Publicado em 8 de janeiro de 2025 por Tribuna da Internet
Evellyn Paola e Mateus Maia
Poder360
Nesta quarta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aproveitou o evento esvaziado, que marcou dois anos dos ataques de 8 de Janeiro, e tentou surfar na onda do filme que concorreu ao Globo de Ouro, “Ainda Estou Aqui”, que teve Fernanda Torres como vencedora da categoria “Melhor Atriz em Filme de Drama” .
Depois de citar que não teria problema o ato ter poucas pessoas, disse que a democracia está viva, ao contrário do que planejavam os extremistas do 8 de Janeiro de 2023:
“Hoje é dia de dizer em alto e bom som: ainda estamos aqui. Estamos aqui para dizer que estamos vivos, e que a democracia está viva, ao contrário do que planejavam os golpistas de 8 de Janeiro de 2023”, declarou em evento simbólico para lembrar os 2 anos dos atos.
ATO ESVAZIADO – O evento começou esvaziado no Planalto, sem a presença dos presidentes do Congresso e do STF (Supremo Tribunal Federal). Depois, o ato seguiu para a Praça dos Três Poderes. Cerca de 1.200 pessoas compareceram ao local.
“Eu vi a preocupação com alguns meios de comunicação se ia ter muita gente, pouca gente, se era fracassado ou não. Eu queria que as pessoas soubessem o seguinte: um ato de defesa da democracia mesmo que tivesse um só cara, uma só pessoa num palanque falando de democracia já é o suficiente para a gente acreditar que a democracia vai reinar neste país”, declarou.
POUCAS AUTORIDADES – O público da cerimônia oficial teve número reduzido de autoridades, mas compareceram os ministros do petista que não estavam em férias e os comandantes das Forças Armadas.
Entre os deputados, por exemplo, só líderes governistas e petistas fizeram número no Salão Nobre do Planalto.
Os chefes do Legislativo e do Judiciário também não compareceram. O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), está em férias no exterior. Arthur Lira (PP-AL), da Câmara, também está fora de Brasília. Luís Roberto Barroso, presidente do STF, foi representado pelo ministro Edson Fachin.
JANJA FALOU – Lula escalou a primeira-dama Janja da Silva fazer o discurso inaugural da cerimônia de 2 anos do 8 de Janeiro no Planalto. Mesmo sem cargo no governo, ela reforçou sua posição de destaque. Ela falou no primeiro dos quatro planejados para a cerimônia, na Sala de Audiências do palácio.
Discursou por cerca de 8 minutos citando a restauração de obras de arte e do Balthasar Martinot, do século 17, falando sobre a importância da cultura e artistas para a manutenção da democracia e alfinetando a administração do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“No dia 1º de janeiro de 2023, vivíamos um momento histórico de esperança e de novos tempos. Vibrávamos que o amor tinha vencido o ódio. Uma semana depois, o ódio ocupou esse espaço tentando sufocar a esperança. Mas eles não conseguiram e, hoje, estamos aqui”, afirmou.
AS MULATAS – Depois, o petista e Janja descerraram a obra “As Mulatas”, de Di Cavalcanti (1897-1976), danificada pelos manifestantes há dois anos.
O terceiro ato foi a cerimônia formal no Salão Nobre do Planalto. O primeiro discurso foi da deputada Maria do Rosário (PT-RS), em nome da Câmara dos Deputados. Ao citar o ausente Arthur Lira, ouviu um ensaio de vaias. O mesmo movimento repetiu-se minutos depois, já durante o discurso do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), também ao citar Lira.
Depois, discursaram o ministro Edson Fachin, do STF, e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. Por fim, Lula tomou a palavra para listar as últimas vezes que temeu por sua morte, desde que escapou do plano de assassinato de um bando de “aloprados”.
PRINCIPAL GAFE – Durante a parte improvisada do discurso, o petista ainda citou pane de avião e queda no Alvorada, quando bateu a cabeça. A principal gafe, entretanto, foi quando o petista disse que os homens são mais apaixonados pelas amantes do que pelas próprias mulheres. A ideia era dizer que ele era um amante da democracia.
“Somente em um processo democrático a gente pode conquistar isso. É por isso que eu sou um amante da democracia. Não sou nem marido, eu sou um amante da democracia, porque, na maioria das vezes, os amantes são mais apaixonados pela amante do que pelas mulheres. E eu sou um amante da democracia porque eu conheço o valor dela”, declarou.
O último ato foi a descida da rampa.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Não adianta. Lula casou de novo, mas não esquece Rosemary Noronha. Ele será para sempre o “Bebê de Rosemary”… (C.N.)