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quinta-feira, março 13, 2025

Nomofobia e Inteligência Artificial.2 grandes desafios da modernidade

 em 13 mar, 2025 3:10

Blog Cláudio Nunes: a serviço da verdade e da justiça
    “O jornalismo é o exercício diário da inteligência e a prática cotidiana do caráter.” Cláudio Abramo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nomofobia e Inteligência Artificial. Dois grandes desafios da modernidade

Por Peterson Almeida Barbosa*

 Nomofobia é um termo de origem inglesa, sendo uma abreviação de no mobile phone phobia. O wikipédia a define como “ansiedade, estresse ou desconforto resultante da falta de acesso ao telefone celular e suas funcionalidades”.

 A comunicação via telefone foi das maiores evoluções da humanidade, antes sem ou com difícil acesso a pessoas geograficamente distantes. Nos tempos hodiernos, os smartphones são utilizados na quase totalidade das atividades humanas, propiciando não apenas chamadas, senão também diversos outros usos benéficos, como: o armazenamento de dados, fotos e vídeos; o acesso a informações de toda ordem; a aquisição de novos conhecimentos; a atualização com os acontecimentos; lazeres do tipo músicas, filmes e jogos; compras on line; transações bancárias; além do acesso às redes sociais. Enfim, é item imprescindível na vida cotidiana de todas as pessoas, de todos os níveis sociais, educacionais e econômicos. Prova disto é que, no Brasil, temos 1,2 aparelho por habitante.

 E é justamente este uso ilimitado que tem levado tantas pessoas ao desenvolvimento de uma dependência comportamental e, via de consequência, a uma maior susceptibilidade a problemas psicológicos como consequência da interação com as novas tecnologias.

 A nomofobia tem assustadora prevalência global, sendo da ordem de 70% (setenta por cento); os estudantes universitários (estes passam atemorizantes 9h ao dia conectados) e adultos jovens são os mais afetados, mas ela não poupa crianças, adolescentes e idosos. Estes indivíduos apresentam características comuns, dentre as quais: perda da noção do tempo quando começam a navegar em seus smartphones; irritação ao acordarem e não encontrarem seus aparelhos; menor tempo de convivência com familiares e amigos; ansiedade, sudorese e até taquicardia como o que irão deixar de ver nas redes sociais quando, eventualmente, precisam ficar desconectados; necessidade de manter o celular por perto 24h; estresse quando ficam sem bateria; checagem das notificações repetidamente ao longo do dia; sensação de segurança ao ter o smartphone ao alcance.

 Fato é que estamos falando da maior causa de vício não relacionada às drogas no mundo atual; a dependência tecnológica é reconhecida como transtorno pela OMS desde 2018. A historiadora indiana Tithi Bhattacharya sagazmente a apontou como um paradoxo, na medida em que: “enquanto libertam os indivíduos do mundo real, os escravizam ao mundo virtual”.

Nomofóbicos tem baixa auto estima; visão negativa de si mesmos; estresse e instabilidade emocional, além de padrão temperamental com tendência à irritabilidade. Neste contexto é, sem dúvidas, um grave problema de saúde pública.

 As preocupações aumentam com a crescente popularidade que as soluções de inteligência artificial tem trazido. Já se constata que pessoas estão usando essas ferramentas não só como um recurso profissional, senão também como suporte emocional.

 A sedutora tecnologia (não consegui me desvencilhar do trocadilho) pode se tornar perigosa, prova disto é que a OpenAI, criadora do ChatGPT, se preocupou em advertir que, a relação próxima com o chatbot que utiliza voz humana, conversando com o usuário de maneira espantosamente natural, traz consigo um risco de vício.

 Inúmeros relatos tem chegado de pessoas que, de tanto interagirem com a máquina, não só na parte da socialização como também gerando conteúdos, passarem a desenvolver relações afetivas com aquelas.

 A explicação parece relativamente simples, até para um leigo como este subscritor. Dizem os experts que, quando entramos numa rede social, rapidamente os algoritmos captam nossa personalidade, entendem nossos gostos a partir de nossas buscas, dos conteúdos que costumeiramente procuramos, passando então o sistema a nos dar mais e mais daquilo que gostamos.

 Então estas máquinas, que só lhe dizem aquilo que você quer ouvir, que não lhe perturbam e que só lhe agradam, estarão a um passo de se tornarem seu(sua) namorado(a), por que não?, afinal, são ou não uma companhia perfeita?

Mas não para por aí. Ainda segundo os especialistas, num futuro breve, poderemos criar, em tempo real, aquilo que quisermos. Está aí a TV 3.0 para comprovar. Será possível pedir à máquina para criar sua série de streaming própria, no seu estilo, com seus atores e atrizes favoritos, sendo isto, incontestavelmente, uma antropomorfização – as máquinas parecidas com humanos, como o são os robôs humanóides.

 Assombrosamente completando, já existem plataformas que replicam a personalidade de pessoas falecidas, prometendo ser capazes de amenizar o luto, o que – não precisa ser formado em psicologia para entender – é extremamente danoso.

 Concluindo, a inteligência artificial pode trazer um nível de dependência muito mais poderoso que as redes sociais, seria uma nomofobia potencializada, formando “burros naturais” (mais uma vez com o perdão pela utilização doutro irrecusável trocadilho).

O Poder Judiciário tem tentado dar a sua contribuição, regulamentando e responsabilizando as redes sociais como o fez o STF ao analisar a constitucionalidade de artigos do Marco Civil da Internet; punindo o uso da IA enquanto potencial instrumento desestabilizador dos pleitos eleitorais, como o fez o TSE ao editar a Resolução nº 23732/24.

 Como pai de adolescentes ousei abordar este assunto para alertar-mo-nos que, enquanto pessoas conscientes e conscientizadas, necessitamos tratar dos nossos, cuidar da sociedade, desenvolver os indivíduos em sua relação consigo mesmos, permitindo-os se relacionarem com esses instrumentos de uma outra maneira, daí a importância de áreas como a psicologia e a psiquiatria, as quais tem muito a nos dizer sobre as fraquezas dos seres humanos ante as fortalezas das máquinas.

 Urge nos preocupemos, é imperioso façamos um auto-exame e examinemos aqueles que nos estão próximos à luz da nomofobia, sob pena de não sabermos o que fazer quando – nós e aqueles – nos desplugarmos do mundo ainda mais fascinante da IA para o mundo real.

* Promotor de Justiça (MP-SE), Mestre em Direitos Humanos, autor de livros, artigos e crônicas (petersonab@hotmail.com)

 

Ministro e governador O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, estará em terras sergipanas nesta sexta-feira, 14, para cumprir agenda com o governador Fábio Mitidieri nos municípios de Lagarto e Estância. Na primeira agenda, em Lagarto, será realizada a assinatura que destina R$ 60 milhões ao Hospital Universitário (HU), em parceria entre o Ministério da Educação (MEC) e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Em seguida, a comitiva segue para Estância, onde o governador participa da cerimônia de lançamento da pedra fundamental do campus da Universidade Federal de Sergipe (UFS)

https://infonet.com.br/blogs/claudio-nunes/nomofobia-e-inteligencia-artificial-2-grandes-desafios-da-modernidade/

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