O recente vídeo documentando a visita do prefeito Tista de Deda à Feira de Jeremoabo, especialmente à área destinada à venda de carnes bovinas, caprinas, aves e peixes, é um retrato lamentável do abandono. A falta de higiene, o estado de deterioração e o descaso geral não apenas causam revolta, mas também configuram um atentado à saúde pública, colocando vidas humanas em risco.
Diante desse cenário, surgem questionamentos cruciais: é justo culpar apenas o prefeito Deri do Paloma? Onde estavam as demais autoridades de Jeremoabo? Existe Vigilância Sanitária no município? E a Câmara de Vereadores? Os vereadores nunca visitaram o Mercado de Jeremoabo ou fizeram compras lá? A resposta para essas perguntas não só aponta para a omissão, mas também para a cumplicidade.
O cidadão José Mário, em uma análise precisa, traz à tona uma reflexão contundente: “Há uma necessidade de apurar responsabilidades sobre o sucateamento da frota municipal, isso é um fato. Por outro lado, a mesma justiça que pune tais desmandos tem o dever de punir o Legislativo Municipal por prevaricação, por não cumprir o dever de fiscalizar e denunciar aos poderes competentes, como o Ministério Público e o Tribunal de Contas. A Casa Legislativa precisa deixar de ser um local de inoperância e benevolência para seus edis. Recordemos do que dizia o ex-prefeito de Colatina-ES: Prefeito só rouba quando a Câmara é corrupta.”
A afirmação de José Mário é um alerta claro. A Câmara de Vereadores tem como uma de suas principais funções fiscalizar as ações do Executivo. Quando os vereadores falham em cumprir esse papel, tornam-se coniventes com os abusos e omissões do prefeito. A inoperância dos vereadores é tão grave quanto o descaso do Executivo, pois ela perpetua um ciclo de impunidade e desgoverno.
O estado da Feira de Jeremoabo é um reflexo direto dessa negligência coletiva. A Vigilância Sanitária, que deveria zelar pela saúde da população, parece inexistir. A Câmara de Vereadores, que deveria ser a voz do povo e o freio contra abusos, é uma instituição inócua, alheia às reais necessidades do município.
Essa situação exige ações imediatas. Os cidadãos de Jeremoabo não podem mais tolerar um Legislativo que age como espectador passivo diante do caos. É necessário exigir que os vereadores cumpram seu papel de fiscalizadores, denunciando irregularidades e cobrando soluções do Executivo. Além disso, é imprescindível que o Ministério Público e o Tribunal de Contas sejam acionados para investigar e punir tanto os atos de omissão quanto os de corrupção.
O mercado de carnes de Jeremoabo é apenas um dos símbolos do descaso, mas ele representa algo maior: a falência de um sistema que deveria servir ao povo, mas que se perde em interesses pessoais e omissões imperdoáveis. Que este episódio seja um ponto de partida para a mudança, para que Jeremoabo possa, finalmente, trilhar o caminho da transparência, da responsabilidade e do respeito à saúde e à dignidade de sua população.