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quinta-feira, maio 28, 2020

Dono da SmartFit pediu a empresários que financiassem rede de intrigas contra o Legislativo

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Corona financiou publicações e vídeos com conteúdo ofensivo ao STF
Alice Cravo
O Globo
O empresário Edgard Gomes Corona, de 63 anos, dono da maior rede de academias da América Latina, fundador da Bio Ritmo e Smart Fit, pediu em grupo de empresários financiamento para impulsionar mensagens contra o Legislativo. No grupo “Brasil 200 Empresarial”, Edgard escreveu que “Temos de impulsionar estes vídeos. Precisamos de dinheiro para investir em mkt”, depois de compartilhar pelo menos quatro mensagens contra o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM).
O print foi apresentado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes em sua decisão que deflagrou a operação desta quarta-feira. Edgard está entre os empresários investigados no inquérito que apura fake news e ameaças ao Supremo.
SIGILO QUEBRADO – Por determinação de Moraes, responsável pelo inquérito, Edgard Corona teve o sigilo bancário e fiscal quebrado, além de ter sido alvo de busca e apreensão na operação desta quarta-feira. Ele deverá ser ouvido pela PF no prazo máximo de 10 dias.
Em sua decisão, Moraes pontua que o empresário é um dos possíveis financiadores de inúmeras publicações e vídeos com conteúdo ofensivo ao STF, bem como mensagens que defendem a “subversão da ordem” e incentivam a “quebra da normalidade institucional e democrática”.
INDÍCIOS – Ainda de acordo com o ministro, há indícios de que essas mensagens sejam disseminadas por robôs para que atinjam um número expressivo de leitores. É essa a estrutura financiada pelo grupo de empresários, incluindo Edgard Corona, que são investigados no inquérito. Alguns fazem parte de um grupo de WhatsApp chamado “Brasil 200 Empresarial”, onde organizariam o impulsionamento das publicações.
Criado em 2018 para dar suporte à tentativa de Flávio Rocha, dono da varejista Riachuelo, de se candidatar à Presidência, o “Brasil 200 Empresarial” conta com cerca de 300 empresários, entre eles os de grupos de varejo como Havan, Polishop, Bio Ritmo, Centauro e Gocil Segurança.
Edgard tem negócios no México, Chile e República Dominicana, além de ser dono de empresas no ramo agropecuário e imobiliário. Procurado pelo GLOBO, a assessoria do empresário disse que “Edgard Corona está à disposição da Justiça para os devidos esclarecimentos em investigação do STF”.
ATIVIDADES ESSENCIAIS – Recentemente, o presidente Jair Bolsonaro incluiu academias de ginástica no rol de atividades essenciais, para que sejam retiradas das proibições de abertura durante a pandemia de Covid-19. A medida teria sido pedida por Corona.
Aberto em março do ano passado por ordem do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, o inquérito é tocado pelo ministro relator Alexandre de Moraes,  por designação de Toffoli. O inquérito foi aberto por meio de portaria, e não a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), como é a praxe. Apesar de incomum, a situação está prevista no Regimento Interno do Supremo.
Seis deputados federais bolsonaristas são investigados: Bia Kicis, Carla Zambelli, Daniel Silveira, Filipe Barros, Cabo Junio Amaral e Luiz Philippe de Orléans e Bragança. Todos os seis ainda estão filiados ao PSL.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 –  Para quem não havia entendido o motivo da inclusão das academias de ginástica entre as atividades essenciais em plena pandemia por Bolsonaro, agora, desenhado, pode entender. Quando o presidente diz que as pessoas precisam voltar às rotinas, não está preocupado com a população, mas com os empresários que o apertam diariamente e cobram a fatura do apoio. (Marcelo Copelli) 

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