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terça-feira, março 04, 2025

Vivemos processo de fragilização crescente da democracia, diz Walter Salles

 Foto: Redes sociais/Divulgação/Arquivo

O cineasta Walter Salles04 de março de 2025 | 07:12

Vivemos processo de fragilização crescente da democracia, diz Walter Salles

brasil

Em conversa com jornalistas num hotel de Los Angeles na noite desta segunda-feira (3), um dia após ter feito história ao vencer o primeiro Oscar do Brasil, o cineasta Walter Salles refletiu sobre como seu filme “Ainda Estou Aqui” impactou o público americano, que vê agora investidas do presidente Donald Trump contra direitos humanos.

“A gente está vivendo um processo de fragilização crescente da democracia, um processo que está se acelerando cada vez mais. O filme se tornou próximo de quem o viu nos Estados Unidos. Isso explica a maneira crescente com que ele foi abraçado nos Estados Unidos”, disse Salles, ao responder uma pergunta relacionada à prática das deportações de imigrantes acorrentados.

O longa chegou a ser exibido em 762 salas de cinema nos Estados Unidos, acumulando US$ 5,2 milhões no país, cerca de R$ 30 milhões, e mais US$ 24,7 milhões, cerca de R$ 144 milhões, no resto do mundo.

“O filme ecoa o perigo autoritário que grassa no mundo todo. A gente está vivendo um momento de extrema crueldade, da prática da crueldade como forma de exercício de poder. Estamos no meio disso e é profundamente inquietante. Numa hora como essa, o jornalismo investigativo, a literatura, a música, o cinema, todas as formas de expressão se tornam fundamentais para combater isso. Para trazer uma polifonia democrática.”

Mais cedo, em entrevista ao vivo ao Jornal Nacional, a atriz Fernanda Torres disse que seu trabalho em “Ainda Estou Aqui”, no papel de Eunice Paiva, viúva de Rubens Paiva, é de certa forma uma maneira de dar continuidade ao legado de sua mãe, Fernanda Montenegro.

De óculos escuros para disfarçar a comemoração da noite de domingo, quando “Ainda Estou Aqui” venceu o Oscar de melhor filme internacional, a atriz diz que, da mesma forma que sua mãe resistiu à ditadura militar, ela sente fazer o mesmo por meio de seu trabalho.

“Eu fico pensando nas crianças que estão vivas hoje, em que filmes eles farão daqui a 50 anos sobre a nossa resistência hoje ao autoritarismo, aos movimentos antidemocráticos, a anti-cultura. É um filme sobre transmissão e resistência ao longo do tempo.”

Fernanda Montenegro interpreta a mesma personagem da filha na velhice. Eunice e ficou conhecida por sua luta pelos direitos humanos, depois de se formar advogada, e por sua trajetória para reconhecer na Justiça o sequestro e a morte de seu marido por agentes da ditadura militar.

Selton Mello, que interpreta Rubens Paiva, acrescentou que o filme segue com temporadas notáveis em curso na França, em Portugal e no Reino Unido, e que o prêmio no Oscar não é o fim de sua trajetória. “Um filme dessa grandeza é eterno. Ele continua em cartaz e vai estrear em outros países. É essa a força do cinema. Parece que encerramos o ciclo. Mas não fechamos nada. Foi só mais uma etapa. Ainda estamos aqui e ainda temos muita estrada.”

Fernanda Ezabella e Pedro Martins, Folhapress

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