Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

sábado, junho 29, 2019

‘Se Guedes não equacionar a dívida dos Estados, a situação se agravará’, avisa Witzel

Posted on 

Resultado de imagem para 180 dias witzel
Witzel debateu com Paulo Guedes a gravidade da dívida pública
Carlos Newton
Ao completar seis meses de gestão, o governo do Estado do Rio promoveu nesta sexta-feira um balanço de todas as Secretarias, mostrando ter conseguido importantes conquistas administrativas, apesar da gravidade da crise econômica que o Estado atravessa. Através de uma minuciosa exposição feita pelo chefe da Casa Civil e Governança, José Luís Zamith, foram exibidos os avanços em relação ao governo anterior de Luiz Fernando Pezão (MDB), que não conseguia nem mesmo pagar os servidores.
A diferença entre as duas gestões é impressionante, especialmente na queda da criminalidade, no combate à fraude fiscal e sonegação, que já elevou a arrecadação em R$ 1,2 bilhão, e nas atividades de governo em geral, incluindo saúde e educação, mas há uma ameaça que precisa ser contida com a máxima urgência – a dívida pública, o maior problema do país, pois atinge a União, Estados e municípios.
COM GUEDES – Após a exposição do secretário Zamith, o governador Wilson Witzel (PSC) abordou a situação econômico-financeira. Usando de absoluta franqueza, avisou que o problema da dívida pública que atinge o Rio de Janeiro e quase todos os Estados ainda precisa ser equacionado pelo governo federal, que é o maior credor.
Witzel contou que nesta quinta-feira, dia 27, esteve em Brasília com o ministro da Economia, Paulo Guedes, numa conversa decisiva. Explicou a ele que o Rio de Janeiro e muitos outros Estados, como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Goiás, não têm condições de sustentabilidade.
“Se até Estados ricos enfrentam dificuldades e precisam do regime de recuperação fiscal, há alguma coisa errada aí”, disseo governador.
ALONGAMENTO – No caso do Rio de Janeiro, Witzel explicou a Guedes que, para ter condições de governar até 2022, será necessário alongar o pagamento do serviço da dívida para 2023. Segundo o governador, caso os apelos para postergar o pagamento da dívida não sejam atendidos, o Rio de Janeiro pode entrar com ação na Justiça contra o regime de recuperação fiscal, pois não tem condições de cumprir o acordo feito pelo governo anterior.
Witzel afirmou que Guedes gostou de sua franqueza e ficou de examinar a situação. “Expliquei que em 2023 as condições estão bem melhores. Salientei que sou aliado do governo federal, mas fiz uma ressalva: Se não resolver minha solicitação, aí o senhor vai ter um problema maior ainda. Porque eu sou situação. Se não for atendido, eu viro oposição”, disse a Guedes, descontraidamente.
FERIDA ABERTA – Dessa forma bem humorada, na conversa com o ministro o governador tocou numa ferida aberta – a dívida pública, maior desafio do governo federal, um assunto que Paulo Guedes evita abordar.
O fato concreto é que o governo federal cobra juros compostos aos Estados. Ou seja, obtém excelente lucro em cima das dívidas estaduais. Essa excrescência ocorre desde o governo FHC, através da Lei 9.496, de 1997, quando a União assumiu a dívida mobiliária dos Estados e do Distrito Federal, bem como outras obrigações de crédito interno e externo, inclusive empréstimos tomados junto à Caixa Econômica Federal.
Ao invés de cobrar juros simples anuais, como ocorre em todos os países civilizados, o governo FHC exigiu “juros calculados e debitados mensalmente, à taxa mínima de seis por cento ao ano, sobre o saldo devedor previamente atualizado”. E essa atualização monetária passou a ser calculada e debitada mensalmente com base na variação do IGP-DI. Assim, ao contrário do que se pensava, o governo federal não ia fazer benemerência ao financiar os Estados, pois estava ganhando dinheiro como se fosse um banco comercial.
MENOS JUROS – Em 2014, a Lei Complementar 148, sancionada pela presidente Dilma Rousseff, diminuiu os juros anuais de 6% para 4% ao ano, com atualização monetária calculada mensalmente com base no IPCA.
A redução da taxa em 2% nada resolveu, porque o mal já estava feito, as dívidas estaduais tinham crescido de tal maneira, via juros compostos, que no ano seguinte, em 2015, a Lei Complementar 151 determinou que a União concedesse descontos sobre os saldos devedores, em valor correspondente à diferença entre o montante da dívida existente em 1º de janeiro de 2013 e aquele apurado utilizando-se a variação acumulada da taxa Selic desde a assinatura dos respectivos contratos.
Também não adiantou. Foram concedidos descontos, mas as dívidas já eram tão elevadas que nada mudou. Além disso, continuaram a ser cobrados juros compostos, arruinando os estados mais endividados, que quatro anos depois estão em situação ainda pior.
###
P.S. 1
 – Chegamos à hora da verdade. O governo federal não pode continuar escondido por trás da reforma da Previdência. Precisa se apresentar em público e discutir, sensata e tecnicamente, a dívida pública. Não somente a sua, mas também a dos Estados e Distrito Federal. De preferência, fazendo uma auditoria.
E que os rentistas nada temam. A auditoria não é para dar calote, mas apenas para evitar o caos ou uma nova moratória, como ocorreu no governo Sarney. (C.N.)

Em destaque

Para rebater críticas, Pimenta diz que não é inimigo do governador Eduardo Leite

Publicado em 15 de maio de 2024 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Lula se livrou de Pimenta, que não ficará mais no Pl...

Mais visitadas