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sábado, abril 30, 2022

Rússia confirma ataque a Kiev durante visita de Guterres

 




Prédio residencial atingido por míssil em Kiev

Mísseis caíram a cerca de 3,5 quilômetros de local no qual o secretário-geral da ONU e o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, haviam concedido uma coletiva de imprensa. Uma jornalista morreu durante ataque.

A Rússia confirmou nesta sexta-feira (29/04) que atacou Kiev com armas de "alta precisão" durante a visita do secretário-geral da ONU, António Guterres, à capital ucraniana nesta quinta-feira.

Mísseis caíram a cerca de 3,5 quilômetros de distância do local no qual Guterres e o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, haviam encerrado uma coletiva de imprensa cerca de uma hora antes. Pelo menos uma pessoa morreu e várias ficaram feridas.

Zelenski, denunciou o ataque como uma tentativa de "humilhar a ONU e tudo o que a organização representa". Olexyj Arestovych, conselheiro do presidente ucraniano, disse que, com o ataque, a Rússia "atirou nas costas de Guterres".

Nesta sexta-feira, a Alemanha classificou o ataque como "desumano" e disse que a atitude mostra que o presidente russo, Vladimir Putin, "não respeita o direito internacional".

"Isto revela mais uma vez à comunidade internacional que Putin e o seu regime não têm respeito pelo direito internacional", disse o porta-voz do Governo alemão, Wolfgang Büchner, numa conferência de imprensa.

O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, também criticou os "ataques indiscriminados das forças russas a Kiev" e expressou sua solidariedade à população ucraniana, bem como a Guterres e ao primeiro-ministro da Bulgária, Kiril Petkov, que também estava na capital ucraniana na quinta-feira.

Ataque a indústria de foguetes

As autoridades russas garantiram que, no ataque à Kiev, foram destruídas instalações da empresa da indústria espacial e de foguetes Artem, sem detalhar quantos projéteis foram lançados e o número total de alvos na cidade. Segundo Zelenski, cinco foguetes atingiram a capital. 

Na data, Guterres havia visitado Bucha, Irpin e Borodianka, nos arredores de Kiev, cidades que foram alvo de sangrentos combates, que deixaram centenas de mortos, e depois havia seguido para a capital ucraniana para se reunir com Zelenski.

"É uma zona de guerra, mas é chocante que isso tenha acontecido perto de onde estávamos", disse Saviano Abreu, porta-voz da ONU que acompanhava Guterres.

Após semanas de conflito sem que as tropas russas conseguissem capturar Kiev, o exército russo se retirou da região e passou a se concentrar na tomada do leste e do sul da Ucrânia. No entanto, mísseis de longo alcance continuam sendo lançados contra áreas no oeste e do centro do país.

Depois do ataque de quinta-feira, o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, afirmou que diversos bombardeios russos já deixaram mais de 100 mortos na capital ucraniana desde 24 de fevereiro, quando foi iniciada a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Jornalista morre em ataque

O ataque russo a Kiev nesta quinta matou a jornalista Vira Hyrych, da Radio Free Europe/Radio Liberty, cujo corpo foi descoberto nesta sexta-feira nos escombros do edifício onde ela residia, anunciou a estação radiofônica financiada pelos Estados Unidos.

"Vira Hyrych morreu como resultado de um ataque de mísseis russos no edifício residencial de 25 andares [onde vivia]", escreveu a rádio em sua página na Internet.

A jornalista trabalhava para a Radio Liberty em Kiev desde 2018, tendo anteriormente trabalhado com várias estações de televisão ucranianas.
Crimes de guerra

Na quinta-feira, Guterres classificou o conflito na Ucrânia como um "absurdo" e defendeu uma investigação sobre possíveis crimes de guerra cometidos pela Rússia no país. Em visita aos arredores de Kiev, ele disse que pensou na própria família ao observar a destruição em Bucha, Irpin e Borodianka, três das cidades mais atacadas pelas forças russas no entorno da capital ucraniana. Em Bucha, Guterres defendeu uma investigação do Tribunal Penal Internacional, pedindo a cooperação de Moscou.

Antes de viajar à Ucrânia, Guterres esteve em Moscou, onde se reuniu com o presidente, Vladimir Putin, e pediu que ele coopere com a ONU para permitir a retirada de civis das áreas bombardeadas, sobretudo no leste e sul da Ucrânia.

Nesta quinta-feira, em entrevista à Deutsche Welle, a procuradora-geral da Ucrânia, Iryna Venediktova, disse que investigadores ucranianos já identificaram mais de 8 mil potenciais crimes de guerra cometidos pelo exército russo desde o início da invasão.

Ela também destacou que há uma investigação em andamento contra dez soldados russos suspeitos de cometer atrocidades em Bucha, onde centenas de corpos de civis foram encontrados após a retirada das tropas de Moscou.

Os fatos investigados, segundo Venediktova, incluem "assassinatos de civis, bombardeios de infraestrutura civil, tortura", bem como "crimes sexuais" relatados no território ocupado da Ucrânia.

Nova ajuda dos EUA

Horas antes do ataque em Kiev, o presidente dos EUA, Joe Biden, pediu ao Congresso 33 bilhões de dólares em ajuda adicional para apoiar a Ucrânia contra as "atrocidades e agressões" russas.

"O custo dessa luta não é barato. Mas ceder à agressão será mais caro se permitirmos que aconteça", defendeu o presidente americano.

Biden também rejeitou as alegações de autoridades russas de que Moscou estaria lutando contra todo o Ocidente.

"Não estamos atacando a Rússia. Estamos ajudando a Ucrânia a se defender contra a agressão russa", disse Biden.

O presidente americano afirmou que os Estados Unidos enviarão dez armas antitanque para cada blindado russo. No entanto, o comandante da Força Aérea Ucraniana Mikola Olechchuk indicou que o sistema antiaéreo do país é incapaz de atingir bombardeiros em grandes altitudes.

Precisamos de sistemas antiaéreos de médio e longo alcance" e "caças modernos", disse o militar.

Retirada de civis     

As autoridades ucranianas planejavam para esta sexta-feira a retirada de civis presos na usina de Azovstal, em Mariupol, sitiada pelas forças russas. Centenas de soldados e civis ucranianos, incluindo dezenas de crianças, estão abrigados na fábrica.

O batalhão ucraniano Azov indicou no Telegram que um hospital de campanha militar localizado no complexo industrial foi bombardeado. A sala de cirurgia desabou e os soldados em tratamento foram mortos ou feridos.

Deutsche Welle

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