Não foi uma entrevista coletiva, mas apenas um discurso
Paulo Victor Chagas Agência Brasil ###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Não foi bem uma entrevista, mas
apenas um discurso, antecipadamente preparado. Embora a autoria tenha
sido levianamente atribuída à própria Dilma, na verdade foi redigido por
outrem (leia-se: José Eduardo Cardozo), porque, como se sabe, Dilma é
uma mulher sapiens, mas às vezes a sabedoria lhe falha. Por fim, é bom
destacar que a matéria da Agência Brasil esqueceu que Dilma esculhambou
Temer, atribuindo a ele a conspiração que se montou contra ela. E disse
que o mundo está acompanhando o golpe de estado que se perpetra no
Brasil, fato que é rigorosamente verdadeiro. O mundo inteiro acompanha,
mas é apenas para dar boas gargalhadas. (C.N.)
Os
sonhos da presidente Dilma estão sendo torturados, ela disse na
coletiva a que se concedeu para a encenação da estratégia do dia. Os
nossos também, mas isso não a comove; prefere tentar comover a plateia
trocando o figurino da arrogância pelo de certo quebrantamento. Nada
como uma boa sova democrática de 367 votos pela admissibilidade do
impeachment, não é mesmo?
O entrevistado do Roda Viva desta segunda-feira foi Gilmar Mendes,
ministro do Supremo Tribunal Federal, que também exercerá a partir de 12
de maio a presidência do Tribunal Superior Eleitoral. Na Suprema Corte
desde 2002, uma de suas decisões mais recentes foi suspender a nomeação
de Lula para a chefia da Casa Civil do governo federal.
A bancada de entrevistadores reuniu os jornalistas Ricardo Setti, Pedro Dias Leite (VEJA), Sonia Racy (Estadão), André Guilherme Vieira (Valor) e Bela Megale (Folha). Com ilustrações em tempo real do cartunista Paulo Caruso, o programa foi transmitido ao vivo pela TV Cultura.
Os
sonhos da presidente Dilma estão sendo torturados, ela disse na
coletiva a que se concedeu para a encenação da estratégia do dia. Os
nossos também, mas isso não a comove; prefere tentar comover a plateia
trocando o figurino da arrogância pelo de certo quebrantamento. Nada
como uma boa sova democrática de 367 votos pela admissibilidade do
impeachment, não é mesmo? » Clique para continuar lendo
O entrevistado do Roda Viva desta segunda-feira foi Gilmar Mendes,
ministro do Supremo Tribunal Federal, que também exercerá a partir de 12
de maio a presidência do Tribunal Superior Eleitoral. Na Suprema Corte
desde 2002, uma de suas decisões mais recentes foi suspender a nomeação
de Lula para a chefia da Casa Civil do governo federal.
A bancada de entrevistadores reuniu os jornalistas Ricardo Setti, Pedro Dias Leite (VEJA), Sonia Racy (Estadão), André Guilherme Vieira (Valor) e Bela Megale (Folha). Com ilustrações em tempo real do cartunista Paulo Caruso, o programa foi transmitido ao vivo pela TV Cultura.
Em países sérios, quem chefia o Ministério da Justiça ou algo
equivalente à Advocacia Geral da União trata de ouvir o que disseram os
mestres do Direito e o que têm a dizer juristas sábios. No Brasil, além
dos pitos de Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo ouve os hits do ídolo
teen Justin Bieber.
É compreensível que aos 56 anos, completados neste 18 de abril, passe
os dias fabricando chicanas moleques e recitando platitudes de
envergonhar mãe de miss. Ontem, por exemplo, disse o seguinte sobre o
naufrágio de Dilma na Câmara: “Nem sempre quando você perde, você erra”.
Nesta segunda-feira, acordou animado: “Acho que derrotaremos este
impeachment no Senado. Não sei as regras que serão decididas pelo
presidente Renan, mas apresentaremos a defesa e, basicamente, será a
defesa que fizemos na Câmara”.
Cardozo e Bieber se conheceram em 2011, quando o cantor canadense
ainda era menor de idade. Aos 22, parece muito mais maduro que o amigo
brasileiro.
