrubando Muros — de que faço parte — lançará um e-book gratuito que leva o título “Uma agenda inadiável”. É uma proposta de caminhos para o Brasil. Perante um presidente da República golpista, a defesa da democracia se torna prioritária nesta eleição. Só que isso afasta das conversas durante a campanha um tema também fundamental: o país está num buraco, com inúmeras crises brotando. É preciso ter um projeto, e é a isso que o DM se propôs. O grupo é apartidário, dele faz parte gente com inclinações políticas diversas, que votará em nomes distintos para a Presidência dentre os candidatos democratas. Pelo menos três dos temas interessam diretamente ao Brasil que se preocupa com o futuro digital.

Quem assina cada capítulo é um time de especialistas, pessoas realmente entre os melhores em suas áreas. Segurança ficou a cargo de Ilona Szabó, Melina Risso e Joana Monteiro, do Igarapé. Horácio Lafer Piva se debruça sobre a indústria do futuro. Pedro Hallal, Eduardo Jorge, Robson Capasso e Miguel Lago pensam a Saúde.

Silvio Meira, criador do Porto Digital em Pernambuco, nos desafia a imaginar o mundo “figital” que se aproxima — quando o digital sai do virtual para se misturar com o real. Físico. O Estado brasileiro ainda não é digital, apesar das ilhas de excelência. Estamos ficando para trás. Para ele, os investimentos urgentes são três. Formar mais e mais gente nas áreas técnicas. Fazer com que essa estratégia de desenvolvimento de pessoas seja também uma estratégia de combate à desigualdade. E envolver o setor privado, fomentando investimento em inovação e empreendedorismo.

Pois é, empreendedorismo é chave para que o país pegue as diversas ondas de transformação por que o mundo passa. Fersen Lambranho, CEO da GP Investments, e Juliano Seabra, do Banco Interamericano de Desenvolvimento, são os responsáveis por esse capítulo. A palavra ainda soa, a alguns, como algo a combater, como se nas periferias brasileiras não estivesse já brotando uma rica cultura de criação de negócios originais.

Apenas 1% das empresas que empregam consegue crescer mais de 20% ao ano por três anos seguidos. É pouco demais, e isso está ligado ao drama do baixo crescimento brasileiro. Para essa pauta andar, uma reforma tributária que favoreça quem está começando um negócio é fundamental. Hoje, o sistema em essência pune o empresário que consegue crescer logo que começa a levantar voo. Mas não basta — será preciso, também, educação empreendedora e apoio do BNDES para empresas que demonstram alta performance.

A ambição aumenta se quisermos que o Brasil se torne realmente capaz de inovar. Nesse capítulo, inovação, Fersen se junta a Roberto Alvarez (Federação Global de Conselhos de Competitividade), Juan Carlos Castillo-Rubio (Adestech) e Robson Capasso (Stanford). Um dos passos é internacionalizar as universidades brasileiras — trazer mais estrangeiros para elas. Reduzir riscos para empreendedores, incluindo aí os trabalhistas. Reduzir riscos, também, para quem está na gestão pública. Para inovar, alguns dos investimentos darão errado, e isso é natural. Uma nova cultura terá de ser pactuada com os tribunais de contas: separar apostas legítimas dos desvios por corrupção.

De certa forma, o bolsonarismo representa o fim da Nova República. Nos próximos anos, um novo Brasil nascerá. Não custa sonhar alto.

O Globo

Em destaque

Rua Duque de Caxias: A “Rua da Agonia” em Jeremoabo

  24/12/2024 Fonte: JV PORTAL / JEREMOABO TV RP:9291/BA A Rua Duque de Caxias, localizada no coração de Jeremoabo, tem sido tristemente apel...

Mais visitadas