Publicado em 18 de janeiro de 2025 por Tribuna da Internet
Carlos Newton
Ao ser eleito e montar o ministério, Lula agiu com a esperteza de sempre. Escalou Fernando Haddad, o melhor quadro do PT, para gerir a estratégica equipe econômica, mas ao mesmo tempo o enfraqueceu, ao nomear a então senadora Simone Tebet para o Planejamento, dividindo a gestão.
Com essa manobra, evitou seguir o exemplo de Bolsonaro, que criou o Ministério da Economia para Paulo Guedes com plenos poderes, todos lembram o “posto Ipiranga”. Lula, porém, preferiu manter Haddad sob controle e também evitar o crescimento político de Simone Tebet, que teve excelente votação, foi vital para a vitória do PT e podia despontar como alternativa política.
MALANDRAGEM DEMAIS – Essa mania de bancar o malandro, para não dividir o poder, é uma característica antiga de Lula, que nunca deixou que surgisse no PT um líder com prestígio para sucedê-lo.
Malandragem demais é um comportamento danoso, que traz resultados posteriores, como está acontecendo agora com Lula e o PT – um presidente com prazo de validade vencido, comandando um partido também em final de carreira, cujas perspectivas de ficar no poder dependem diretamente de Lula e de suas condições físicas e mentais para encarar a campanha de 2026.
Ao invés de incorporar a seriedade e a majestade do poder, Lula faz o contrário e assume um chapéu de malandro que é marca registrada do carnaval carioca, e não tira mais da cabeça, para fingir que a vida é uma festa.
À BEIRA DO CAMINHO – Haddad, que já confidenciou pouco entender de economia, respeita seus assessores e tenta encontrar o caminho certo, mas Lula atrapalha o quanto pode, com sua patética teoria econômica de que gasto é investimento.
Surgem vozes dissidentes dentro do próprio PT. O ex-ministro e ex-governador gaúcho Tarso Genro, escanteado da direção partidária por Lula, diz que o problema do governo vai além da comunicação.
Em entrevista a Leonardo Fuhrmann, do PlatôBR, o ex-ministro afirma que, neste terceiro mandato de Lula, falta apresentar quais são os programas prioritários e discuti-los com a sociedade, que, segundo ele, está muito mais exigente do que nos mandatos anteriores.
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P.S. – Em 2002, a sociedade elegeu Lula porque não aguentava mais políticos enganadores como Sarney, Maluf e FHC. Agora, o fenômeno se repete, os brasileiros já estão fartos de Lula e anseiam por um presidente de verdade, que entenda um mínimo de economia, para não permitir que o Brasil se torne numa imensa Argentina, podemos dizer, parafraseando Chico Buarque e Ruy Guerra na peça “Calabar”. (C.N.)