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sábado, setembro 24, 2022

Mendonça derruba censura e autoriza reportagem do UOL sobre imóveis dos Bolsonaros

Publicado em 24 de setembro de 2022 por Tribuna da Internet

Mendonça derruba decisão que mandou retirar do ar reportagens sobre compra de imóveis da família Bolsonaro | Malu Gaspar | O Globo

Mendonça demonstrou uma surpreendente “independência”

José Marques
Folha


O ministro André Mendonça, do STF (Supremo Tribunal Federal), liberou a publicação pelo UOL de reportagem sobre compra de imóveis pela família Bolsonaro em dinheiro vivo. Com a decisão, Mendonça derrubou censura imposta pelo desembargador Demetrius Gomes Cavalcanti, do TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios), que havia determinado que o conteúdo fosse retirado do ar e das redes sociais.

“No Estado democrático de Direito, deve ser assegurado aos brasileiros de todos os espectros político-ideológicos o amplo exercício da liberdade de expressão”, disse Mendonça em sua decisão.

DISSE O MINISTRO – “Assim, o cerceamento a esse livre exercício, sob a modalidade de censura, a qualquer pretexto ou por melhores que sejam as intenções, máxime se tal restrição partir do Poder Judiciário, protetor último dos direito e garantias fundamentais, não encontra guarida na Carta Republicana de 1988.”

O ministro do STF lembrou que em 2009 o Supremo derrubou a Lei de Imprensa, criada no regime militar. “No referido julgamento, reiterou-se a plena liberdade de imprensa como categoria jurídica proibitiva de qualquer tipo de censura, bem assim, a imposição, ao Poder Judiciário, do dever de dotar de efetividade os direitos fundamentais de imprensa e de informação”, afirmou Mendonça.

“Tomada em relação de mútua causalidade com a democracia, a liberdade de imprensa foi considerada ‘patrimônio imaterial que corresponde ao mais eloquente atestado de evolução político-cultural de todo um povo'”, acrescentou.

A advogada do portal, Mônica Filgueiras Galvão, disse que a decisão do desembargador violava “precedentes estabelecidos no sistema jurídico brasileiro” e pretendia “retirar do debate público, às vésperas da eleição, informações relevantes sobre o patrimônio de agentes públicos”.

DINHEIRO VIVO – As reportagens do UOL sobre o tema, publicadas a partir do último dia 30, afirmam que desde os anos 1990 o presidente, irmãos e filhos negociaram 107 imóveis, dos quais ao menos 51 foram adquiridos total ou parcialmente com o uso de dinheiro vivo. O valor gasto desta forma foi, segundo a apuração, de R$ 13,5 milhões.

Com isso, uso de dinheiro vivo em condições suspeitas voltou a atingir o presidente Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral à Presidência.

Transações em espécie não são crime, mas podem ter como objetivo dificultar o rastreio de valores de fontes ilegais. Dados obtidos por órgãos de investigação e imprensa mostraram que a família Bolsonaro, em especial o senador Flávio Bolsonaro, movimentou R$ 3 milhões em dinheiro vivo.

RACHADINHAS – Para o Ministério Público do RJ, o filho do presidente utilizou recursos provenientes do suposto esquema da “rachadinha” em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa para comprar imóveis e pagar despesas pessoais.

Dados da investigação mostraram que Bolsonaro também teve em seu gabinete em Brasília, quando deputado federal, transações e práticas semelhantes às que levantaram suspeita contra seu filho mais velho, que tem conseguido bloquear na Justiça o prosseguimento das investigações.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Ponto para o ministro André Mendonça, que demonstrou independência em relação à família Bolsonaro, que pensou (?) fazer dele um serviçal. (C.N.) 

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