Edoardo Ghirotto
Metrópoles
Considerado o favorito na eleição para o governo da Bahia, ACM Neto (União Brasil) não pode nem sonhar em aparecer ao lado de Sergio Moro no palanque estadual. A presença do ex-juiz na campanha baiana só traria prejuízos para o carlismo.
A começar pelo histórico de Moro em relação a Lula, o presidenciável de maior popularidade em todo o estado. ACM Neto dificilmente teria alguma vantagem eleitoral ao se colocar ao lado do ex-juiz que prendeu o petista e o impediu de disputar o pleito de 2018.
REJEIÇÃO – Moro carrega rejeição alta na Região Nordeste por também ter passado pelo governo Bolsonaro. O Datafolha mostrou, em março, que 32% dos nordestinos dizem não votar em Moro de jeito nenhum. O número só não é maior do que os 62% registrados por Bolsonaro.
A propósito, a insistência do Podemos em Moro levou o partido a perder um quadro histórico na Bahia. O deputado federal João Carlos Bacelar pediu a desfiliação após 20 anos de militância nas siglas que deram origem ao Podemos.
PSDB CONVIDOU ACM NETO A SE FILIAR AO PARTIDO
Gustavo Zucchi e Igor Gadelha
Em meio à briga da ala do União Brasil ligada a ACM Neto com os aliados de Sergio Moro no partido, o PSDB na Bahia convidou nesta sexta-feira (1/4) o ex-prefeito de Salvador a trocar de sigla.
Em carta assinada pelo deputado federal Adolfo Viana (PSDB-BA), presidente estadual da sigla na Bahia, Neto é convidado a deixar o União e ingressar nas fileiras do PSDB.
“A larga história de serviços prestados por V.Sa. a Salvador, à Bahia e ao Brasil, e toda a trajetória de proximidade política, alianças e crenças em objetivos comuns nos permitem vir, por meio desta, fazer um convite que muito nos honraria: seu ingresso nos quadros do Partido da Social Democracia Brasileira – PSDB”, diz a carta.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A matéria do Metrópoles deixou de mencionar que ACM Neto vai apoiar Lula na Bahia, para ter os votos petistas no segundo turno. É um acordo de bastidores. Para disfarçar, o PT lançou um candidato sem chances, Jerônimo Rodrigues, que é professor em Feira de Santana e vinha atuando como secretário estadual de Educação. Nem os próprios petistas de Salvador o conhecem direito. Como dizia Ibrahim Sued, em sociedade tudo se sabe. (C.N.)