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sexta-feira, junho 28, 2019

‘Era bom a Angela Merkel ver’, diz Mourão sobre vegetação preservada em Porto Alegre


Vice-presidente Hamilton Mourão fez palestra na Associação Comercial do Paraná — Foto: Gian Galani/ACP/Divulgação
Mourão defende o governo Bolsonaro e critica a omissão da ONU
Ederson HisingG1 PR — Curitiba
O presidente em exercício, Hamilton Mourão, criticou a chanceler alemã, Angela Merkel, e citou uma área de mata em Porto Alegre (RS) como exemplo de preservação do meio ambiente durante uma palestra para empresários na sede da Associação Comercial do Paraná (ACP), em Curitiba, na manhã desta sexta.
“Ainda ontem, quando eu chegava a Porto Alegre voando, nós olhamos toda aquela área plantada que existe ao redor do grande Porto Alegre, com a vegetação ciliar dos rios toda preservada. Eu comentei com o ministro Sérgio Moro que estava comigo, era bom colocar a Angela Merkel nesse voo aqui pra ela ver se está aqui igual ao que tem lá na Alemanha”, disse.
ERRO E MERKEL – Antes do início da cúpula do G20, nesta sexta, a líder alemã disse que desejava conversar com o presidente Jair Bolsonaro sobre o desmatamento no Brasil. Ao desembarcar, Bolsonaro disse que a Alemanha tem muito o que aprender com o Brasil sobre meio ambiente.
Na palestra, Mourão também criticou a Organização das Nações Unidas (ONU) por, segundo ele, não conseguir resolver os problemas de conflitos no mundo.
“A ONU não consegue resolver os problemas de conflitos que existem no mundo, possui um conselho de segurança anacrônico com 5 países com o poder de veto que tem capacidade de parar qualquer coisa que esteja acontecendo, é o caso típico da Venezuela”, afirmou.
DESCONHECIMENTO – Para o presidente em exercício, alguns comitês da ONU se dedicam a análises sem conhecer a realidade brasileira. Ele também disse que existe um “péssimo trabalho feito por alguns brasileiros no exterior, buscando colocar uma imagem que não existe no Brasil”.
“Como se após a posse do Bolsonaro nós aqui estivéssemos matando as minorias, nós tivéssemos dada a largada para cada um com a motosserra na mão se dirigir a floresta amazônica e abatendo tudo quando é árvore que encontrasse pela frente. E nós sabemos perfeitamente que isso não está acontecendo”, criticou.
COCAÍNA EM AVIÃO – Mourão também comentou na palestra sobe o caso do militar da Aeronáutica preso em Sevilha, na Espanha, carregando 39 quilos de cocaína na bagagem. Segundo ele, o homem estava “endividado e tinha a cabeça fraca”.
“O crime organizado, seja ele de colarinho branco, seja ele do tráfico de drogas, aflige a todos. Agora se fez uma celeuma em torno do caso do militar da força aérea que estava na equipe de apoio do presidente, ninguém está imune a isso. E pode olhar, qual foi o problema do cara? É problema de dívida. O camarada se endivida a tal ponto, e valores fracos, cabeça fraca e é subvertido pelo, vamos dizer assim, acesso ao dinheiro fácil.”
CASOS DE SARAMPO – Segundo o presidente em exercício, o retorno de casos de sarampo ao Brasil se deve à Venezuela. O Ministério da Saúde informou, em fevereiro, que o país continua livre da doença e que houve um caso confirmado em Roraima importado da Venezuela.
“Doenças infecciosas que a gente julgava erradicadas. As senhoras e senhores vejam, sarampo era algo da minha infância. Sumiu o sarampo. E agora, com venezuelanos entrando, retornando aqui ao Brasil, trouxeram o sarampo de volta pro Brasil”, afirmou.
DIRETRIZES DO GOVERNO – Para Mourão, o atual governo tem três diretrizes “muito claras”, que são a economia, a segurança pública e a chamada “pauta de costumes”, que, segundo ele, é levada comandada pessoalmente pelo presidente Bolsonaro.
“A agenda de costumes é um projeto caro ao presidente. É a questão do ministério lá da ministra Damares, que toda hora é bombardeado. A realidade é que no mundo de hoje a gente não pode se permitir deixar esse flanco exposto para que suscitem discussões que só vão tirar o governo do seu rumo. O presidente já se deu conta disso”, afirmou.
Ele disse ainda que embora Bolsonaro não abandone essa agenda há “determinados movimentos não podem ser feitos pela conjuntura que se vive hoje no mundo com um todo”.

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