Por JORNAL DO BRASIL com Agenda do Poder
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Publicado em 14/09/2024 às 06:01
Alterado em 14/09/2024 às 07:55
Por César Fernandes - Em depoimento recente, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, revelou detalhes sobre as acusações de assédio sexual que sofreu por meses por parte de Silvio Almeida, ex-ministro dos Direitos Humanos. Durante seu relato, feito diante dos ministros Vinícius Marques de Carvalho (Controladoria-Geral da União), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), Cida Gonçalves (Ministério das Mulheres) e Esther Dweck (Ministério da Gestão), Anielle descreveu que as investidas de Almeida começaram de forma sutil, com elogios e olhares que a deixavam desconfortável, mas rapidamente evoluíram para situações mais graves e constrangedoras, incluindo toques inapropriados e sussurros de cunho sexual
Esses novos detalhes trouxeram à tona a gravidade das acusações e colocaram foco na questão de assédio sexual dentro do ambiente governamental.
Segundo Anielle, ela sofreu o assédio por meses, mencionando episódios em que Almeida a tocou durante reuniões e chegou a apalpar suas partes íntimas. As declarações foram citadas pela revista Veja.
A ministra tentou, sem sucesso, resolver a situação discretamente, inclusive propondo um jantar com Almeida na esperança de fazê-lo repensar seu comportamento. No encontro, embora o ex-ministro tenha demonstrado algum arrependimento, voltou a agir de forma inadequada ao sussurrar desejos impróprios ao final da conversa. Mesmo com essas recorrentes agressões, Anielle hesitou em formalizar a denúncia, temendo não ser acreditada e perder sua posição.
Após a denúncia ser divulgada pela imprensa, Silvio Almeida foi demitido e se defendeu negando as acusações e alegando ser alvo de uma disputa política. Ele apresentou mensagens trocadas com Anielle, nas quais os dois demonstravam proximidade.
Conversas de Anielle com Silvio Almeida através do aplicativo Whatsapp Foto: reprodução