Os
sonhos da presidente Dilma estão sendo torturados, ela disse na
coletiva a que se concedeu para a encenação da estratégia do dia. Os
nossos também, mas isso não a comove; prefere tentar comover a plateia
trocando o figurino da arrogância pelo de certo quebrantamento. Nada
como uma boa sova democrática de 367 votos pela admissibilidade do
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O entrevistado do Roda Viva desta segunda-feira foi Gilmar Mendes,
ministro do Supremo Tribunal Federal, que também exercerá a partir de 12
de maio a presidência do Tribunal Superior Eleitoral. Na Suprema Corte
desde 2002, uma de suas decisões mais recentes foi suspender a nomeação
de Lula para a chefia da Casa Civil do governo federal.
A bancada de entrevistadores reuniu os jornalistas Ricardo Setti, Pedro Dias Leite (VEJA), Sonia Racy (Estadão), André Guilherme Vieira (Valor) e Bela Megale (Folha). Com ilustrações em tempo real do cartunista Paulo Caruso, o programa foi transmitido ao vivo pela TV Cultura.
Em países sérios, quem chefia o Ministério da Justiça ou algo
equivalente à Advocacia Geral da União trata de ouvir o que disseram os
mestres do Direito e o que têm a dizer juristas sábios. No Brasil, além
dos pitos de Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo ouve os hits do ídolo
teen Justin Bieber.
É compreensível que aos 56 anos, completados neste 18 de abril, passe
os dias fabricando chicanas moleques e recitando platitudes de
envergonhar mãe de miss. Ontem, por exemplo, disse o seguinte sobre o
naufrágio de Dilma na Câmara: “Nem sempre quando você perde, você erra”.
Nesta segunda-feira, acordou animado: “Acho que derrotaremos este
impeachment no Senado. Não sei as regras que serão decididas pelo
presidente Renan, mas apresentaremos a defesa e, basicamente, será a
defesa que fizemos na Câmara”.
Cardozo e Bieber se conheceram em 2011, quando o cantor canadense
ainda era menor de idade. Aos 22, parece muito mais maduro que o amigo
brasileiro.
VLADY OLIVER
Se há uma concluir da liturgia do processo de impeachment detonado
ontem é o quanto a nossa política está velha. Desatualizada.
Desconectada da realidade vigente e atuante lá mesmo, nos jardins
suspeitos da babilônia em que transformaram nossa sociedade murada de
véspera, naquela cidade coalhada de ladrões diversos e políticas
assistencialistas. Dá-lhe defesa dos “índios e quilombolas”, para sentar
em cima da grana pública rapinada, sob o pretexto de ajudar minorias,
na base da mortadela fácil. » Clique para continuar lendo
Exibidos
alternadamente pela TV, o início da sessão da Câmara dos Deputados e o
começo da manifestação na Avenida Paulista mostraram com pedagógica
nitidez a cara dos dois Brasis que se defrontam neste outono de 2016.
Protagonizadas por devotos da seita que vê em Lula seu único deus, as
cenas de selvageria no Congresso atestaram que a antiga bancada
governista está reduzida a um punhado de baderneiros dispostos a tudo
para impedir a oficialização da queda de Dilma Rousseff.
Favorecidos pelo contraste com os manifestantes que exigem
pacificamente o cumprimento da vontade da nação, os parlamentares
bandidos provaram que estão quase prontos para fazer bonito em qualquer
outra organização criminosa. O PCC, por exemplo.
“Ninguém
pode negar a honestidade pessoal da presidente”, repetem jornalistas
federais agarrados à suposição de de que Dilma Rousseff jamais engordou
com dinheiro sujo a própria conta bancária. Conversa fiada. Quem nunca
embolsou propinas não é necessariamente honesto. O juiz de futebol que
inventa pênaltis por amor ao time é tão desonesto quanto o que valida
gols de mão por um punhado de pixulecos.
A candidata que mente, tapeia e faz o diabo para continuar no
Planalto é tão vigarista quanto o estelionatário que tunga a poupança da
tia com o conto do bilhete premiado. Fantasiada de faxineira, Dilma
sempre tentou varrer para baixo do tapete o lixo produzido pelos
corruptos de estimação. Disfarçada de supergerente durona, avalizou a
roubalheira do Petrolão. Caprichando na pose de bedel do colégio de
freiras, promoveu Erenice Guerra a melhor amiga.
Dilma aprendeu com Lula que honradez é coisa de otário. Ambos são
desonestos. A diferença está na moeda usada nas transações em que se
metem. A afilhada aprecia cargos públicos e poder. O padrinho prefere
receber em espécie, mas aceita doações em forma de imóveis.