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segunda-feira, março 06, 2023

Anulação da sentença de Moro contra Delúbio comprova podridão da Justiça


Delúbio Soares, ex tesoureiro do PT

Delúbio Soares foi salvo por uma decisão pela metade

Hugo Marques
Veja

Ex-coordenador das campanhas eleitorais do presidente Lula em 1989 e em 1998 e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores a partir de 2000, Delúbio Soares teve uma importante vitória na Justiça. Na sexta-feira, dia 3, o ministro Ribeiro Dantas, do Superior Tribunal de Justiça, anulou a condenação de Delúbio na Lava-Jato.

O tesoureiro foi um dos principais protagonistas dos grandes escândalos do PT, incluindo mensalão, petrolão e máfia dos vampiros. Em 2017, Delúbio foi condenado a cinco anos de prisão pelo então juiz e hoje senador Sergio Moro, na Operação Lava-Jato.

JUSTIFICATIVA PÍFIA – O ministro Ribeiro Dantas anulou a condenação de Delúbio pelo juiz Sergio Moro no caso do empréstimo fraudulento de 12 milhões de reais para o PT junto ao Banco Schahin. O processo por lavagem de dinheiro será enviado pela Justiça Eleitoral. Ribeiro Dantas concluiu que o dinheiro foi usado para campanhas eleitorais e por isso a competência para julgar o caso é da Justiça Eleitoral.

Sergio Moro, no entendimento do ministro do STJ, é incompetente para julgar o caso de Delúbio Soares. “Com efeito, os pagamentos foram efetuados para pagamento de dívidas eleitorais, o que, de fato, evidencia a competência material de Justiça Eleitoral para o julgamento do processo-crime dos crimes comuns perpetrados com crime eleitorais”, escreveu.

De fato, parte do dinheiro do empréstimo teria sido investido em campanhas eleitorais do PT. A concessão de 12 milhões de reais foi feito com a ajuda do empresário José Carlos Bumlai, pecuarista amigo de Lula, e o dinheiro foi transferido para o Frigorífico Bertin que, instruído por Delúbio, dissimulou a origem dos recursos.

E O RESTO? – Metade do valor, no entanto, 6 milhões de reais, foi transferida para o empresário Ronan Maria Pinto, dono do Diário do Grande ABC. Em delação premiada feita pela Polícia Federal e aprovada pelo Supremo Tribunal Federal, o operador do mensalão, Marcos Valério, diz que soube por dois ex-auxiliares de Lula que o presidente foi chantageado, o que levou o PT a pagar o dinheiro para Ronan.

Segundo Valério, Ronan Maria Pinto, que tinha negócios com a prefeitura de Santo André na gestão de Celso Daniel, que foi assassinado em 2002, ameaçava revelar detalhes do crime, que envolveria ligações do PT e o PCC. Valério disse que os 6 milhões repassados para Ronan foi uma forma de não tornar público o esquema de arrecadação de propina na Prefeitura, que alimentava o caixa do PT. O empréstimo fraudulento no Banco Schahin foi feito em 2004.

A chantagem feita por Ronan, segundo o operador do mensalão, foi bem sucedida. O pagamento de 6 milhões foi feito, segundo Valério, com o aval de Lula. Em contrapartida, o PT deu ao grupo Schahin um contrato bilionário na Petrobras. O grupo Schahin ganhou a operação do navio-sonda Vitória 10.000, em 2009, um negócio de 1,6 bilhões de dólares. O empréstimo nunca foi pago. Valério apontou Lula como um dos mandantes do assassinato de Celso Daniel. A delação de Valério corre em segredo de Justiça no Supremo.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Este tipo de “decisão monocrática”, tomada por um solitário ministro do STJ, sem passar por turma ou plenário, demonstra o elevadíssimo grau de podridão a que chegou a Justiça brasileira. Metade do dinheiro foi usado para “apagar” o caso Celso Daniel, e a outra metade para caixa 2 de campanha. O ministro Ribeiro Dantas aceitou essa justificativa pela metade, na ânsia de transformar Delúbio Soares num réu tão inocente quanto Lula, vejam a que ponto de degradação este país chegou(C.N.)

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