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sexta-feira, janeiro 25, 2019

Coaf aponta movimentação atípica de ex-ministro ligado a Eduardo Cunha e Temer


O ex-ministro de Direitos Humanos Gustavo Rocha durante sessão no Senado Foto: Geraldo Magela / Agência Senado
Gustavo Rocha fez saques vultosos em dinheiro e não se recorda
Bela Megale e Aguirre TalentoO Globo
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras(Coaf)   detectou movimentações financeiras atípicas do advogado Gustavo do Vale Rocha, ligado ao ex-presidente Michel Temer e ao ex-deputado Eduardo Cunha. Atual secretário de Justiça do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), Gustavo Rocha foi ministro dos Direitos Humanos de Temer, assessorou juridicamente a Casa Civil e também advogou para o ex-deputado Eduardo Cunha (MDB), preso na Lava-Jato. Com o apoio de Cunha, ele obteve também uma cadeira no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), órgão responsável por punições administrativas contra procuradores.
Gustavo Rocha apareceu no relatório por sua ligação com Eduardo Cunha, que era o alvo inicial do Coaf. O relatório do órgão foi enviado ao Ministério Público Federal do Rio de Janeiro e cita duas movimentações consideradas atípicas na conta bancária de seu escritório de advocacia e na sua conta bancária pessoal.
DINHEIRO VIVO – Uma delas foi referente a dois saques que totalizaram R$ 104 mil em dinheiro vivo, entre 11 de março e 6 de abril de 2016, efetuados da conta corrente do seu escritório. Nesse período, Gustavo Rocha ainda não ocupava cargos no governo Temer – estava em andamento o impeachment da presidente Dilma Rousseff, que foi aprovado pela Câmara em 17 de abril, com o apoio de Cunha e Temer.
“Comunicação motivada por movimentação em espécie considerada atípica, incompatível com o perfil da empresa e com indícios de burla/dissimulação do destino/beneficiário dos recursos”, diz trecho do relatório do Coaf.
A outra movimentação financeira citada pelo Coaf foi o recebimento na conta do seu escritório, em maio de 2016, de R$ 938 mil da empresa Indra Brasil, que posteriormente constituiu a Politec Tecnologia da Informação.
NA LAVA JATO – O repasse acendeu o alerta do Coaf porque a Politec foi apontada nas investigações da Lava-Jato como recebedora de recursos ilícitos do PT no caso envolvendo desvios de contratos de crédito consignado do Ministério do Planejamento com a empresa Consist. Os repasses da empresa para o escritório de Gustavo Rocha foram seguidos de uma transferência de R$ 800 mil para a conta pessoal dele, diz o Coaf.
Procurado para comentar, Gustavo Rocha afirmou que “todos os valores recebidos decorrem de serviços prestados, a transferência para minha conta pessoal decorre de dividendos do escritório, todos devidamente declarados no Imposto de Renda”. Disse ainda que, no período, não ocupava cargos no governo e exercia a atividade de advocacia. Sobre os saques em espécie, declarou:
— Não me recordo de saques, mas certamente foi para o meu uso pessoal — afirmou.

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