Por Tales FariaPetistas como o deputado Cândido Vacarezza (SP) têm defendido a ideia de que o partido deve fazer tudo para facilitar a candidatura da ministra Dilma Rousseff a presidente da República. Vacarezza já iniciou até articulações, junto com os deputados Márcio França (PSB-SP) e Paulinho da Força Sindical (PDT-SP), para que o PT e o PDT ofereçam à direção nacional do PSB o apoio à candidatura do deputado Ciro Gomes (CE) para governador de São Paulo, em troca de sua desistência da disputa pela Presidência. A coluna foi procurar o próprio Ciro para falar sobre o assunto.– Em política, não dá para a gente dizer que uma coisa dessas é impossível. Mas posso afirmar que nunca cogitei. Meu interesse é concorrer à Presidência. E nunca tive numa situação tão favorável.– Mas, deputado, o Carlos Augusto Montenegro, presidente do Ibope, diz que não é bem assim. Que o senhor começa a campanha com 11% e termina com 4%.– Olha, o Montenegro não entende de pesquisas eleitorais. Ele nunca acerta nada. Quem segura o Ibope nessa área é a Márcia Cavallari (diretora executiva de atendimento e planejamento). Eu conquistei 11% dos votos quando concorri contra a reeleição de Fernando Henrique Cardoso e contra o presidente Lula, em 1998. Repeti os 11% quando disputei com José Serra e Lula, em 2002. Por que cairia agora se as condições estão melhores?– Estão melhores?– Claro! Nunca tive um quadro tão favorável. A situação econômica joga a favor de um perfil como o meu. Estou mais velho e, portanto, mais experiente. Tenho um partido político razoavelmente forte. Na primeira disputa, eu estava no PPS, e o presidente do partido, Roberto Freire, trabalhou o tempo inteiro pelo José Serra. Na outra, a aliança PTB, PDT e PPS não ficou bem azeitada. Agora não, estou há anos numa legenda que tem quadros respeitáveis, inclusive três governadores. E eu mesmo consigo o apoio de pelo menos outros três governadores de outras legendas. Enfim, não sei de onde o Montenegro tirou que eu tendo a perder votos. A avaliação que temos é que a minha candidatura tende a crescer, consistentemente.– Tem a história de que o senhor acaba falando impropérios no meio da campanha...– É. Todo mundo tem seus defeitos. Eu não roubo, não sou corrupto, mas realmente às vezes falo demais, bato muito forte. Desta vez, no entanto, pretendo me controlar.– O Montenegro acha que o senhor vai acabar desistindo. Que nem será candidato. Que talvez o presidente Lula peça ao PSB para retirar a sua candidatura.– O comportamento do presidente Lula tem sido corretíssimo. Apoiar a Dilma? Ora, é a candidata do partido dele, é natural. Tudo, até agora, tem ocorrido dentro do previsto. Não creio que o presidente cometeria a indelicadeza de pedir ao PSB que eu retirasse a candidatura. Como meu amigo, ele poderia até vir conversar comigo sobre isto. E eu teria como mostrar que a situação corre a meu favor.– Mas, com o Serra forte e com a Dilma crescendo nas pesquisas, ainda há espaço para o senhor?– O Serra não está tão forte assim. Vem caindo seguidamente nas pesquisas. Não creio que ele vá despencar. Mas acabará ali pelos 34% das intenções de voto. Quanto à Dilma, cresceu rapidamente pelo apoio do presidente. Era o esperado. Ela vai até uns 25% e, daí para a frente, terá mais dificuldade. Ou seja, está mais do que claro que há necessidade de uma outra candidatura no campo próximo ao presidente Lula. Inclusive porque há muita gente que apoia o Lula, gosta do governo, mas não aceita o PT. Essa gente tende a votar em mim. Se eu sair, estarão empurrando parte desse eleitorado para a Heloísa Helena.– E o governador de Minas Gerais, Aécio Neves?– O meu amigo Aécio errou. Se ele tivesse saído do PSDB, seria um fortíssimo candidato a presidente da República. Mas ficou no partido, e o Serra já ocupou a área. O cavalo passou selado e o Aécio, infelizmente, não quis montar. Esteve com a vaga de presidente da República nas mãos e perdeu. Agora, talvez, possa sair candidato a vice. É o máximo que Serra e o PSDB lhe darão.
Fonte: JB Online
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