Guilherme Amado e Natália Portinari
Metrópoles
O advogado Walfrido Warde, que entrou com uma ação nesta semana no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a suspensão dos acordos de leniência da Operação Lava Jato, já representou a JBS em ações na Justiça. A empresa será uma das principais beneficiadas por uma eventual suspensão.
A JBS vem tentando reduzir o valor que se comprometeu a pagar em 2017, de R$ 10,3 bilhões. Até hoje, a empresa pagou apenas R$ 580 milhões, segundo reportagem recente do jornalista Julio Wiziack.
PARTIDOS APOIAM – O escritório de Warde representa PSol, Solidariedade e PCdoB na ação no STF. Os partidos alegam que teria havido uma ação abusiva do Ministério Público Federal (MPF) nos acordos e que os valores foram elevados pelo “punitivismo” do momento histórico da Lava Jato.
Na ação, Warde e outros advogados dos partidos argumentam que o valor alto dos acordos coloca em risco a continuidade da atividade empresarial das empresas, o que traria prejuízos à economia nacional.
Procurado, Warde disse, por meio de sua assessoria, que não representa mais a JBS e que a empresa não tem nada a ver com a ação.
DIZ O ESCRITÓRIO – “Desde 2018, Walfrido Warde escreveu três livros sobre leniência, nos quais aponta falhas legais, procedimentais e estruturais na forma como muitos dos acordos de leniência foi pactuada (sic), críticas essas lamentavelmente incompreendidas e objeto de fúria de autoridades que participaram de sua celebração”, diz o escritório, em nota.
“Warde Advogados representou a JBS junto à CVM em 2017 e não advoga na renegociação de seu acordo de leniência”, alega o escritório, para desvincular o grupo JBS do pedido apresentado ao Supremo por três partidos considerados de esquerda.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Vejam como no Brasil três partidos que se dizem de esquerda (PSol, Solidariedade e PCdoB), se deixam usar pelas empreiteiras envolvidas no maior escândalo de corrupção do mundo. Conforme já alertamos aqui na Tribuna da Internet, o próximo passo será pedir que a Petrobras devolva às empreiteiras os R$ 7 bilhões que essas empresas se ofereceram para pagar. E certamente exigirão juros e correção monetária. Ah, Brasil… (C.N.)