terça-feira, agosto 29, 2023

Polícia Federal e Coaf estão de volta à ativa em caminhos que levam a Jair Bolsonaro


Rejeição a Bolsonaro e percepção sobre corrupção no governo seguem altas 

Charge do Nando Motta (Brasil 247)

Eliane Cantanhêde
Estadão

Nos últimos quatro anos. foram tão perseguidos e asfixiados que a Polícia Federal teve quatro diretores e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) ficou pulando de galho em galho. Mas agora recuperaram prestígio e estão trabalhando a todo o vapor, de forma firme, discreta e com uma eficiência poucas vezes vista. Além de se abastecerem mutuamente, também fornecem dados fundamentais e luzes para a CPMI do Golpe.

São dois caminhos, que passam por militares da ativa e da reserva, tipos condenados e presos, advogado apelidado de “cleaner” (que limpa a “sujeira”) e chegam diretamente ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ao Palácio do Planalto durante o seu governo.

Um é o do golpe, o outro é o das joias e contas, lembrando que “só” as joias, por mais diamantes que tenham, não justificam a movimentação financeira astronômica identificada pelo Coaf no entorno de Bolsonaro.

COAF É FUNDAMENTAL – Ainda no início do governo do capitão insubordinado, que passou décadas no Congresso sem fazer nada, foi o Coaf que trouxe à luz Fabrício Queiroz, pivô das rachadinhas nos gabinetes parlamentares da família Bolsonaro, e, agora, as contas impressionantes do tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens e faz tudo do então presidente Bolsonaro.

Juntando as revelações do Coaf sobre contas e da PF sobre venda de joias, os investigadores chegaram à suspeita de uma “organização criminosa” no Planalto.

Também graças à PF, pululam os nomes envolvidos em golpe, joias, contas, atestados falsos de vacina, alguns em várias dessas frentes e o tenente-coronel Cid em exatamente todas elas.

CELULARES DE WASSEF – E a PF já descobriu como entrar nos quatro celulares do “cleaner” Frederick Wassef, devassa o do general Lourena Cid, pai de Mauro Cid, e já tem a cooperação do FBI para as traquinagens nos EUA. Além, claro, da quebra de sigilo bancário e fiscal de Jair e Michelle Bolsonaro.

Tudo isso, mais a prisão de toda a cúpula da PM-DF, não só por omissão, mas por participação ativa no golpe, cria “inquietação” nas Forças Armadas, mas tem pelo menos um lado positivo: aproxima Lula dos atuais comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica, com quem “bateu um papo amistoso” no sábado passado, em volta da piscina do Alvorada, para amenizar as desconfianças mútuas.

Isso leva tempo. Muita coisa ainda vai aparecer e o hacker Walter Delgatti é um novo tipo de fantasma: o que assombra Bolsonaro, militares e a própria Defesa. Por ora, o compromisso dos comandos militares é que oficiais culpados serão duramente punidos e o de Lula é abrir os cofres para as Forcas Armadas, que começam a ter noção da extensão da bomba que Bolsonaro jogou sobre elas.

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