Gabriel BarreiraG1 Rio
O Tribunal Regional Federal da Segunda Região (TRF-2) confirmou, nesta terça-feira (5), condenações da Operação Calicute de primeira instância e aumentou a pena do ex-governador Sérgio Cabral no processo. No processo, ele havia sido condenado a 45 anos e 2 meses. A nova decisão aumentou a pena para 45 anos e 9 meses.mJá a da ex-primeira dama Adriana Ancelmo diminuiu: era de 18 anos e 3 meses, mas passou a 12 anos e 11 meses.
Após o julgamento de embargos que serão apresentados pelo Ministério Público Federal, ela pode ser presa, segundo o próprio MPF.
QUASE 199 ANOS – Este é o primeiro caso de Cabral julgado num tribunal de segunda instância no Rio. Em Curitiba, ele já havia sido condenado num tribunal de segunda instância.
Agora, o total da pena de Cabral em todas as nove condenações chega a 198 anos e 6 meses. Com o julgamento, as novas penas ficaram assim definidas:
Sergio Cabral – 45 anos e 9 meses; Wilson Carlos – 18 anos e 1 mês; Hudson Braga – 18 anos e 4 meses; Carlos Miranda – 20 anos e 6 meses; Vagner Jordão – 13 anos e 6 meses; Adriana Ancelmo – 12 anos e 11 meses; Paulo Magalhães Pinto – 3 anos e 6 meses; José Orlando Rabelo – absolvido; Luís Paulo Reis 3 anos e 7 meses; Carlos Borges – 3 anos e 6 meses; Luiz Carlos Bezerra 5 anos e 8 meses.
O JULGAMENTO – O relator da Lava Jato no Rio na 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da Segunda Região (TRF-2), desembargador Abel Gomes, foi o primeiro a votar. O magistrado se manifestou pelo aumento a pena do ex-governador Sérgio Cabral (MDB) em processo aberto com base na Operação Calicute.
O aumento da pena, no voto do relator, foi de 7 meses: era de 45 anos e 2 meses na decisão de primeira instância e, no voto dele, passou a 45 anos e 9 meses.
Abel Gomes também pediu pelo aumento da pena de Adriana Ancelmo, mulher de Sérgio Cabral, na Operação Calicute. Antes, era de 18 anos e 3 meses. Mas o desembargador quer que suba para 21 anos e 9 meses.
OUTROS VOTOS – O segundo a votar foi o desembargador revisor, Paulo Espírito Santo. Ele defendeu o aumento da condenação. O magistrado disse que Sérgio Cabral tem “personalidade voltada para o crime” e pediu o aumento da pena na Calicute para 59 anos e 1 mês. “Para mim, esse é o maior caso de corrupção que já vivemos aqui”, defendeu.
O presidente da Turma, Antonio Ivan Athié manteve a pena determinada pelo juiz de primeira instância e fez duras críticas ao esquema de corrupção. “Fatos mostram não compensar a ganância estratosférica. Trevas levam parentes e amigos iludidos por benesses que nem benesses são, quase sempre à custa do sofrimento do povo”.