Vicente Limongi Netto
Nos meus bons tempos de repórter político, lá se vão 40 anos, o Palácio do Planalto não metia o bedelho nas eleições para as presidências da Câmara e do Senado. Os vencedores, apoiadores ou adversários do governo, tinham como foco principal os interesses do país. Zelavam pela governabilidade. Não abriam mão da independência do Legislativo. Hoje, no Senado, o roliço Davi Alcolumbre faz das tripas coração para ser reeleito presidente. Em trama imoral. Tudo indicando que com o endosso do Supremo.
Trágico, patético e vergonhoso. Se não colar com Alcolumbre, Bolsonaro saca o plano B. Vai com Eduardo Gomes(MDB-TO), líder do governo no Congresso.
VELHAS PRÁTICAS – A “nova política” de Bolsonaro não quer arriscar. Prefere um parlamentar dócil e servil na presidência do Senado, ao invés de um político de verdade, aberto ao diálogo, mas que não dobra a espinha para os poderosos de plantão.
Semelhante raciocínio é adotado pelos alquimistas palacianos, para a Câmara Federal. Bolsonaro prefere ver o diabo pela frente do que Rodrigo Maia reeleito presidente. Nessa linha, joga todas as fichas no deputado Arthur Lira, denunciado pelo O Globo e Estado de São Paulo como “rei das rachadinhas” quando era deputado estadual em Maceió.
O clã Bolsonaro já tem um prendado rebento tido como adepto de “rachadinhas”, na época em que o senador Flávio Bolsonaro era deputado estadual no Rio de Janeiro. Tudo em casa. Todos boa gente.
UM GRANDE EXEMPLO – Casagrande bateu um bolão, referindo-se a Maradona. Sem meias palavras, o ex-jogador e comentarista foi exemplar e verdadeiro. Alertou os pais para a tentação das drogas. Conversem com os filhos. Evitem que sejam contaminados por más companhias. Afastem-se dos falsos amigos.
Revelou que não naufragou totalmente diante do perigo e da ilusão das drogas, como ocorreu com Maradona, porque contou com a solidariedade da família, dos médicos, do amigos e da Rede Globo.
Como dependente químico, a luta de Casagrande tornou-se diária e dolorosa. É movido e grato pela força de Deus. Casagrande foi taxativo: “O objetivo das drogas é causar derrotas humanas”.
E A PANDEMIA? – Enquanto Bolsonaro e alquimistas do Palácio do Planalto ocupam o tempo cuidando da distribuição de cargos para apaniguados do “Centrão”, o governador João Dória prefere anunciar que São Paulo começa a vacinar a população contra o covid-19 em janeiro. Atitude saudável e bem vinda de Dória, valiosa para alavancar sua candidatura a Presidência da República. Que Deus o ilumine.
Por fim, é inexplicável, injustificável e patético a mídia tirar Cristovam Buarque das catacumbas, para repercutir notícias. O pior, com opiniões rasas, sem brilho, ressentidas e melancólicas. Próprias dos fantasmas políticos.
Parece até que Brasília não tem homens públicos em atividade capazes e qualificados para tratar com competência dos mais variados assuntos. Francamente.