Lílian Machado
Segundo fontes que não quiseram ser identificadas, o empenho do prefeito apenas na campanha da primeira–dama, a deputada estadual Maria Luíza (PSC), e sua presença ao lado dos democratas teriam incomodado a cúpula peemedebista, que não vê mais com “confiança” a parceria com o alcaide. Seria ainda um dos motivos de insatisfação, a aproximação do casal com o governador petista - candidato à reeleição e principal adversário de Geddel.
Mudanças podem estar a caminho
No meio político, uma outra tese difundida é de que ao anunciar o distanciamento político do prefeito, o candidato peemedebista estaria descolando sua imagem do chefe do Executivo municipal – desgastado nos últimos dias com a “crise” da Transcon e da demolição das barracas de praia. Segundo uma fonte, com a informação de afastamento, o ex-ministro transpareceu preocupação de que o desempenho do prefeito de seu partido não respingue em sua campanha.
O fato é que a influência antes exercida pelo PMDB foi perdida com o passar do segundo mandato do prefeito. O partido, que tem o candidato ao governo como grande líder, chegou a ocupar metade das secretarias municipais. Hoje, a sigla tem representantes em apenas três pastas.
Diante do fogo cruzado, há quem aponte mudanças à vista na Prefeitura. Com isso, nomes dos secretários indicados pelo PMDB já estariam a prêmio no poder municipal – com possíveis demissões depois do dia 03 de outubro. Contudo, pessoas próximas ao primeiro escalão asseguram que, ao menos por enquanto, o ambiente é de total normalidade no Executivo municipal. (LM)
Lúcio nega intimidação ao prefeito
O presidente estadual do PMDB, Lúcio Vieira Lima, disse à Tribuna da Bahia que, ao expor a decisão de pedir a expulsão da prefeita do município de Governador Mangabeira, o partido quis apenas defender a questão da fidelidade partidária. “Adotamos esse mesmo posicionamento em 2008, quando o PMDB e o PT ainda eram aliados e o prefeito de Cachoeira, que integrava nossa legenda, se manifestou amigo de Paulo Souto e disse que não apoiaria Wagner (governador)”, lembrou.
Questionado sobre se o fato seria um recado ao prefeito João Henrique, o dirigente peemedebista negou. “Essa determinação não visa intimidar ninguém. Trata-se apenas de um princípio partidário, que também deve ser observado durante o período de campanha para as eleições”, enfatizou.
Lúcio defendeu o posicionamento apresentado por Geddel e disse que não houve a intenção “de atacar ninguém”. “O que foi dito é que, apesar de estarmos no mesmo partido, não exercemos influência direta na administração”, restringiu.
A reportagem procurou o prefeito João Henrique e o secretário de Comunicação do município, mas eles não foram encontrados. Através de sua assessoria de imprensa, a deputada Maria Luíza afirmou que não iria comentar o assunto. (LM)
Fonte: Tribuna da Bahia